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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SP: Empresa corruptora cita 'amigos políticos' no governo tucano


Aumentam suspeitas de corrupção com email de ex-presidente da Alstom no Brasil
Reportagem do jornal Estado de São Paulo revelou nesta quinta-feira (24) o conteúdo de um email escrito pelo então presidente da Alstom no Brasil,  o engenheiro José Luiz Alquéres, em 18 de novembro de 2004, no qual ele recomenda que diretores da empresa contratem Arthur Gomes Teixeira, consultor apontado pelo Ministério Público como o pagador de propinas a funcionários do Mêtro e CPTM do governo do estado de São Paulo. O email de Alquéres foi endereçado aos diretores de quatro áreas da empresa com cópia para os mandatários mundiais da Alstom, na França, e foi captado pela Procuradoria da Suíça durante a investigação da suspeita de pagamento de propina a João Roberto Zaniboni - ex-diretor de operações e manutenção da CPTM entre 1998 e 2003.
"Cooperação"
"Temos um longo histórico de cooperação com as autoridades do Estado de São Paulo, onde fica localizada nossa planta(...).O novo prefeito recém-eleito participa das negociações que vão nos permitir a reabertura da Mafersa como Alstom Lapa. O atual governador também participa.", escreve ele referindo-se à José Serra, recém-eleito como prefeito do município e Geraldo Alckmin, gonvernador do Estado, ambos do PSDB.
Segundo a reportagem, em 2004 a unidade Alstom Lapa não ia bem financeiramente, tinha poucos contratos e sofria com a falta de investimento, chegando quase a fechar as portas. Para que a empresa voltasse a ser competitiva o presidente apostava em contratos com o governo paulista: "Nesse período de mudanças sofremos duas grandes derrotas em leilões públicos, coisa que não ocorria há anos. Mas ainda podemos ter sucesso nos 4 projetos que o estado de São Paulo vai negociar ou leiloar nas próximas semanas".
"Amigos políticos"
A suspeita, portanto, de que houve pagamento de propina nos processos de licitação ganha corpo com as afirmações de Alquéres: "O processo está avançando, começo a receber mensagens de parceiros em potencial, e, principalmente, dos amigos políticos do governo que apoiei pessoalmente. A Alstom deve estar presente, como no passado."
Em 2005, um dos projetos pelo qual a empresa se interessava foi vencido por um consórcio liderado pela Alstom, no valor de R$ 223,5 milhões, o que resultou na compra de 12 trens para a CPTM. A Promotoria de São Paulo moveu uma ação por "grave irregularidade no sexto aditamento, verdadeira fraude à licitação e desvirtuamento total do contrato inicial", que aumentou em 73,69% o valor da compra.
Propina
Cópias de documentos bancários que chegaram ao Brasil através do Ministério Público suíço revelam que Teixeira transferiu US$ 103,5 mil para Zaniboni em maio de 2000. Naquele mesmo ano, em dezembro, um sócio do consultor transferiu US$ 113,3 mil para o ex-diretor da CPTM.
Cinco dirigentes são citados por Alquéres no email: "Três das cinco pessoas que foram dispensadas recentemente, como Carlos Alberto (diretor-geral) e Reynaldo Goulart (Desenvolvimento de Negócios) ou transferidas como Reynaldo Benitez (diretor financeiro) desenvolveram fortes e robustos relacionamentos pessoais com membros da CPTM e do Metrô-SP.
Fonte: Caros Amigos

O Globo faz vestibular para “Pholha


Faz tempo que não vejo papel ser gasto tão  à toa.
Na ânsia de criar polêmica sobre o Enem, um sucesso total, apesar das dificuldades em aplicar uma prova em todo este país imenso a mais de sete milhões de alunos, O Globo dá espaço a uma baboseira de internet, os comentários no Facebook sobre a grafia “gazolina” numa charge dos anos 50/60.
Tema digno daquelas tolices tão ao gosto da Folha, que eu chamo sempre de “folhices”
Ficamos, então, avisados de que, quando o amigo encontrar uma foto antiga, onde aparece escrito “pharmácia”, isso deve ser levado ao Photoshop para virar “farmácia”.
O Globo vai ouvir o Ministro da Educação sobre isso, pode?
Certamente vai parar no Jô Soares e aquele abominável e frequente festival de besteirol que ele faz, sempre, com asneiras escritas por estudantes, num espetáculo sádico de humilhação da ignorância.
A capacidade da mídia brasileira de ser irrelevante é algo profundo.
Fonte: O Tijolaço

Neonazista que enforcou mendigo recebe liberdade

Justiça permite liberdade a neonazista preso após enforcar morador de rua. Juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima concedeu alvará de soltura para Donato Di Mauro

Morador de rua foi agredido por neonazista Donato Di Mauro (Arquivo)
Os advogados de Antônio Donato Baudson Peret, conhecido como Donato Di Mauro, de 25 anos, devem acompanhar os procedimentos que irão possibilitar a saída do neonazista detido na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem. A juíza da 9ª Vara Criminal da Justiça Federal de Belo Horizonte, Raquel Vasconcelos Alves de Lima, concedeu o alvará de soltura para o jovem nesta quarta-feira (23).
Em abril deste ano, a Polícia Civil prendeu o auxiliar de ourives no interior de São Paulo. Ele saiu da Capital mineira após a repercussão de uma postagem feita em seu perfil no Facebook que chamou a atenção das autoridades. Donato divulgou uma foto na qual aparecia enforcando um morador de rua negro na Savassi. Na legenda da imagem, o rapaz justificava dizendo que o homem agredido era usuário de drogas.
Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26 anos, e João Matheus Vetter de Moura, de 20, acabaram sendo detidos em Belo Horizonte na mesma operação, suspeitos de integrarem o grupo do qual Donato fazia parte. Nos perfis mantidos pelos três em redes sociais foram identificadas diversas mensagens de ódio com conteúdo racista e nazista. Eles ainda são acusados de participação em agressões e ameaças contra hippies, homossexuais, moradores de rua e negros em Belo Horizonte.
Em outubro, João Matheus foi solto após cumprir um mandato de prisão temporária de dez dias. Já Marcus Cunha conseguiu sair da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria na semana passada, quando a Justiça concedeu um habeas corpus ao acusado.
Eles respondem a processos por formação de quadrilha, racismo e divulgação do nazismo.
Fonte: Pragmatismo Político

PMs foram obrigadas a ocultar provas de tortura contra Amarildo


Quatro policiais militares - todas mulheres - afirmaram ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) que foram obrigadas por superiores a ocultar provas da tortura ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, além de terem recebido ordens para mentir aos investigadores do caso.


