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sexta-feira, 16 de março de 2012

Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Fiat assinam acordo inédito de “desterceirização”


 
O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e a Fiat Automóveis assinarão um acordo inédito na indústria nacional que fará com que 2.600 trabalhadores que realizam atividades de logística interna na planta instalada no município como empregados de duas empresas especializadas (Ceva Logistics e Syncreon) passem a ser diretamente contratados da montadora. A assinatura do acordo está marcada para as 9h30 desta sexta-feira, 9, na antiga sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Pelo acordo, que foi aprovado pelos trabalhadores em assembleia realizada no último domingo, todos os contratados destas duas empresas serão convidados a se transferir para a Fiat e os que assim o desejarem terão o emprego assegurado.
A transferência será completada em 1º de junho deste ano, quando a Fiat passará a contar com 18.400 trabalhadores - 27% a mais em relação ao quadro funcional registrado há seis meses.
“A conclusão desta negociação representa uma vitória não apenas para os trabalhadores destas duas empresas, que há anos reivindicavam a representação do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, mas para toda a categoria metalúrgica da região”, afirma João Alves de Almeida, presidente do Sindicato.
Ele destaca que, com o acordo, além da perspectiva de ganho salarial, estes trabalhadores também passarão a ter direito à Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) negociada com a montadora e a outros benefícios. “Trata-se, portanto, de um ganho importante não apenas para estes trabalhadores e suas famílias como para a própria economia local”, acrescenta Almeida.
As atividades de logística haviam sido terceirizadas em 1997. Na época, 370 trabalhadores foram absorvidos pela empresa holandesa TNT Logistics, que assumiu o serviço.
Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Portal CTB MG

Democratizar o capitalismo? Não, destruí-lo.


 

A crise obriga a questionar o sistema atual

Faz mais de um ano que o mundo é atravessado por uma potente vontade de mudança. Apareceu até um desejo real de mudar o sistema capitalista. Esta ideia se afirmou e se propagou com uma grande velocidade particularmente entre a juventude de muitos países do planeta. Além dos acontecimentos que varreram os países de África do Norte e aqueles que sacudiram ainda a Síria, estas preocupações foram particularmente presentes no movimento dos indignados e no dos "Ocupy".
Estes movimentos de contestação de dimensão internacional são o produto direto da violência da crise econômica e da degradação brutal das condições de vida. Na Espanha, Grécia, Portugal, Israel, Chile, Estados-Unidos, Grã-Bretanha, África do Norte ou subsaariana, em outras palavras, nos quatros cantos do mundo, a mesma angústia diante do futuro está presente em todas as discussões, quaisquer que sejam as gerações, mas especialmente na juventude. Contudo, além das questões do desemprego, da precariedade, é a dificuldade de ter uma perspectiva que mais gera inquietação. O que fazer? Como lutar? Contra quem? O mundo das finanças? A direita? Os dirigentes? E, sobretudo, será que outro mundo é possível no capitalismo? E se não for possível sob o capitalismo, como fazer, como viver fazendo com que milhares de seres humanos possam existir sem morrer de fome, de frio ou sob as bombas de tal ou qual clã guerreiro, grande ou pequeno, que pretenda ser "democrático" ou "terrorista".
Uma entre as respostas que emerge é a necessidade de "reformar", "democratizar" o capitalismo. As mídias, muitos intelectuais, ou também a esquerda fazem a maior propaganda a favor deste "combate pela democracia". As organizações altermundialistas, como Attac, todas defendem a mesma coisa, “mais democracia”, e na Espanha, DRY (Democracia Real Ya) roubou para si a “representação” oficial do movimento.
Este início de combate orientado a favor da “democracia” encontrou por outro lado um sucesso importante. No início de janeiro, os ocupantes da “aldeia de barracas” de Saint-Paul em Londres estenderam uma bandeira imensa pedindo também a “democratização” do capitalismo.

