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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O maior resultado da campanha anti-PT: nasce a república teocrática do Rio de Janeiro

Já há algum tempo venho alertando que, enquanto reclamam do Fla-Flu entre PT e PSDB, a direita mais retrógrada corre por fora e cresce como força política. Nesta eleição para prefeito, os fundamentalistas religiosos conquistaram nada menos que a segunda capital mais importante do país, o Rio de Janeiro. Na internet, a piada é que a Cidade Maravilhosa agora passa a se chamar RIURD Janeiro, em referência à Igreja Universal do Reino de Deus, de onde saiu o bispo Marcelo Crivella, o novo prefeito, do PRB. É rir para não chorar.
Já há algum tempo venho alertando que, enquanto reclamam do Fla-Flu entre PT e PSDB, a direita mais retrógrada corre por fora e cresce como força política.
Nesta eleição para prefeito, os fundamentalistas religiosos conquistaram nada menos que a segunda capital mais importante do país, o Rio de Janeiro. Na internet, a piada é que a Cidade Maravilhosa agora passa a se chamar RIURD Janeiro, em referência à Igreja Universal do Reino de Deus, de onde saiu o bispo Marcelo Crivella, o novo prefeito, do PRB. É rir para não chorar.
De quem é a responsabilidade pelo avanço dos fundamentalistas religiosos na política? Em primeiro lugar, da velha mídia. Em sua sanha para arrancar o PT do poder, os meios de comunicação brasileiros fortaleceram a direita golpista, simpatizante da ditadura militar e fundamentalista. Cría cuervos y te sacarán los ojos, diz o adágio espanhol, que cabe como uma luva no desespero da rede Globo e da revista Veja em tentar derrotar o arqui-inimigo Crivella, sem sucesso. Vão provar agora do seu próprio veneno.
Mas não se pode tirar a responsabilidade de cima dos ombros do próprio PT e do rival PSDB, que, na briga pelo poder, em vez de marcar distância do fundamentalismo religioso, disputavam encarniçadamente o apoio das igrejas evangélicas e de suas lideranças em todas as eleições nos últimos anos. Crivella, aliás, foi ministro de Dilma Rousseff em nome da tal “governabilidade”. Também entra na conta de ambos os partidos a ausência do Estado nas periferias das grandes cidades, que deixou-as à mercê das igrejas neopentecostais e do proselitismo religioso. Com o tempo, os fundamentalistas foram ganhando espaço e chegando cada vez mais longe, até alcançar pela primeira vez um dos cargos mais concorridos da nação.
O que fará o bispo Marcelo Crivella, um reacionário, à frente de uma das cidades mais belas e complexas do mundo? É uma incógnita, mas certamente sua administração não será marcada pelo Estado laico previsto na Constituição, no artigo 19, inciso I, que preconiza: “é vedado ao Poder Público estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança”.
Que Deus (ops!) tenha piedade dos cariocas. E parabéns aos envolvidos.

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