As soldados, que trabalhavam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, prestaram depoimento à promotora Carmen Eliza de Carvalho. "Elas desabaram. Choraram mesmo. E todas falaram a mesma coisa: 'Hoje, depois de muitos meses, eu vou conseguir dormir'", disse ela. As informações são do Bom Dia Brasil, da TV Globo.

As PMs esconderam as informações sobre a tortura durante mais de três meses - Amarildo desapareceu no dia 14 de julho, após ser levado à sede da UPP da Rocinha. Elas afirmaram que só tiveram coragem de contar a verdade depois que alguns dos policiais acusados de envolvimento no caso foram presos.

Uma das PMs disse que ouviu gritos e pedidos de socorro vindos de trás da sede da UPP, mas tapou os ouvidos para não ouvir - ela disse a duas colegas que "isso não se faz nem com um animal". A tortura durou cerca de 40 minutos - depois, houve silêncio e, em seguida, barulho de risos.

Outra PM disse à promotora que o então comandante da UPP, major Edson Santos, chamou os policiais para uma reunião com um advogado, e o encontro foi como um pré-depoimento: os agentes receberam orientações sobre o que deveriam falar aos investigadores. "Elas tinham muito medo do que poderia acontecer com elas. 'Vocês não ouviram nada, não teve nada de anormal e Amarildo desceu pela escada.' O tom era esse de orientação. Entenda-se determinação", disse a promotora. 

O sumiço de Amarildo
Amarildo sumiu depois de ser levado por PMs para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade. O ex-comandante da unidade sustentou que o pedreiro foi ouvido e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem Amarildo saindo da UPP, pois as câem frente à UPP. E eles ainda não contavam que uma outra câmera, mais para o fim da escada, estava em pleno funcionamento e não registrou a passagem do pedreiro como eles alegavam", completou ainda a promotora do Gaeco. 

Os dez primeiros PMs denunciados e já presos negam participação no crime. O corpo de Amarildo segue com paradeiro desconhecido - no último dia 27 de setembro, uma ossada foi localizada no município de Resende, no sul do Estado do Rio de Janeiro. A necrópsia realizada, no entanto, não foi esclarecedora e um novo exame será realizado a fim de concluir o relatório para definir se trata-se, ou não, do ajudante de pedreiro morador da Rocinha.

Fonte: Portal Vermelho

AS FILHAS DO PSDB ENVOLVIDAS EM ESCÂNDALOS CABELUDOS – SÓ QUE A MÍDIA ALIVIA AS 'MENINAS".

FHC e Kobayashi - No "ninho" tucano todos os escândalos são minimizados pela imprensa. Duro nesse país é ser filho de Erenice, aí.........

Filhas, melhor não tê-las, mas se não tê-las............

Lá atrás foi a filha de Fernando Henrique Cardoso, funcionária fantasma do Senado, relacionada na folha de pagamento do Gabinete do recém derrotado Senador Heráclito Fortes do DEM. De 2003 até 2009, Luciana Cardoso, recebeu algo em torno de R$ 5.000,00 por mês, para ficar em casa, e conforme declarou o Senador, “arrumar uns documentos para a biografia dele”. A própria filha de FHC declarou que não ia ao Senado, e que aquilo era “bagunça”.

Depois foi a filha de José Serra, que pelo que se diz, era sócia de uma empresa que conseguia acesso a contas bancárias e cadastros de cidadãos (60 milhões de contas de contribuintes brasileiros teriam sido violadas)

Recentemente o caso envolve as filhas de Paulo Preto, UMA DELAS NOMEADA EM CARGO DE COMISSÃO POR JOSÉ SERRA, coincidentemente logo assim que ele assumiu o governo do Estado de São Paulo e a família de Paulo Preto (Esposa e filha) emprestaram ao tucano ALOYSIO NUNES (unha e carne com Serra) a bagatela deR$ 300 MIL. A outra menina dos tucanos é advogada de empreiteiras que tem relação com o governo paulista. O pai toca a obra e ela defende a empreitada.

Por último agora é a DONA DA GRÁFICA, irmã de um dos principais coordenadores da campanha de Serra. A família Kobayashi, tucanos, enrolados na má impressão de panfletos eleitorais ilegais. Todos pelo visto, abençoados por um Bispo, e todos agora tendo que explicar para a Polícia Federal, de onde veio a grana para financiar tamanha indignidade.

Pelo visto, família e filha de tucano, tucana é, e, quem sai aos seus ........

As meninas, porém, serão poupadas, logo, logo, tudo estará esquecido. Ou alguém viu a Mídia cobrar da filha de FHC, os aproximadamente R$ 450 mil que ela recebeu sem trabalhar ? Ela mesma declarou em entrevista que era fantasma. Alguém viu por acaso indignação na Mídia com a tal empresa e procedimento da filha de Serra? Alguém aí já viu o rosto das filhas de Paulo Preto na capa da Veja ou da Época. E alguém aí já leu no O Globo algo sobre a GRÁFICA DO CAMBUCI ?

Sugestão para o cineasta Barretão: Faça um Filme intitulado “AS FILHAS DO TUCANATO”. Mas não espere que a Globo divulgue.
Fonte: 007BondBlog

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Admirado no mundo, Mujica enfrenta críticas e contradições no Uruguai

Presidente uruguaio é hábil com oposição, mas tem dificuldades na base governista
Na última Assembleia Geral da ONU, em setembro, o uruguaio José “Pepe” Mujica foi um dos presidentes mais aplaudidos e comentados, com um discurso criticando o consumismo e a desumanização da sociedade. Não foi o seu primeiro sucesso internacional – na Cúpula Rio + 20, em junho de 2012, também causou comoção sua intervenção falando sobre o uso irresponsável dos recursos naturais do planeta.