Por que esta palavra de ordem por “um capitalismo mais democrático” teve este êxito?

A “primavera árabe” revelou aos olhos de todos que clãs no poder na Tunísia, no Egito, na Síria, na Líbia espoliavam e reprimiam impunemente há muito tempo as populações, mantendo sua dominação pelo terror, pela repressão com a bênção das grandes “democracias” ocidentais. A contestação que literalmente explodiu no ano passado, estimulada pelo desenvolvimento da miséria, conseguiu levantar este enorme peso das costas e foi um incentivo para todos os explorados do mundo.
Na Europa, berço da democracia ocidental, o descontentamento focalizou sobre uma “elite dirigente” incapaz, desonesta e cheia de dinheiro. Na França, Sarkozy foi denunciado por vários livros como o presidente dos ricos. Outro livro, A oligarquia dos incapazes, escrito por jornalistas, pesquisadores ou intelectuais evidencia como a burguesia francesa é feita de clãs que sugam o sangue e o suor dos explorados e da sociedade inteira para seus interesses particulares. Estes costumes de bandido não são novos por parte da burguesia que fez pior que todas as classes exploradoras da história, mas tomam uma proporção tão grande que só pode gerar mais indignação e repugnância. Por toda a parte, a constatação é a mesma: a burguesia é uma classe de corruptos, sem moralidade, sem humanidade.

Como ir além desta constatação que a burguesia é uma classe de bandidos?

Na Espanha, a rejeição das elites tomou uma forma mais política. Um movimento amplo de contestação desenvolveu-se, no início, em plena campanha eleitoral, período tradicionalmente calmo no que se refere às lutas. Enquanto todas as mídias e todos os responsáveis políticos focalizavam a atenção sobre o “poder” das urnas, as ruas estavam efervescentes e cheias de assembléias e discussões de todo tipo. Uma ideia estava muito presente: “direita e esquerda, é a mesma merda”. Às vezes deu até para ouvir a palavra de ordem “todo o poder para as assembleias!”.
Mas o que isso significa? Que cresce a ideia por toda a parte no mundo que com todos os governos é efetivamente a “mesma merda” e que não adianta mudar de governo. O que mudaram as eleições “democráticas” na Tunísia, Egito e também na Espanha? Nada! O que a saída de Berlusconi ou de Papandreou mudou na Itália e na Grécia? Nada! Os planos de austeridade são cada vez mais duros e insuportáveis. Eleições ou não, a sociedade é dirigida por uma classe dominante, um minoria ínfima, que mantém seus privilégios sobre nas costas da maioria e a espreme cada vez mais. Na realidade, o que revelam fundamentalmente todos estes movimentos é uma vontade crescente de não mais se deixar manobrar, de tomar seu destino em suas próprias mãos; é a ideia que são as massas que devem organizar a sociedade. Atrás do “todo o poder às assembleias”, há uma aspiração real para construir uma sociedade onde não é mais uma minoria que decide das nossas vidas, mas somos nos que as tomamos em mãos próprias.
Entretanto, uma nova questão é colocada:

Será que a nova sociedade passa por um combate para “democratizar o capitalismo”?

