Nesta segunda, os políticos aliados ao governo golpista, privilegiados,
corruptos, riem e celebram a tragédia alheia. Com um discurso falso de
responsabilidade com a vida do trabalhador, aprovaram a PEC do teto, a
“PEC do Fim do Mundo”, a “PEC da morte”, a PEC 241 para mostrar para os
empresários que eles conseguem - e vão - atacar os trabalhadores e o
povo pobre
Com 366 votos favoráveis, 111 contrários e 2 abstenções, foi aprovada em primeira instância na Câmara de Deputados a PEC 241 - detalhada aqui.
Consolida-se, com uma significativa demonstração de força da base
golpista, um grande ataque à classe trabalhadora e ao povo pobre.
A título de exemplo de capacidade para aplicar ataques profundos à
classe trabalhadora, precarizar os serviços públicos do país,
deixando-os sob a mira dos falcões empresariais privatistas, o governo
golpista demonstra aos setores da burguesia empresarial e financeira que
é capaz de concretizar os seus desejos mais podres e perniciosos.
Caso tivesse falhado, seria um soco no estômago para o projeto
golpista. A PEC do teto era, para o governo golpista, um divisor de
águas, como elaboramos aqui. Não à toa Temer gastou diversas fichas para que fosse aprovada. Exonerou do cargo 3 de seus ministros para que pudessem votar favoráveis à PEC,
uma manobra absurda, quase expressão de um desespero, senão de uma
comprovação aos empresários de que fará tudo ao seu alcance para que não
haja desvios na aprovação dos ataques à população.
Ainda, na noite de domingo, Temer realizou um jantar milionário a 200
de seus deputados companheiros de golpe, de luxos e pompas
característicos do modo de vida desses políticos, já há muito
familiarizados com a vida boa e ostentosa da burguesia, dos empresários e
banqueiros. Acompanhados de vinhos importados, queijos e champanhes, os
deputados receberam as últimas orientações do anfitrião presidente
golpista Michel Temer para a votação dessa segunda-feira.
A primeira delas foi de manobrarem as regras do próprio regimento
interno da Câmara e burlar a necessidade de serem realizadas duas
sessões ordinárias antes da votação de uma PEC. Como a que era pra ter
sido a primeira sessão, na última sexta-feira, falhou por conta da
ausência dos deputados, estes votaram um requerimento que ignora as
regras de sua própria e imunda casa, cujo objetivo era não deixar para
mais tarde o desejo incontrolável de fazer sangrar a população pobre do
país.
Em seguida, a orientação era de que afinassem o discurso em defesa da
PEC. Na tentativa de convencer seus ouvintes da necessidade da PEC,
fizeram uso de falácias das mais descabidas, como demonstrou o deputado
Darcísio Perondi (PMDB-RS), argumentando que a PEC não se trata de um
corte nas despesas públicas em saúde, educação, serviços básicos.
Congelar por 20 anos o orçamento destinado a essas áreas vitais, apenas
sujeito às variações da inflação, o que significa que se houver
crescimento econômico no próximo período ele não será revertido em
orçamento a elas, para o deputado não é corte, mas “redução da despesa
primária”. Belo eufemismo para tentar convencer de que não se trata de
sangrar os serviços vitais à vida do trabalhador.
Quase que em tom de ameaça, afirmaram que se ela não fosse aprovada, teriam necessariamente
que aumentar os impostos, “tirar mais do bolso do contribuinte”. Apenas
para quem pensa que a crise deve necessariamente ser resolvida por
cortes nos serviços básicos ou aumento no custo de vida de quem
trabalha, mas nunca na própria carne dos privilégios dos políticos e na
fortuna dos empresários, banqueiros, dos ricos, é que um discurso desses
pode ter algum sentido.
Somente na lógica de setores que conduziram o golpe parlamentar no
país para colocar de pé um governo que vá ser lambe-botas dos
mandatários do imperialismo e aplicar a agenda de ataques profundos aos
trabalhadores, mais do que o projeto de conciliação de classes petista
era capaz de fazê-lo, é que qualquer defesa desse golpe contra a saúde e
a educação pública se baseia. Não poderia vir de outro setor senão
desses políticos milionários e corruptos a sádica comemoração de uma
tragédia dessa proporção, com direito a selfies, faixas, confetes, como
se eles tivessem cumprido o papel de heróis da nação e do povo, como
Temer tentou pregar.
Um primeiro passo para ataques maiores, mas que não virão sem luta!
A aprovação da PEC 241 é o primeiro passo de uma sequência de
ataques, como a Reforma da Previdência e Trabalhista, que virão com
muito mais vigor e confiança por parte de todos esses políticos
reacionários e podres. Temer consolidou sua base de governo com forte
expressão, e prometeu que não tolerará obstáculos para a jornada na qual
quer levar os trabalhadores, rumo à ponte para o abismo.
A dívida pública que esses políticos estão tão preocupados em saldar
destinando todo crescimento econômico futuro, inclusive o que seria
destinado à saúde e educação, mas que a PEC visa impedir, não dizem
respeito ao trabalhador, pois não foi ele quem a produziu. Portanto, ela
não deve ser paga! Se é em nome dela que planejam todos esses ataques, a
defesa do não pagamento dessa dívida é um princípio! Os ricos, sejam
eles políticos, empresários, banqueiros, são eles quem estão devendo,
pois que paguem com suas fortunas e privilégios!
A votação dessa PEC passa ainda por uma segunda votação na Câmara
para depois ser discutida no Senado. A classe trabalhadora e a juventude
como aliada tem, nesse próximo período, a possibilidade de se colocarem
enquanto sujeitos para barrar frontalmente esse e os próximos ataques,
de modo a impor uma derrota fragorosa ao projeto golpista e almejarem a
constituição de uma força política independente que se enfrente com
esses políticos e a burguesia a qual estão alinhados. Já são mais 120 escolas ocupadas somente no Paraná contra a PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio! Pelas mesmas razões é que estudantes ocuparam o escritório da Presidência da República em São Paulo!
São exemplos de com quais métodos devemos por de pé um grande movimento
nacional contra o projeto de ataques do governo golpista.
E mais do que nunca, a CUT e a CTB, centrais sindicais que organizam
um dos maiores contingentes de trabalhadores do mundo, devem romper com a
sua criminosa paralisia, que só serve aos avanços reacionários em
curso, para que estes passem sem resistência. Desde as bases do
movimento operário é preciso construir assembleias que preparem um plano
de luta unificado dos trabalhadores, para que possam se enfrentar em um
só punho com esse governo golpista e seu projeto nefasto.
Fonte: Esquerda Diário
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