Palavras de efeito, que somadas ao fato dele ter se tornado símbolo de um estilo de vida sem excesso, transformaram Pepe num astro das redes sociais, exemplo de político honesto e sincero.

Porém, dentro do Uruguai, essa imagem não é tão favorável quanto o que se vê fora do país. Segundo a última pesquisa do Instituto Cifra, publicada em agosto, a imagem pessoal de Mujica é bem avaliada por 49% dos uruguaios, e sua gestão de governo é vista como positiva por 45%. A aprovação ainda é maior que a rejeição, que chegou a 33% em ambos os casos.

A contradição sobre a popularidade de Mujica tem a ver, sobretudo, com a sua capacidade de gestão, segundo o cientista político Daniel Buquet, da Universidade da República do Uruguai. “A razão pela qual ele é admirado no mundo é a mesma que o levou a ser eleito presidente pelos uruguaios, a imagem de homem simples, que funcionava muito quando ele era legislador, mas que ficou abalada quando surgiu a imagem do Mujica gestor”, comenta.

A carreira política de Mujica começou em 1995, quando o ex-guerrilheiro tupamaro foi eleito deputado, cargo que exerceu até 2000, antes de ser senador. Em 2005, sendo um dos políticos mais populares do país, Mujica chegou ao poder executivo, como ministro do primeiro governo da Frente Ampla (coalizão de centro-esquerda), liderado por Tabaré Vázquez.

Assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca, mas sua gestão foi considerada errática, com algumas de principais medidas favorecendo associações ruralistas – como o perdão da dívida dos produtores e a defesa de uma política de dólar mais caro, que favorecesse os importadores –, o que lhe rendeu muitas críticas da esquerda no país.

A avaliação de Mujica como ministro, porém, não afetou sua popularidade e, em 2009, foi eleito presidente com 52% dos votos. Desde então tem mantido as políticas iniciadas no governo de Vázquez, mesclando pragmatismo econômico com redistribuição de renda.

Bom de diálogo, mal de coesão

Segundo o cientista político Daniel Buquet, Mujica tem grande mérito na sua forma de fazer política, ao dialogar com a oposição e fazer acordos, o que garante maior facilidade em aprovar projetos.

O acadêmico cita o fato de o presidente uruguaio ter permitido a indicação de políticos opositores como diretores de empresas estatais como exemplo da forma de negociar de Mujica. “Ele sabe lidar com as diferenças e conseguir acordos favoráveis para ambos os lados, é um de seus melhores atributos”, define.
Mas essa qualidade contrasta com outro problema relacionado com o seu governo, que é a falta de coesão interna. Buquet cita, como exemplo, a má relação entre Mujica e Vázquez, e sua ainda pior relação com Danilo Astori, que é vice-presidente. “Mujica tem mais problemas com as outras facções da Frente Ampla que com a oposição, isso gera uma sensação estranha, de um político que não consegue impor sua liderança”, acredita Buquet.

Temas polêmicos

Além da imagem de simplicidade, outro fator que tem rendido crédito a Mujica, principalmente pela esquerda de fora do Uruguai, são as conquistas da agenda de direitos civis que o país tem apresentado, com a legalização da maconha, do aborto e do matrimônio civil homossexual.

Agência Efe
Mujica em sua agenda de personalidade internacional

As leis do aborto e do matrimônio gay, no entanto, nasceram de iniciativas de parlamentares da Frente Ampla, e não contaram com apoio do Poder Executivo até estarem a ponto de serem aprovados.

“Mujica nunca defendeu com força esse projeto, com exceção do projeto da maconha, que ele apoia efusivamente. Quando alguma novidade sobre o tema parece trazer os holofotes para o país e para sua imagem, tenta postergar a aprovação para não confrontar a oposição”, opina Daniel Buquet.
Fonte: Opera Mundi

A tropa de elite é como a elite é: bruta e cruel com os pobres

bopebrasil

A tropa de elite é como a elite é: bruta e cruel com os pobres

A Folha traz hoje uma destas reportagens que, mesmo bem intencionadas, incorre no mesmo erro de colocar policiais com preocupações humanistas e legalistas na categoria dos “personagens folclóricos”.
O Coronel Íbis Pereira, que desafina o coro da brutalidade e diz que a política precisa parar de cultuar a violência, não é uma “anormalidade” na corporação. É antes um dos “sobreviventes” de uma corrente do oficialato policial-militar que tem, há 20 anos, sido colocado à margem, discriminado e desvalorizado.
O coronel Ibis é um dos muitos jovens da periferia que encontrou, como cadete policial-militar a oportunidade de educar-se e progredir profissionalmente, quando este país lhes oferecia poucas ou nenhuma possibilidade. Seus méritos são seus e de todo um contingente de jovens que resistiu ao caminho fácil da brutalidade, que não raro se liga a negócios.
Esta corrente humana, sufocada durante a ditadura pelo comando do Exército sobre a atividade policial – e, como é natural para um exército, impondo sua visão de guerra – pôde vir à tona no Rio de Janeiro quando um de seus mais bem preparados integrantes, o coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, outro dos oficiais que vieram das mesmas origens do Coronel Ibis, foi guindado ao comando da PM no Rio de Janeiro.
E como foram combatidos e caluniados! Por se recusarem a produzir cenas de barbárie como as que a PM descia os morros com pobres enfieirados numa corda, como nos tempos da escravatura retratados nas gravuras de Debret, a mídia e o conservadorismo diziam que a polícia não podia subir morro, que tratava os bandidos aos paparicos, que estava emasculada.
Ibis, diz a Folha, entrou na PM influenciado pelas ideias de Cerqueira e Darcy Ribeiro.  Tem pavor da caveira como símbolo do BOPE, diz que se estabeleceu um culto à brutalidade do batalhão de elite da polícia fluminense.
Não foi por acaso e menos ainda por culpa exclusiva de um pensamento policial militar.
A mídia sempre exigiu dos governantes do Rio de Janeiro – e vários deles cederam docemente a isso – uma repressão brutal sobre os pobres, embora recentemente mais bem “cobertas” pelo discurso da devolução da liberdade ás comunidades dominadas pelo tráfico.
Como se promover a ocupação militar de uma área pudesse libertar seus habitantes.
A classe média, em nome da “segurança” apoiou a transformação das polícias em tropas que portam fuzil, algo que não existe em qualquer lugar do mundo. E vibrou com a expulsão do tráfico lá para as lonjuras da periferia, com ” ocupações” bélicas para as quais, claro, se providencia o necessário “aviso prévio” ao tráfico para que se mude para outra área.
Vibrou com o festejado cinema que mostrou esta polícia “heróica” com os de baixo.
Mas torceu o nariz para quando, em lugar de containeres como aquele em que foi torturado e morto o trabalhador Amarildo de Souza, o Estado “invadia” – e não uma dúzia, mas centenas – favelas com escolas de alta qualidade e uma concepção de tirar das ruas e dar atenção integral às crianças.
Ah, aí era demagogia e populismo.
Política de Estado, boa, mesmo, é Caveirão e seus “caveiras” da tropa.
A tropa de elite foi, pra valer, a tropa da elite, que não consegue ver outra maneira de tratar nossos irmãos pobres senão como animais: ou se amestra, ou se enjaula.
Mas essa elite se choca quando vê, sobre seus filhos, um pouco, apenas um pouco, do que os jovens pobres da favela vivem todos os dias: o “geral, encosta aí!” ; o flagrante forjado, a violência gratuita.
“A dignidade da pessoa não é valor no Brasil. É apenas retórica, discurso. A pessoa vomita isso, mas não acredita. Os direitos humanos são um conceito em crise”, diz o Coronel Ibis.
São, coronel, e uma das origens desta crítica é, certamente, uma elite e uma mídia que, para seus desafetos, políticos e socais, quer a justiça do “mata e esfola”, na policia e na Justiça.
E que ficam muito espantadas quando encontram um que se aventura a pensar.
Afinal, não é para isso que lhe pagam.
Fonte: O Tijolaço