Sim, ser dirigidos por uma minoria de privilegiados é insuportável. Sim, cabe a nós tomar nossas vidas em mãos próprias. Mas quem é “nós”? Na resposta dada pelos movimentos atuais, “nós” é “todo o mundo”. “Todo o mundo” deveria dirigir a sociedade atual, isto é o capitalismo, através de uma democracia real. Mas aí aparecem os verdadeiros problemas: a quem pertence o capitalismo senão aos capitalistas? Este sistema não existe e sobrevive justamente através desta exploração feroz e fazendo-a perdurar? Exploração que constitui a própria essência do sistema. A democracia, como existe hoje, é a gestão do mundo por uma elite, uma minoria, há mais de dois séculos através da violência, da expropriação, da guerra. E se a exploração da grande maioria da humanidade por esta minoria perdura é porque esta democracia é o meio ideal encontrado por esta mesma elite para manter seu poder. O capitalismo, ditatorial ou democrático, só pode ser um sistema de exploração.
Vamos até o fim do raciocínio. Imaginamos uma sociedade capitalista dotada de uma democracia perfeita e ideal onde “todo o mundo” decidiria coletivamente tudo. Na Suíça ou em algumas aldeias ditas autogeridas  ou no programa político de alguns políticos, encontramos esta noção de “democracia participativa”. E daí, gerir uma sociedade de exploração não significa suprimir esta exploração. Nos anos 1970 muitos operários levaram em frente uma reivindicação de autogestão na qual acreditavam com muita convicção: “Sem mais patrões, nós mesmos produzimos e nos pagamos”. Operários da Lip (uma marca de relógios) na França, como muitos outros, aprenderam a duras penas que a autogestão não acaba com a exploração: acreditaram na possibilidade de poder gerir “coletivamente” e de maneira “igualitária” “sua” empresa. Mas, por conta das leis incontornáveis do capitalismo, na própria lógica do mercado capitalista, chegaram até a aceitar sua auto-dispensa e isso de maneira muito livre e democrática. Eram seus próprios donos e se mandaram para a rua. Assim, dá para perceber que hoje, no capitalismo, a democracia mais próxima da “perfeição” não adiantaria em nada para construir uma nova sociedade. A democracia, no capitalismo, não é um órgão de poder que o proletariado deveria conquistar nem um órgão de abolição do capitalismo. É um modo de gestão do capitalismo e de dominação da burguesia!

Quem pode mudar o mundo? Quem pode fazer a revolução?

Claro, somos cada vez mais numerosos em sonhar numa sociedade onde a humanidade tomaria sua vida em mãos próprias, onde seria dona de suas decisões, que não seria dividida entre exploradores e explorados mas unida e igualitária. Mas a questão fica completamente sem solução se não é colocada esta outra questão: quem pode construir este mundo? Quem pode permitir que amanhã a humanidade tome a sociedade em mãos próprias. Todo o mundo? Não se pode! Pois “todo o mundo” não tem interesse em por fim ao capitalismo. Por exemplo, a grande burguesia lutará obviamente sempre para defender até o fim seu sistema e sua posição dominante sobre a humanidade, mesmo se por isso ela tivesse que ensanguentar o mundo inteiro, inclusive nas “grandes democracias”. E neste “todo o mundo”, tem também os artesãos, os brilhantes, os latifundiários. Em breve, os elementos da pequena burguesia que ou sonha ainda com a ascensão social ou (quando é ameaçada de proletarização) é presa pela nostalgia de um passado idealizado onde ela era única no comando, onde não tinha que prestar conta a ninguém. O fim da propriedade privada não faz parte de seus projetos, muito pelo contrário.
Para se tornar dono da sua própria vida, a humanidade deve sair do capitalismo. Ora, a única força que tem a condição de assumir este projeto é o proletariado. Entre todas as camadas exploradas, as que o capitalismo gerou e as que sobreviveram do passado, é somente o proletariado que pode derrubar o sistema. A classe operária, a classe fundamental que produz, agrupa os assalariados de fábrica e das oficinas, do setor privado como do público, os aposentados e os jovens trabalhadores, os desempregados e os precarizados. No passado, o feudalismo superou a escravidão através de lutas onde os senhores feudais trouxeram uma nova ordem econômica. A burguesia, ao custo de lutas sanguentas, desenvolveu uma nova ordem econômica superior. Em cada ocasião, um sistema de exploração foi suplantado e substituído por outro. Contudo, só o capitalismo desenvolveu bastante riqueza para fazer com que a humanidade não viva mais na penúria, mas sim na abundância. E também criou a classe capaz de ser seu coveiro, a classe produtora das riquezas: o proletariado. Este proletariado constitui a primeira classe na história que é ao mesmo tempo explorada e revolucionária.
Até que enfim, hoje, os próprios explorados podem derrubar o sistema dominante e construir um mundo sem classes e sem fronteiras. Sem fronteiras, pois a classe operária é internacional. Ela sofre em toda a parte a mesma dominação capitalista. Ela tem em toda parte os mesmos interesses. Desde 1848, seu grito de reagrupamento é: “Os proletários não têm pátria. Proletários de todos os países, uni-vos!”. Essa mensagem que não é uma palavra vazia, que não é uma fórmula para fazer bonito e iludir o resto da população, foi carregada por todas as lutas operárias massivas, da comuna de Paris, de 1917, da Polônia 1980, pois essa mensagem expressa a alma profunda do proletariado e a ideia fundamental que seu futuro é ligado ao conjunto da humanidade.

