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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Crônica da Incerteza

Estava no meu trabalho e whatsapp dá sinal. Eram meus vizinhos me informando que houve arrombamento no condomínio. Saio do trabalho e vou direto para casa para tentar ver o que houve com minha casa.É fato. Realmente arrombaram minha casa e mais três no mesmo condomínio. Parece que o meliante ou os meliantes, estavam a espreita para entrar no condomínio, que dificilmente ele fica sem alguém presente. Levaram-me uma caixa de ferramentas, um notebook que já não funciona mais e extensões elétricas. Mesmo sendo pouco, foi conquistado com muito suor. Mas outros vizinhos perderam mais. Fiquei muito puto( ainda estou). Veio-me esses pensamentos: como pode um vagabundo entrar num condomínio de periferia para furtar em casa de pessoas trabalhadoras e pobre?Como? Chamamos a polícia e fizemos B.O.
Estava no meu trabalho e whatsapp dá sinal. Eram meus vizinhos me informando que houve arrombamento no condomínio. Saio do trabalho e vou direto para casa para tentar ver o que houve com minha casa.É fato. Realmente arrombaram minha casa e mais três no mesmo condomínio.
Parece que o meliante ou os meliantes, estavam a espreita para entrar no condomínio, que dificilmente ele fica sem alguém presente. Levaram-me uma caixa de ferramentas, um notebook que já não funciona mais e extensões elétricas. Mesmo sendo pouco, foi conquistado com muito suor. Mas outros vizinhos perderam mais. Fiquei muito puto( ainda estou). Veio-me esses pensamentos: como pode um vagabundo entrar num condomínio de periferia para furtar em casa de pessoas trabalhadoras e pobre?Como? Chamamos a polícia e fizemos B.O.  Bom, isso teve seu lado bom. Pode parecer sarcasmo mas é verdade. Aliás, tudo tem seu lado bom.  Esse fato serviu para a reorganização dos condôminos. Foi um dos poucos momentos em que todos se juntaram após muito tempo. Começamos uma nova reorganização. A conversa com a força policial também foi importante. Como em todas as organizações, a polícia também tem bons profissionais. Cito este fato por ser sindicalista. Já apanhei de policial em confronto para defender os trabalhadores e os direitos dos cidadãos. Já levei bombas de gás, bala de borracha e o escambau. Pouquíssimas vezes estivemos do mesmo lado. Mas por nossa sorte, foram bons profissionais que estiveram conosco. Isso acabou em um debate sobre segurança pública e nosso papel quanto agente neste seguimento. Dalí brotaram boas ideias para prevenção de crimes.  Esse encontro fomentou o inicio de uma luta direcionada a questão da segurança pública no bairro.
Após tudo isso começou um debate, entre nós moradores, sobre impunidade no Brasil. Perguntaram-me se depois do ocorrido, se eu já não acho que “bandido bom é bandido morto” e que seu estivesse em casa no momento eu não faria nada.
 Explicando: Primeiro precisamos entender a diferença entre LEGITIMA DEFESA e a LEI DE TALIÃO. A violência vai muito além de furtar caixa de ferramentas. A violência vem da desigualdade, da impunidade aos mais ricos e da punição cruel aos mais pobres. Precisamos aprender que bandido tem que ser preso e principalmente RESOCIALIZADO e essa punição tem que ser aos pobres ou ricos em igualdade perante a lei. A base da resolução do problema é de cunho social e não penal e não podemos misturar o discurso emocional com o racional. Hoje perdi uma caixa de ferramentas, mas ganhei o prazer de unir as pessoas e construir o pensamento da luta comum.

Romney Mesquita
Diretor da CTB MG e morador de Esmeraldas.

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