Aos piratas, uma dica


O site Piracy Data reúne opções para o download legal de filmes e músicas

O site Piracy Data (www.piracydata.org) é um bom exemplo do problema que leva muitas pessoas a enveredar pela pirataria na internet com o intuito de encontrar um filme para assistir. Ele cobre somente o mercado americano, mas usa dados do TorrentFreak (www.torrentfreak.com), que publica os dez filmes mais pirateados todas as semanas, e do CanIStreamIt (www.canistream.it), uma ferramenta de buscas de fontes legais para a compra de filmes. Eles mostram quais filmes do interesse do usuário americano poderiam realmente ser comprados e não pirateados.
Dos dez filmes mais pirateados nos Estados Unidos, somente três poderiam ser alugados online. Seis poderiam ser comprados na web legalmente, enquanto outros quatro não têm qualquer alternativa legal (O AtaqueElyseumOs Instrumentos Mortais: Cidades dos Ossos Dose Dupla). E nenhum dos dez filmes está disponível em serviços de streaming como o Netflix e o Hulu.
Esse resultado, segundo os dados do site, não é incomum. Nas últimas três semanas, somente 20% dos filmes da lista estiveram disponíveis para compra ou aluguel digital. E nenhum deles estava em qualquer dos serviços de streaming, como acontece com a lista atual. A sedução da pirataria fica mais aparente nesses dados.
Um dos criadores do Piracy Data, Jerry Brito disse aoWashington Post que a ideia de criar o site surgiu quando a indústria do entretenimento começou a criticar o Google. Dizia-se então que o site de buscas não tomava medidas suficientes para coibir a pirataria, mesmo quando a empresa já tinha tomado medidas importantes, como rebaixar resultados que levassem a sites conhecidos por hospedar conteúdo pirata.
“A Associação Cinematográfica dos EUA (MPAA, em inglês) reclama que o Google fornece os links para as pessoas, mas qual é a alternativa?”, pergunta Brito, notando que raramente existiriam opções legais para os filmes buscados pelos usuários. Segundo ele, Hollywood deveria mudar seu modelo de negócios e “tomar suas próprias medidas para lidar com a pirataria”, em vez de continuar a jogar a culpa nas empresas de tecnologia. É uma solução sensata que a indústria do entretenimento continua longe de entender e ainda mais distante de pensar em adotar.
Fonte: A Carta Capital