As limitações atuais da classe operária e como superá-las

Todos os movimentos do ano passado, os do Oriente Médio, dos indignados, dos "Occupy" reivindicaram-se uns dos outros, dum país a outro, expressando mais uma vez que não há fronteiras pela luta dos explorados e dos oprimidos. Mas estes movimentos de contestação também demonstraram uma grande fraqueza: a força viva dos explorados, a classe operária, não tem ainda consciência dela mesma, de sua existência, de sua força, de sua capacidade de se organizar como classe. Por conta disso, ela ainda está dispersa no “todo o mundo” e iludida pela perspectiva de um "capitalismo mais democrático”, que não é nada mais que uma armadilha ideológica.
Para fazer a revolução internacional triunfar e edificar uma nova sociedade, a nossa classe deve desenvolver sua luta, sua unidade, sua solidariedade e, sobretudo sua consciência de classe. É preciso para isso que ela consiga desenvolver o debate no seu seio, as discussões mais largas, vivas, animadas para desenvolver sua compreensão do mundo, deste sistema, da natureza de seu combate.
Os debates devem ser livres e abertos a todos que querem tentar responder às múltiplas questões colocadas aos explorados: Como desenvolver a luta? Como nos organizar? Como enfrentar a repressão? Mais eles devem ser fechados àqueles que vêm sabotar as discussões de várias maneiras. Na luta revolucionária do proletariado, a maior liberdade existe no seu seio, mas são excluídos do debate os que só têm como interesse manter e defender a exploração capitalista.
O movimento dos indignados e dos "Ocupy" expressou essa característica da vontade de debater, esta efervescência incrível, esta criatividade das massas em ação que caracterizam nossa classe quando luta. Tal fenômeno foi presente, por exemplo, em maio de 68 onde se discutia em todas as esquinas de rua. Mas sua força criadora é hoje diminuída, até paralisada por sua incapacidade em excluir da sua luta e de seus debates aqueles que trabalham com muita dedicação à sobrevida do sistema atual, como a um médico que luta pela vida de um doente em estado terminal. Se quisermos jogar pelo lixo da história palavras como lucro, exploração, repressão e serem por fim os donos das nossas vidas, o caminho a seguir deverá necessariamente se livrar dessas chamadas ilusórias a "democratizar o capitalismo" e de todos os elogiadores de um capitalismo mais humano. Para pôr um fim à exploração, há só uma solução, a revolução, sim, a proletária.


Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Portal CCI

segunda-feira, 12 de março de 2012

Serra foi o mais cruel ministro do Planejamento


O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad aumentou o tom das críticas ao pré-candidato do PSDB, José Serra, e ao prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PSD), hoje (12) em visita à região de Perus, na zona oeste da cidade. Haddad classificou Serra como "o mais cruel ministro do Planejamento" com as universidades públicas federais e, sem citar diretamente Kassab, afirmou que este promove "um concurso de vices" ao querer exonerar cinco secretários para colocá-los à disposição do tucano.

