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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dilma, entre ser dama de ferro ou rainha da Inglaterra

A se confirmar a indicação de Luís Felipe Salomão para o STF (Supremo Tribunal Federal) – na vaga de Joaquim Barbosa – haverá a completa peemedebização do poder. Salomão foi apadrinhado por Eunício de Oliveira, Eduardo Cunha e pelo Ministro Luiz Fux. No caminho ficaram indicações de Ricardo Lewandowski – como Heleno Torres e o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Marcus Vinicius -, e de Teori Zavascki – o jurista paranense Luiz Edson Fachin.
O quadro político é sumamente curioso.
A se confirmar a indicação de Luís Felipe Salomão para o STF (Supremo Tribunal Federal) – na vaga de Joaquim Barbosa – haverá a completa peemedebização do poder.
Salomão foi apadrinhado por Eunício de Oliveira, Eduardo Cunha e pelo Ministro Luiz Fux. No caminho ficaram indicações de Ricardo Lewandowski – como Heleno Torres e o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Marcus Vinicius -, e de Teori Zavascki – o jurista paranense Luiz Edson Fachin.
Todos eles foram ficando pelo caminho, vetados pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e pelo ex-deputado Sigmaringa Seixas, uma espécie de consultor permanente de governos para indicações ao STF.
Também do PMDB, o vice-presidente Michel Temer assumiu a coordenação política do governo. E seu primeiro passo foi se encontrar com o ex-presidente Lula para receber suas bênçãos.
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No parlamento, a negociação de uma questão central para as bases do PT – a terceirização – ficou nas mãos do Ministro da Fazenda Joaquim Levy, que limitou-se a defender a parte fiscal do projeto, assegurando que não haverá perda de receita da União.
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Em suma, emergiu da crise uma Dilma Rousseff repaginada de uma forma surpreendente. A centralizadora abriu lugar para uma presidente que, nesses primeiros momento, parece ter abdicado da vontade de governar.
Dê-se o devido desconto ao estado de espírito de Dilma, depois de três meses de tiroteio incessante, em que não houve um dia só de trégua. E não tem dama de ferro nem cavaleiro de aço que resista a uma temporada de tiroteio tão pesado.
De qualquer modo, Dilma não parece ser pessoa de abdicar da luta ou da autoridades. Nunca mostrou vocação para ser Rainha da Inglaterra. Resta saber de que modo se comportará nos próximos meses com a trégua forçada a que se impôs.
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Mesmo sem a carga pesada de administrar disputas políticas e jurídicas, ainda deve ao país um plano estratégico, um roteiro sobre o que pretende no segundo governo.
Há um conjunto de definições que ela terá que arbitrar, se quiser sobreviver no segundo tempo do jogo.
Com a realidade despencando em sua cabeça, a presidente parece ter-se dado conta dos limites do voluntarismo na política. Agora precisa se dar conta dos limites da ortodoxia.
Seria o momento de definir um novo estilo de atuação, um novo projeto de desenvolvimento social sem brigar com o mercado, mas sem abdicar do papel indicativo do Estado.
Há um conjunto enorme de boas ideias e boas políticas já testadas em todas as áreas. Se Dilma só tem paciência para a gestão, que assuma esse papel.
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Mesmo negociando cargos de Ministros, cada Ministério dispõe de Secretarias Executivas que devem ficar em mãos operacionais alinhadas com a estratégia geral de governo – quando a estratégia for explicitada.
Dilma precisa sair do casulo, das armadilhas do dia-a-dia, e olhar para fora, para um país que, apesar das crises, caminha de forma esplêndida.
Há novos grupos sociais, ativos, inquietos, tanto do lado dos movimentos sociais, quanto do empreendedorismo pujante das start-ups.
Há uma capacidade ociosa aguardando a solução dos problemas do pré-sal para voltar a produzir. Há muito capital produtivo à espera das novas regras de concessão.
O país está vivo.
Fonte: Luis Nassif OnLine

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