Maria Inês Nassif e as chances do PT na próxima eleição

A presidente Dilma Rousseff deu a volta por cima. Para quem apostava nas suas deficiências de virtude e fortuna – as duas qualidades fundamentais para um governante que se pretenda condutor dos destinos de um povo, segundo Maquiavel – suas respostas às manifestações de junho, e os fatos que se sucederam a elas e antecederam ao prazo legal final para filiação partidária dos políticos com pretensões eleitorais, mostram que a presidenta pode não ser uma Pelé da política, mas é capaz de jogar um bolão quando se dispõe a entrar em campo. E que a sorte que, no passado, a fez emergir de um ministério técnico e ser guindada ao principal gabinete do Palácio do Planalto, não a abandonou.
Comprar a briga pelo Programa Mais Médicos foi uma aposta arriscada, pois foi feita no momento em que as bandeiras empunhadas por milhões de manifestantes eram muito dispersas e existia o risco de que se confundisse a reivindicação de Saúde Pública de qualidade com os vetos corporativos das entidades de classe dos médicos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a jogada do Ministério Público, que conseguiu contrabandear o veto à PEC 37 na lista de reivindicações populares sem que as pessoas que arriscaram a pele indo às ruas soubessem o que isto vinha a ser efetivamente. Desta vez, ao comprar a briga por um programa com razões mais do que justas – levar médicos estrangeiros para os rincões do país onde os brasileiros não queriam ir –, o governo acabou expondo a avareza das razões corporativistas e da oposição ao programa liderada pelas associações médicas. Dilma ganhou porque insistiu (e devia ter insistido em outras questões), e ganhou marginalmente devido à incompetência política dos conselhos de medicina.
Ganhou mais uma vez, quando manteve Alexandre Padilha à frente do Ministério da Saúde, identificou-o com essa briga e depois o liberou para a disputa ao governo do Estado de São Paulo no próximo ano. Nessa luta eleitoral, certamente deve ter aceitado as sugestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desde o ano passado monta cuidadosamente as peças de um jogo destinado a quebrar a hegemonia tucana no Estado. Desde a primeira vitória eleitoral do partido ao governo do Estado, em 1998, peessedebistas se sucedem no Palácio dos Bandeirantes, e ao longo deste período conseguiram, com êxito, amoldar um eleitorado, na sua origem de centro-esquerda, ao programa neoliberal que era comandado pelo governo central no período FHC. Houve uma intersecção perfeita entre esse eleitorado intelectual que caiu em depressão (ou se aproveitou da onda) após a queda do Muro de Berlim e o abraço da socialdemocracia europeia ao neoliberalismo, e aderiu às teorias liberais como se elas fossem a única garantia possível de liberdade, e uma elite paulista que estava despossuída de partidos e convicções no pós-Collor.
A “cola” que juntou agentes políticos antipetistas de diferentes origens em torno do tucanato paulista, um discurso conservador justificado por um moralismo hipócrita, baseado na máxima de que governos petistas são corruptos, e os tucanos não o são, aproxima de sua data de vencimento, com o estouro do escândalo do “propinoduto” do PSDB, enraizado no setor de transporte de sucessivos governos tucanos, desde o primeiro mandato de Mário Covas (1998-2002). O governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, é parte inseparável do esquema: foi um vice-governador atuante no primeiro mandato de Covas e assumiu o governo por praticamente todo o segundo mandato, devido ao falecimento do titular do cargo. As investigações sobre o escândalo, que se iniciaram no Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade), embora sejam cuidadosamente publicadas pela grande imprensa – que dificilmente cita governadores ou o PSDB quando relata capítulos dessa novela – dificilmente escaparão da campanha eleitoral, cujo início não está tão longe que apague da memória dos adversários esta mácula.
A aliança montada para eleger como prefeito da capital o prefeito Fernando Haddad, na medida em que Dilma se consolida como a grande favorita da disputa presidencial, tende a ser transferida para Alexandre Padilha, já consagrado como o candidato petista ao governo. Alckmin vai para a campanha eleitoral com alianças frágeis e um candidato presidencial fraco. Nunca antes, desde a primeira eleição ganha para governador de São Paulo, o PSDB tem condições tão desfavoráveis.
Sorte de Dilma. Quanto maiores as chances de o PT fazer o governador de São Paulo, mais ela tem condições de recuperar, com alguma folga, os votos que pode perder em Minas, com a candidatura de Aécio Neves (PSDB) a presidente. Sorte dupla é a de Marina Silva ter refluído de sua candidatura para apoiar Eduardo Campos (PSB). Marina teria maiores chances de subtrair votos de Dilma em São Paulo e no Rio; Eduardo Campos não terá o mesmo apelo para os paulistas insatisfeitos com a polarização reiterada das eleições entre PT e PSDB; e Aécio, um tucano de fora do circuito paulista, chega para disputar esse voto junto com as denúncias trazidas a público pela Siemens – não é exatamente o que um eleitorado cultivado pelo PSDB no discurso moralista acha interessante. No Rio, as chances do PT sobem na proporção direta do desgaste de Sérgio Cabral – sorte do PT por ter encontrado pela frente o senador Lindberg Faria, que não recuou de sua candidatura quando Cabral ainda não era cachorro morto. Agora, dificilmente Cabral pode impor a candidatura de seu vice para o PT.
Em junho, como consequência direta das manifestações, ficou arriscada a aposta numa vitória de Dilma já num primeiro turno. As chances de ganhar já na primeira votação aumentaram muito. Se resistir às idiossincrasias do “tripé econômico” reverenciado por Marina Silva e não girar mais o torniquete, o que acabaria desaquecendo ainda mais a economia. Se mantiver o país em crescimento, mesmo em ritmo lento, ela chegará ao processo eleitoral com adversários muito fracos e oposição com argumentos bastante limitados.

Fonte: Blog O Escrevinhador

"Eu vou largar o aço", diz PM para manifestantes

Flagrante foi feito durante ato dos professores, no Rio de Janeiro. Em outro vídeo, fica confirmado que policiais usaram armas letais na manifestação


PM grita a manifestantes: “Eu vou largar o aço”. Vídeo flagrou as ações (Reprodução)
Dois vídeos publicados nesta quarta-feira (16) demonstram o descontrole da Polícia Militar durante as manifestações no Rio de Janeiro. No primeiro, um policial dispara com uma arma de fogo duas vezes contra os manifestantes (vídeo 1, aos 3:14). No segundo, um outro agente grita “Eu vou largar o aço”, ameaçando as pessoas que protestavam (vídeo 2, aos 0:34).

No segundo vídeo, as ameaças do policial militar são feitas enquanto um grupo de manifestantes é preso. Nota-se, pela imagens, que o fato aconteceu na Cinelândia.
Os disparos efetuados pelo policial militar, no primeiro vídeo, foram feitos na Glória, região central do Rio de Janeiro. A viatura utilizada pelo agente como escudo é destruída por manifestantes logo após.
Ambos os registros foram feitos durante o ato dos professores, na última terça-feira (15). Os flagrantes foram feitos pelo coletivo “Das Lutas” e pelo “Jornal A Nova Democracia”.
Fonte: Site Pragmatismo Político

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Bancos privados encerram greve, mas Caixa e BNB mantêm mobilização