Instado a comentar a versão segundo a qual o PCdoB se afastaria do PT e poderia eventualmente compor com Serra, Haddad afirmou: "Eu não tenho falado com o PCdoB ultimamente. Falei com o Orlando (Silva, ex-ministro) tem uns 15 ou 20 dias. Conhecendo a história do PCdoB e lembrando que talvez o Serra como ministro do Planejamento tenha sido o mais cruel do ponto de vista orçamentário com as universidades públicas federais e, conhecendo a história da luta do PCdoB em defesa das universidades públicas federais, cuja expansão nós patrocinamos, eu duvido que essa informação proceda", respondeu.

Indagado sobre os motivos de Serra ser o mais cruel ministro do Planejamento, Haddad afirmou que o governo do PSDB "privatizou o ensino superior do País". "Foi o maior corte orçamentário. Começou em 1995 o período de arrocho do orçamento ao longo de todo o período plurianual que foi elaborado por ele. O PCdoB sabe disso melhor do que eu porque sentiu na pele. O presidente da UNE à época sentiu na pele o que é ser tratado por um governo que privatizou o ensino superior do País".

O ex-ministro da Educação também disparou contra a administração municipal que, segundo ele, tenta "maquiar" os baixos índices de aprovação com um pacote de obras para a cidade. "Há um desconforto na cidade com os últimos oito anos, mesmo que nos últimos meses se queira maquiar o que está acontecendo. Acho que o prazo é curto para se reverter a percepção que foi-se tendo em oito anos de que o tempo foi em algumas áreas perdido", afirmou.

Sem citar o atual prefeito, criticou o possível afastamento de parte do secretariado municipal. "Essa hipótese do afastamento de cinco secretários municipais é como se houvesse um concurso de vices, em vez de cuidar da cidade até 31 de dezembro. Você exonerar cinco secretários para fazer uma seleção é um descaso com a cidade", avaliou.

Com baixos índices de intenção de voto apontados pelas pesquisas Haddad jogou para o início do horário eleitoral na televisão e no rádio a alavancagem de sua popularidade. "Entendo que, em uma cidade como São Paulo, o único veículo que te dá condições de ser conhecido é a televisão. Nós infelizmente perdemos esse tempo de TV no primeiro semestre e vamos ter de conviver com essa realidade de que não será nessas visitas (semanais nos bairros) que vai aumentar a exposição das nossas ideias e dos nossos pleitos. Numa sociedade de massas, vamos ter de usar um veículo de massa. Vai ficar para a campanha", considerou.

Lula

Haddad afirmou acreditar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retome na próxima semana as articulações políticas envolvendo a eleição municipal de São Paulo. Em visita à região de Perus, Haddad disse que conversou duas vezes com Lula por telefone hoje e afirmou que o ex-presidente pareceu animado.

"Ele tem que voltar ao hospital para concluir o ciclo de antibióticos até sexta-feira (16). Então, acho que a partir da semana que vem, de forma moderada, ele voltará a se reunir com os companheiros do PT", afirmou.

Questionado se Lula ligaria para Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e governador do Pernambuco, para negociar uma possível aliança em São Paulo, Haddad respondeu: "Não posso te antecipar com quem ele vai falar, mas o presidente é bastante conversador". Haddad sustentou ainda que a voz de Lula está "bem melhor" e que sentiu no ex-presidente "condições de viver e participar da vida política do País".

