Ele votou a favor do golpe em nome da família, de Deus e do povo brasileiro. Ele é contra a união civil homoafetiva e contra a abordagem de gênero nas escolas. Ele é a favor da redução da maioridade penal.
Ele é o homem branco, heterossexual e cristão cuja maior saudade é agarrar uma determinada mulher, que não é sua esposa, e ficar olhando o que ele descreve como “a carinha linda de choro gritandonão”. Quem é ele? Se você disse Marco Feliciano acertou em cheio.
Ele é o homem branco, heterossexual e cristão cuja maior saudade é agarrar uma determinada mulher, que não é sua esposa, e ficar olhando o que ele descreve como “a carinha linda de choro gritandonão”. Quem é ele? Se você disse Marco Feliciano acertou em cheio.
Há mais ou menos uma semana circula pela internet, a denúncia de que Marco Feliciano perseguiu, assediou, tentou abusar e ameaçou de morte uma jovem militante do Partido Social Cristão. A notícia que está sendo veiculada unicamente pelas redes sociais não foi bem uma surpresa para muitas outras mulheres. Marco Feliciano é uma figura conhecida por ser reacionário, machista e lgbtfóbico. Há poucos meses, o deputado disse em uma audiência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados que não existe cultura do estupro, mas estupradores. E agora já sabemos o porquê.
É muito mais fácil fugir da questão sobre a não existência de uma cultura da qual você usufrui e fomenta, quando se é conivente com ela. Situação que a grande mídia não divulga nem mesmo uma pequena nota, porque é muito mais lucrativo criminalizar o movimento LGBT+ e feminista do que considerar a possibilidade de que existe um pastor defensor da moral, da família e dos bons costumes que tentou estuprar uma mulher. Violência sexual contra a mulher não é manchete que gera ibope. O silêncio da mídia é ensurdecedor.
A jovem se autodeclara como “jornalista, reacionária, cristã, mulher. Feminina sim, feminista… JAMAIS”. O que isso prova? Nenhuma mulher está livre de machismo, de passar por uma situação de abuso sexual. Mesmo essas mulheres que defendem ideais conservadores, que agradam e MUITO a homens da mesma estirpe do pastor, não estão salvas de passar por uma agressão. Nesse momento, pouco me importa se essa jovem é feminista ou antifeminista, o que realmente me preocupa é o risco de vida que ela corre ao denunciar o deputado Marco Feliciano. Eu também me importo em saber como anda a saúde psicológica dela e se ela precisa de alguma ajuda, porque eu a ajudaria. E estou certa de que não seria a única. Esse acontecimento só escancara a realidade misógina da bancada evangélica. A jovem que fez a denúncia é antifeminista, mas nenhuma feminista desacreditou sua declaração, pelo contrário, elas estão cobrando uma divulgação na mídia e a prisão do deputado. Isso destaca o que nós já sabemos: se não nos protegermos e ajudarmos, nenhum homem o fará. Ainda que passemos nossa vida reproduzindo o discurso machista, nós sempre seremos oprimidas por homens.
Prints e gravações de áudio foram divulgados. Não há como tentar dizer que é tudo uma grande mentira e, além disso, reitero a necessidade de posicionamento da grande mídia e o fim da tentativa de encobrir esse caso que é só mais uma amostra do que essa laia realmente defende quando diz representar Deus e suas famílias. Esse acontecimento serve pra enfatizar ainda mais que se Deus está em algum lugar, certamente é longe da bancada evangélica. O lugar de Marco Feliciano e de toda sua corja que tentou abafar o caso de todas as formas é um só: CADEIA!
Fonte: Revista Forum
Fonte: Revista Forum
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