Terminou na última sexta-feira (11) a greve dos bancários das instituições privadas. Em assembleias realizadas por todo o país, os trabalhadores e trabalhadoras decidiram aceitar a contraproposta apresentada da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), após muita pressão e mobilização da categoria.  
Assembleia Votacao Greve Foto Manoel Porto
A aprovação das propostas pôs fim a uma longa greve, que teve início no dia 19 de setembro e durou 23 dias, chegando a paralisar 12.140 agências, configurando-se na maior greve dos últimos 20 anos.
A proposta dos bancos eleva para 8,0% (aumento real de 1,82%) o índice de reajuste sobre os salários e demais verbas, para 8,5% sobre o piso salarial (ganho real de 2,29%) e 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Também aumenta de 2% para 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente na parcela adicional da PLR e avança em outras reivindicações econômicas e sociais.
Bancos públicos
Já os empregados da Caixa e do BNB em diversos estados votaram pela manutenção da paralisação. Desta forma, as agências dos dois bancos seguem fechadas.
De acordo com Emanuel de Souza, integrante do Comando dos Bancários e presidente da Feeb as instituições privadas deixaram a desejar. “As propostas complementares do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste são insuficientes. Nesses bancos, as pautas específicas como a isonomia, melhorias nas condições de trabalho e segurança e mecanismos de combate ao assédio não foram discutidas”, ressalta Emanuel de Souza que destaca o avanço em relação aos dias parados.
“Diante da dura resistência do Comando, em especial dos sindicalistas da CTB, os bancos recuaram da proposição inicial de compensar todos os dias de greve em 180 dias. Ficou acordado a compensação de no máximo uma hora extra diária, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro. Isso foi uma evolução em relação à proposta do ano passado, de compensação de duas horas diárias. Compensaremos apenas 41 horas”, afirmou o dirigente cetebista.
Na avaliação do sindicalista, a paralisação de 2013 foi, sem dúvida alguma, uma das mais fortes dos últimos anos. No Estado, a cada dia, aumentava a adesão.
Nesta segunda-feira (14), bancários da Caixa, Banrisul e o BNB voltam a se reunir em assembleias para avaliar o movimento e definir os rumos a seguir.
Confira como ficou a quadro geral:
Rio de Janeiro - nova assembleia da Caixa na segunda
Bahia - continua greve na Caixa e BNB
Ceará - continua greve no BB, Caixa e BNB
Paraíba - continua greve no BNB
Sergipe - continua greve no BNB
Bahia - continua na Caixa e BNB
Mato Grosso - continua greve na Caixa
Alagoas - continua greve no BNB
Caxias do Sul - greve continua no Banrisul
Feira de Santana - continua BB, Caixa e BNB
Ilhéus - continua BB e BNB
Vitória da Conquista - continua BB, Caixa e BNB
Barreiras - continuam Caixa e BNB
Juazeiro - continuam Caixa e BNB
Camaçari - continuam BB e BNB
Passo Fundo - greve continua no Banrisul
Ijuí - greve continua no Banrisul
Alegrete - greve continua no Banrisul
Novo Hamburgo - greve continua no Banrisul
Horizontina - greve continua no Banrisul
Guaporé - greve continua no Banrisul
São Luiz Gonzaga - greve continua no Banrisul
Vacaria - greve continua no Banrisul
São Borja - greve continua no Banrisul
Santa Rosa - greve continua no Banrisul
Carazinho - greve continua no Banrisul
Livramento - greve continua no Banrisul
Bagé - continua Banrisul
Cachoeira do Sul - continua Banrisul
Camaquã - continua na Caixa
Frederico Westphalen - continua Banrisul
Concórdia - continua no BB e na Caixa
Chapecó - continua no BB e na Caixa
São Miguel do Oeste - continua BB e Caixa

Nos demais estados a greve foi encerrada nos bancos públicos e privados.

País divulga resultado da eleição antes do início da votação

Governo do Azerbaijão divulga resultado de eleição presidencial antes do início da votação. "A magnitude da fraude é tanta que é impossível estabelecer a vontade popular expressada nas urnas", disse opositor

eleição azerbaijão
Ilham Aliyev deve ser reeleito presidente do país (Agência Efe)
O governo do Azerbaijão anunciou na manhã da última quarta-feira (09/10) o resultado da eleição presidencial do país. No entanto, para o espanto da população, as votações nem sequer haviam começado. Em outras palavras, a vitória de reeleição do atual presidente, Ilham Aliyev, foi divulgada na internet sem nenhum cidadão ter votado.
Após a gafe do governo, os cidadãos votaram normalmente ontem (09) sem nenhuma ocorrência. Informações preliminares apontam que Ilham Aliyev será reeleito com 84,59% dos votos nas eleições, segundo dados oficiais preliminares oferecidos quinta-feira (10) pela CEC (Comissão Eleitoral Central) da ex-república soviética.O episódio causou constrangimento generalizado no governo azerbaijano. A justificativa oficial é que o desenvolvedor do aplicativo responsável pelas eleições fazia testes usando informações das eleições de 2008 e teria “divulgado por engano os resultados”. No entanto, a lista de candidatos apresentados era deste ano, e não de 2008, como alegaram as autoridades locais.
Segundo pesquisa de boca de urna, o líder da coalizão de oposição, Jamil Hasanli, obteve 5,54% dos votos, enquanto os outros oito candidatos conseguiram entre 2,38 e 0,61%. Hasanli exigiu hoje a anulação dos resultados eleitorais e a repetição das eleições presidenciais, pois as classificou como uma “fraude total”.
“A magnitude da fraude é tanta que é impossível estabelecer a vontade popular expressada nas urnas”, disse em entrevista coletiva o candidato opositor, que acusou Aliyev de “usurpação do poder”. Hasanli anunciou que “a luta não termina com as eleições” e que buscará a impugnação do resultado nos tribunais.
O atual presidente, acusado de calar a imprensa independente e proibir as manifestações políticas de oposição, foi reeleito em 2008 com 89% dos votos. Hasanli argumenta que Aliyev não poderia concorrer a um terceiro mandato, já que a reforma constitucional entrou em vigor quando o líder havia sido reeleito uma vez.
Fonte: Site Pragmatismo Político