Vídeo sobre a matéria:



Fonte texto: Portal Barão de Itararé

Queda de Teixeira repercute mundo afora


A notícia da renúncia de Ricardo Teixeira da presidência da CBF correu o mundo. Em poucas horas, autoridades e formadores de opinião correram para a internet no intuito de comentar a novidade.
Foi a brecha para que muitos dos desafetos colecionados por Teixeira irem à forra. Um deles, o agora deputado federal Romário (PSB-RJ), não conteve a empolgação nem as palavras: “Exterminamos um câncer do futebol brasileiro. Finalmente, Ricardo Teixeira renunciou a presidência da CBF. Espero que o novo presidente, João [sic] Maria Marin, o que furtou a medalha do jogador do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores, não faça daquele ato uma constante na Confederação. Senão, teremos que exterminar a AIDS também.”
Ricardo Teixeira, sem moral com governo e autoridades, em evento de julho. Foto: Wilton Junior/AE
A relação entre eles estava estremecida desde que o cartola afirmou que o grande atleta de sua geração à frente da CBF havia sido o atacante Ronaldo.
O jornalista da BBC Andrew Jennings, que investigou a Fifa no livro Jogo Sujo, disse no Twitter: “Havelange em dezembro, Teixeira hoje, Blatter em breve. Foi um grande trabalho e agradeço a minhas fontes anônimas.”
Juca Kfouri, jornalista que mais recebeu processos movidos pelo dirigente, postou em seu blog que “o Sargento Garcia prendeu o Zorro”. Ele disse também que o país tem o que comemorar e que a decisão vai permitir “se pensar em uma Copa do Mundo mais transparente, numa óbvia vitória do governo Dilma Rousseff.”
“Sobre o futebol é preciso repetir que o problema é estrutural e que quem entra na CBF não muda nada, é troca de seis por meia dúzia, e ainda mais velha”, completou, em seu blog no UOL. 
O anuncio também repercutiu no exterior. O site da BBC News destaca a queda do “chefe” do futebol brasileiro sob a alegação de problemas de saúde e também pela pressão por suspeitas de corrupção.
Em 2001, aponta a rede britânica, que Teixeira foi investigado pelo Congresso brasileiro por suspeita de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, mas nunca foi condenado pelas acusações.
O diário espanhol El País define o ex-dirigente como o “o homem forte” do futebol brasileiro que deixou seu cargo “arrastado por uma série de derrotas e fortes acusações de corrupção.”
Para o jornal, Teixeira se converteu no personagem mais visível do futebol brasileiro em 1989, tendo vencido duas Copas do Mundo (1994 e 2002), cinco Copa das Confederações e cinco Copa América.
A saída, diz, era esperada a qualquer momento porque sua “situação havia ficado muito difícil”, além da tensão entre o governo de Dilma Rousseff e a Fifa.
O esportivo espanhol Marca destacou que o Teixeira enfrentava críticas por sua gestão e denuncias de corrupção na organização do mundial de 2014. Por isso, estaria há meses em uma situação difícil.
O argentino Olé traz uma matéria com o título “Adeus Teixeira”, a apontar que o dirigente renunciou pressionado por corrupção. “A FIFA, como nunca, preocupada pelo próximo mundial”, escreveu o jornal.
O Clarín, também da Argentina, ressalta as acusações de corrupção e os supostos subornos no final dos anos 1990 envolvendo a Fifa, além da suspeita de superfaturamento na partida amistosa entre Brasil e Portugal em 2008, como os principais motivos pela queda.
O diário britânico The Guardian destacou apenas a renúncia por problemas de saúde.
Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: A Carta Capital

Defesa do goleiro Bruno vai admitir morte de Eliza em julgamento


O atleta e mais sete são réus no processo sobre morte da jovem.Para advogado, Bruno não mandou e não participou do crime.

O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Rui Caldas Pimenta, contou neste domingo (11), que a estratégia de defesa do atleta no julgamento admitirá a morte de Eliza Samudio. De acordo com Pimenta, a tese é diferente da sustentada por outros defensores que já passaram pelo caso. Até então, a defesa do goleiro sustentava que a jovem estava viva, já que o corpo nunca foi encontrado.
Bruno e mais sete são réus no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza. De acordo com a pronúncia da juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, Eliza foi morta em junho de 2010, após tentar na Justiça o reconhecimento da paternidade de seu filho pelo goleiro.
De acordo com Pimenta, a tese de que “sem corpo não há materialidade” está incorreta. “Essa é tese há muito superada. Quando eu assumi (a defesa do goleiro), eu falei pro Bruno ‘Bruno, isso é fantasia’. Demonstrei a ele que a tese correta é a verdade. Admitimos que ela foi assassinada”. Ainda segundo o advogado, o amigo do goleiro Luiz Henrique Romão, o Macarrão, tomou a decisão de matar a jovem.