A guinada à direita do PT, vista por Luiza Erundina


O discurso da deputada federal e ex-prefeita paulistana Luiza Erundina ainda hoje reverbera e se atualiza nas ruas.
Especialmente o plano de gratuidade do transporte público de sua gestão de 89-93, que este ano tomou corpo com mais de 2 milhões de pessoas nas ruas brasileiras, manifestações que compilaram bandeiras, mas a permanência no centro da tarifa zero foi resistindo até a revogação do aumento da passagem em cidades espalhadas pelo Brasil.
A deputada foi responsável,  junto com Olívio Dutra em Porto Alegre (RS) e Vitor Buaiz em Vitória (ES), pela nomenclatura e prática do famigerado “modo petista de governar”, democrático-popular.
Orçamento participativo, consulta e transparência da máquina pública. Na palavra da ex-prefeita: “uma inversão de prioridade”.
A gestão tinha pretensões e conformação locais, isto é, na conjuntura de sua fundação até os anos 90 a atividade e intenção do PT se concentrava na conquista municipal.
As cidades, com problemas particulares, demandam escolhas distintas de um presidente da república.
O modo petista de governar dos idos 80/90 parece ter perdido força e caduca como historieta eventual.
Segundo Erundina, uma história que o próprio partido esquece de dar a devida importância.
A mudança de paradigma por que passou o Brasil nos últimos 10 anos no plano federal (des)caracterizou os outros níveis de poder, estadual e municipal?
É uma hipótese.
A inclusão pelo consumo, a saída de 40 milhões de pessoas da miséria, um derramamento de crédito para consumo interno, desoneração etc.
O país – e o Partido dos Trabalhadores — muda sua relação com as classes, concilia interesses extremamente antagônicos.
Tais configurações sociais, é claro, mudam o comportamento eleitoral, político e individual do brasileiro abrindo um novo cenário em que o partido retira suas condições e meios para ocupar o lugar do poder.
Na entrevista com o prefeito de São José dos Campos, historicamente conservadora e hoje com gestão petista, pudemos ver como a gestão municipal lida com as mudanças do plano federal: a constante referência ao governo Lula e agora ao de Dilma, o consumo sempre crescente, as condições para esse crescimento pautam a gestão municipal de maneira explícita.
A gestão de Erundina, antes do paradigma de coalizão e dos avanços sociais de redistribuição, fazem, hoje, contraste com as gestões municipais petistas.
Carta Maior entrevistou Luiza Erundina, hoje deputada federal pelo PSB, ex-prefeita de São Paulo pelo PT que despontou como opção quase unânime do progressismo na disputa eleitoral de 89.
Carta Maior: Como a senhora definiria o modo petista de governar que marcou sua gestão em 80 e 90?
 

O que caracteriza um governo democrático e popular, que era a marca dos governos petistas da época, é serem governos com efetiva participação popular, organizando os movimentos sociais e o próprio governo estimulando e criando condições para que os setores populares se organizem e se fortaleçam em suas organizações que já existem e estabeleçam uma relação autônoma e independente do governo.
Não queríamos que governo e movimentos sociais ou sindicais se confundissem, não é bom nem pra um nem pro outro.
E quanto mais independência e autonomia tanto melhor pra ambos.
Então, a participação popular nas decisões estratégicas, como definição das prioridades orçamentárias, o controle público e social sobre a execução orçamentaria, sobre as obras e ações do governo, define um governo democrático e popular.
Os governos tradicionais, conservadores, que é o que a gente sempre viu na história do país, particularmente de São Paulo, são governos que investem mais em setores da cidade nas políticas públicas que favorecem uma minoria.
Governos que ampliam os privilégios ao invés de inverter prioridades que sejam de interesse da maioria da população, que são as politicas públicas sociais: em nossa gestão, mais da metade do orçamento foi destinada a saúde, cultura, educação, habitação popular, áreas em que há um déficit e uma dívida social da cidade com os setores mais excluídos, mais pobres da sociedade.
Então o que define um governo petista, democrático e popular é transparência, controle público, preocupação ética e o pressuposto da nossa presença nas instâncias de governo. Espero que essa ainda seja a marca e a identidade do modo petista de governar.
CM: A senhora falou sobre a questão de maioria na Câmara e os problemas que você enfrentou na gestão municipal: quais foram as barreiras colocadas para que você exercesse sua forma de governar? Elas ainda permanecem na gestão atual?
 

Primeiro eu tive dificuldade na relação com o próprio PT, sobretudo com a direção municipal do partido, porque foi o primeiro governo petista numa cidade do porte de São Paulo.
O PT vinha de uma história de lutas por mudanças e participação da sociedade, essa era a marca do partido e nós como militantes exigíamos dos governos medidas nesse sentido.
Vínhamos inclusive com pretensões acima daquilo que é possível num governo de uma cidade, mesmo uma cidade como São Paulo.
As propostas do PT como partido e nossas quando militávamos, antes de sermos governo, era promover mudanças estruturais.
Por exemplo, do ponto de vista da moradia na cidade: garantir a regularização dos terrenos que existiam ocupados por favelas para garantir a estabilidade da posse, das ocupações, pelo reconhecimento da moradia como um direito fundamental, a melhoria das favelas, reurbanizando-as, destinando os equipamentos públicos para as áreas mais carentes e menos providas desses serviços.
Fizemos mais de 40.000 unidades habitacionais, além de escolas e hospitais, instalamos dezenas de unidades básicas de saúde.
Nós pretendíamos, e o partido esperava, a implementação das propostas de mudanças estruturais, como a estatização do transporte público.
Ao invés de contrato com empresas, que fosse operado diretamente pela prefeitura (30% era CMTC).
O partido ficou descontente ao chegarmos no governo e não conseguirmos implementar as bandeiras de luta. Se você tem um partido socialista, ou pelo menos com uma proposta socialista, e que luta por justiça social, por igualdade de direitos, é evidente que sua plataforma de lutas deve ser composta de bandeiras e de compromissos que pautem na direção de resolver essas questões de ordem estrutural.
O fato de não termos conseguido implementar essas mudanças que constavam no nosso plano de lutas frustrou o partido e gerou tensão permanente em sua relação com o governo.
Até porque o partido esperava governar junto, e embora eu fosse daquele partido, o governo era da cidade como um todo e eu tinha que governar pra todos, evidente que com prioridades, atendendo a maioria e procurando investir naquelas políticas que atingiriam o maior número de pessoas.
Mas eu não poderia descuidar de determinados serviços da cidade ou de certas ações de governo que também contemplavam todos os habitantes, do patrão ao trabalhador. Mas o partido não entendia assim.
E essa relação foi um dos maiores problemas que tive que enfrentar, e acredito que outros governos petistas na época também passaram por isso.
Os trabalhadores também tinham grandes expectativas, principalmente aqueles ligados à CUT e ao PT. Queriam do governo demandas acumuladas há décadas: condição salarial, condições de trabalho.
Nós estávamos no começo de um governo de 4 anos, não tínhamos maioria na Câmara.
Não tendo a maioria, nós tínhamos que estabelecer relações com cada vereador, atendendo interesses, fisiologismo, clientelismo, e nós nos recusamos a manter essa cultura da relação Executivo-Legislativo, que faria com que atendêssemos a certas demandas que não correspondiam com nossos compromissos.
Isso foi uma crise permanente, já que a Câmara se recusava a aprovar nossos projetos, a partir do próprio orçamento.
Foram 4 anos de muita luta e o Tribunal de Contas, que é um órgão auxiliar do poder Legislativo, era um órgão politico a serviço dessa relação contraditória do Legislativo com o Executivo.
Todo ano minhas contas eram recusadas. E o Tribunal de Contas era composto em sua maioria por conselheiros indicados ainda da época do Maluf.
A relação com os governos estaduais e federais também fez diferença. Quércia, Fleury, Sarney, Collor.
Todos governos de oposição ao nosso. Logo que entramos a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil cobraram dívidas da prefeitura de São Paulo que estavam acumuladas há décadas, obrigando nosso governo a pagar dívidas que não eram nossas. E eles bloquearam as contas da prefeitura.
Eu fui pra rua, chamei o povo para denunciar essa situação. O presidente da Caixa não me recebia. Foi a pressão popular e a mobilização do governo que me impediram de ser cassada.
CM: Esses problemas mudaram ou se mantêm na prefeitura do Haddad?
Eles [o PT] passaram a adotar, até mesmo antes do governo Lula, uma política de privatização, uma relação diferente com o capital, com os empresários e com os partidos, que serviu de base para a construção do governo de coalizão, sendo assim condicionados por uma base congressual, que evidentemente só possui interesses individuais e clientelísticos para se reelegerem.
É importante se preocupar com a governabilidade, mas não a qualquer preço. Ela pode ser conquistada não só com a base congressual, é possível mediar essa relação Executivo-Legislativo com a participação da sociedade civil organizada.
Eu não tinha maioria na Câmara, por exemplo.
Os casos de Lula, Dilma e outros governos petistas são baseados em compromissos de governabilidade com a base de apoio e com participação de partidos de seus governos que tiram deles as condições de autonomia e independência, pelo menos em relação a algumas questões.
E o Lula fez isso ao assinar à Carta aos Brasileiros, comprometendo-se com o FMI, compromissos que tinham sido firmados com o FHC.
Os governos do PT, a partir do próprio Lula, passaram a fazer acordos principalmente para se viabilizarem eleitoralmente.
CM: Como funciona o paradigma Lula-Dilma nas gestões municipais para responder a serviços mais diretos?