Macarrão, na saída do juizado de Contagem (MG), na semana passada (Foto: Reprodução/Globo News)A tese atual da defesa sustentada por Pimenta é que Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, porque Bruno queria que ela comprasse um apartamento na cidade mineira. Ela ainda freqüentaria o sítio do goleiro, na cidade de Esmeraldas, próxima a Belo Horizonte, com o filho. Eliza não queria a compra, mas foi levada a Belo Horizonte por Macarrão e pelo adolescente apreendido no processo. Pimenta admite que Eliza esteve no sítio de Bruno dias antes de ser morta, em junho de 2010, e que ela foi agredida pelo adolescente.
Macarrão, na saída do juizado de Contagem, em
julho de 2010 (Foto: Reprodução/Globo News)
Ainda de acordo com o advogado, a orientação de Bruno era que Macarrão levasse Eliza para a rodoviária de Belo Horizonte, para que ela fosse até São Paulo participar da seleção para um trabalho. Ela pediu dinheiro a Bruno para fazer esta viagem. Bruno, segundo o defensor, entregou R$ 30 mil a Macarrão e pediu que a levasse para a rodoviária, para que ela conseguisse o primeiro ônibus disponível. “Era para o Macarrão levar (Eliza) e entregar os R$ 30 mil. O Macarrão falou (para Bruno) que a deixou na rodoviária, ele mentiu pro Bruno”, disse Pimenta.
“A moça foi morta, assassinada, mas Bruno nunca quis, nunca desejou a morte dela”, falou o defensor. Pimenta vai sustentar no julgamento que Macarrão tomou a decisão de matar Eliza por ciúme. “Por iniciativa própria, ele levou a moça para ser assassinada. O Bruno não participou e não sabia. Quando soube, teve uma discussão com o Macarrão”, contou.
G1 entrou em contato com o advogado de Macarrão, Wasley César de Vasconcelos, mas não conseguiu falar com o defensor. No dia 12 de janeiro, em entrevista ao G1 sobre a possibilidade de o crime ter sido cometido somente por Macarrão, sem a participação do Bruno, o advogado negou. “Foi a estratégia mais infeliz cogitada no processo até hoje. É uma estratégia desesperada. Se o Macarrão tivesse matado essa mulher, por que é que um ano e dez meses depois se falou disso, por que o Bruno continuou preso?”, defendeu.
Eliza Samudio (Foto: Reprodução/TV Globo)Eliza Samudio (Foto: Reprodução/TV Globo)
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.
Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Portal G1