Eu acho que reproduz nos níveis estaduais e municipais a política que é adotada no plano federal.
Porque o partido que faz acordo no plano federal torna-se um potencial aliado nas bases estaduais e municipais, sendo um eventual aliado eleitoral. E a lógica eleitoral se impõe.
As alianças partidárias, inclusive o partido do governo, se reproduzem em todas as escalas.
A cada eleição os governantes pretendem manter esses aliados, muito em razão do tempo de televisão também.
A forma como se deu o apoio do Maluf à candidatura do Haddad, a ponto de eu ter que tomar aquela posição dura, difícil, constrangedora pra mim…
Mas eu precisava mostrar coerência e mostrar que eu me diferenciava dos políticos tradicionais, convencionais.
Daí porque a minha luta é pela reforma política, mas não remendos, uma reforma profunda, que mexa no sistema eleitoral e partidário, nas relações entre os poderes do Estado, no pacto federativo.
Essa cultura de governabilidade, da preocupação com a eleição seguinte, mantém e aprofunda essas alianças, distanciando esses governos e partidos de suas bases sociais, de suas origens, de seus compromissos históricos, que lamentavelmente é o que acontece com o PT.
O PT nasceu com uma promessa, uma esperança, por isso atraia tantos jovens quando surgiu, acreditando nessa proposta de transformação.
CM: Nas manifestações de junho nós tivemos o Movimento Passe Livre pautando projetos característicos da sua gestão. O que vimos foi um descompasso absoluto entre o “novo modo petista de governar”, se é que se pode dizer assim, e projetos marcantes de sua trajetória política. Como você avalia isso?

Primeiro é preciso levar em conta que o PT nunca incorporou à sua história e ao seu projeto político a experiência da minha prefeitura em São Paulo.
Esse momento fundamental da história do partido, em que a esquerda conquista o governo da maior cidade do país num período em que acabávamos de sair da ditadura, não consta nos documentários, nos documentos históricos.
Era um momento especial da vida política do país. E o nosso governo deixou uma marca, a ponto de termos nos tornado uma referência, não só em relação aos transportes, mas para muitas prefeituras (o orçamento participativo começou no nosso governo, por exemplo).
O nosso governo não foi para o PT uma conquista própria. Eu não era a candidata do Lula, do Zé Dirceu, do Rui Falcão.
Eles apoiavam o Plínio Sampaio. Mas eu tive apoio de grupos mais à esquerda de dentro do PT, de Florestan Fernandes, José Genoíno, além dos movimentos populares.
Houve gente de dentro do partido dizendo que eu havia comprometido o projeto das esquerdas, que seria o Plínio como prefeito de São Paulo.
Essa foi a forma que o PT me recebeu depois que eu ganhei as prévias do partido. Algumas pessoas ficaram incomodadas quando no meu discurso eu disse que “sou prefeita da cidade, não sou prefeita do PT”.
Sendo assim, o PT nunca valorizou essa conquista que tivemos na cidade de são Paulo; a Marta não aproveitou ninguém do meu governo durante a gestão dela, por exemplo.
O resultado é que mais de 20 anos depois, as referências que existem para os governos municipais minimamente modernos, democráticos e avançados são as nossas propostas, mesmo aquelas que não conseguimos implementar, como a tarifa zero.
E acho que esta tem mais viabilidade de acontecer agora, pois está vindo de baixo e não de um determinado governo.

Fonte: Site Viomundo

Quase 60% não votariam em candidato apoiado por FHC

Essa matéria não precisa de muitas análises. Basta olhar o gráfico do Datafolha (extraído de matéria no site da Folha). Os números falam por si. Em seguida, trago ainda um videozinho para contextualizar.

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O vídeo é desse ano, da campanha de FHC em favor de Aécio Neves para presidente do PSDB.
Fonte: O Tijolaço