terça-feira, 6 de março de 2012

Aliança entre GM e PSA torna o mercado mais competitivo


Aliança estratégica entre as duas companhias é resposta contra a crise nos mercados desenvolvidos e o aumento da competitividade no setor. Foto: AFP
A aliança estratégica firmada entre a General Motors e o grupo PSA Peugeot Citroën, na última semana, gerou rumores de concentração de mercado. Mas isso está longe de acontecer, entende o professor de fusões e aquisições da FGV, Oscar Malvessi. “Este tipo de operação tem ocorrido há muito tempo entre as indústrias do setor. O objetivo é fortalecer e otimizar os serviços das duas companhias, o que não quer dizer que isso diminuirá a concorrência no setor”, diz.
O professor relembra que indústrias automobilísticas relativamente novas nos mercados mundiais, como as chinesas (JAC Motors e Chery) e as sul-coreanas (Kia Motors e Hyundai), vêm ganhando espaço com inovações tecnológicas, desenhos arrojados, preços atrativos e estratégias de marketing. “A aliança se configura em um cenário de aumento da competição internacional e está muito mais relacionada à sobrevivência das empresas do que à dominação do mercado”, defende Malvessi.
Muito fortes em mercados desenvolvidos, a GM e a PSA não poderiam se aliar em momento mais necessário. Com os Estados Unidos e União Europeia em recessão e com grande reserva ociosa de automóveis, a aliança permitirá às companhias otimizar seus recursos e utilizar suas instalações em sinergia para não acumular mais prejuízos nestes mercados. Além de investir em pesquisa e desenvolvimento de forma conjunta.
Já se escuta do chefe da PSA, Phillipe Varin, em compartilhamento de linhas de montagem, enquanto um jornal alemão aponta até a plataforma que seria aproveitada para novos modelos médios da aliança — a do Insignia, premiado sedã da Opel, subsidiária da GM.
Isso indica que, embora as empresas não tenham passado por um processo de fusão – união de companhias de tamanho parecido – ou de aquisição – compra de uma empresa -, as companhias terão produtos relativamente parecidos. Teoricamente competidoras entre si, espera-se que seus produtos usem os mesmos motores, transmissões e demais partes. Com diferenças apenas nas cascas e no status do veículo. “Após a aliança, provalvelmente as duas companhias dividirão entre si parcelas do mercado. Isso acontece com a diferenciação do design do produto e do posicionamento que a marca vai escolher ter no mercado, por meio do marketing”, diz Malvessi.
No Brasil, a PSA já age desta maneira, mantendo a Citroën e Peugeot como rivais, enquanto outro grupo formado pela Hyundai e Kia brigam até na publicidade.

Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Portal A Carta Capital

O Poeta da Vez...


Cora Coralina
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Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho, em casa comprada por sua família no século XIX, quando seu avô ainda era uma criança. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa de Goiá.

Começou a escrever os seus primeiros textos aos quatorze anos de idade, publicando-os nos jornais locais apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com Mestra Silvina. Publicou nessa fase o seu primeiro conto, Tragédia na Roça.

Casou-se em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, com quem se mudou, no ano seguinte, para o interior de São Paulo. Viveria no estado de São Paulo por quarenta e cinco anos, inicialmente nas cidades de Avaré e Jaboticabal, e depois na cidade de São Paulo, para onde se mudaria em 1924. Ao chegar à capital, teve que permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a praça do Patriarca. Um de seus filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932.

Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender lingüiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, até que, em 1956, retornou para Goiás.

Ao completar cinquenta anos de idade, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo". Nesta fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás.

Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD.

Cora Coralina morreu em Goiânia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.

Primeiros Passos Literários

Os elementos folclóricos que faziam parte do cotidiano de Ana serviram de inspiração para que aquela frágil mulher se tornasse a dona de uma voz inigualável e sua poesia atingisse um nível de qualidade literária jamais alcançado até aí por nenhum outro poeta do Centro-Oeste brasileiro.
Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.
Obras
  • Estórias da casa velha da ponte
  • Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais
  • Meninos verdes (Infantil)Meu livro de cordel
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Divulgação Nacional

Foi ao ter sua poesia conhecida por Carlos Drummond de Andrade que Ana, já conhecida como Cora Coralina, passou a ser admirada por todo o Brasil.
Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás, foi publicado pela Editora José Olympio em 1965, quando a poetisa já contabilizava 75 anos. Reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX.

Onze anos mais tarde, em 1976, compôs Meu Livro de Cordel. Finalmente, em 1983 lançou Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha (Ed. Global).

Cora Coralina foi eleita intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores em 1983. Dois anos mais tarde, veio a falecer.

Mãe

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.

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Fonte texto: Portal Canto do Escritor