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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Jovens em greve de fome pedem a renúncia do presidente de Honduras

Um grupo de jovens hondurenhos iniciou uma greve de fome no último dia 22 de junho, em frente à Casa Presidencial, em Tegucigalpa, capital de Honduras. O protesto reivindica a instalação da Comissão Internacional contra a Impunidade em Honduras (CICIH) e a renúncia do presidente Juan Orlando Hernández (JOH).
A Guarda de Honra Presidencial (GHP) colocou cercas de metal ao redor da sede do governo para impedirem o acesso dos meios de comunicação, de medicamentos e ações de apoio aos manifestantes.
Os jovens fazem parte da "Oposição indignada”, movimento que, há dois meses, realiza mobilizações no país, exigindo esclarecimentos sobre o desfalque milionário no Instituto Hondurenho de Seguridade Social (IHSS). A denúncia partiu do jornalista David Romero Ellner, diretor da Radio Globo e da Globo TV. O rombo estaria envolvido no caso de corrupção do Partido Nacional, que teria financiado a campanha eleitoral do atual presidente, JOH. A denúncia revela o desvio de mais de 330 milhões de dólares do IHSS, por meio de contratos multimilionários firmados com empresas de fachada, criadas por parentes de ex-funcionários do IHSS.
Os coordenadores das mobilizações são Ariel Varela e Miguel Briceño. Varela diz que se submeterá ao jejum prolongado "até chegar às últimas consequências”. Briceño denuncia que eles estão sendo ameaçados de morte por meio das redes sociais, por um perfil com foto da bandeira nacional e com o nome de "10% cachureco”. Os jovens relatam que têm se sentido prisioneiros e estão sofrendo restrições de toda ordem, sem acesso aos familiares e equipes de apoio.
Germán Ayala Sula, um dos grevistas, da cidade de San Pedro Sula, diz que a motivação para aderir ao protesto é a indignação de um povo que exige a saída do governante e de todo o grupo que vem "saqueando o país”, roubando recursos, medicamentos, matando pessoas e perseguindo opositores.
Para o manifestante Gerson Suazo, do Departamento de Santa Bárbara, existe uma indignação ao perceber tanta injustiça, atos de corrupção e ver tudo acabar em impunidade. Em solidariedade aos grevistas, um grande grupo de pessoas protestou também em frente ao prédio do Ministério Público, em San Pedro Sula.
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A Guarda de Honra Presidencial (GHP) cercou a sede do governo, impedindo o acesso aos manifestantes.


Em pronunciamento nacional, na rádio e na televisão, o presidente JOH propôs a criação de um Sistema Integral Hondurenho de combate à impunidade, como alternativa à CICIH, demandada pela sociedade civil. "É uma proposta que apresentamos para um diálogo e um debate de nível, para o qual convido a participarem os diferentes setores da sociedade civil.”, disse o mandatário.
Dentro da oferta de Hernández está a criação de uma unidade de supervisão e apoio ao Ministério Público e outra de supervisão ao Conselho Judicial, assim como uma unidade de segurança para juízes, promotores e seus familiares.
Em resposta à proposta presidencial, Ariel Varela afirma que não haverá diálogo com esse governo, que as Nações Unidas se encarreguem de conduzirem as negociações e orientarem a instalação de uma Comissão Internacional contra a Impunidade. "Esse governo da República tem mostrado intransigência e não quer escutar o povo. Não queremos nenhuma solução alternativa. E desqualificamos as intenções da APJ (Alianças pela Paz), de querer acompanhar uma proposta que eles creem ser a melhor”.
Está prevista para esta sexta-feira (26), a quinta mobilização com tochas, em Tegucigalpa, que deverá reunir 120 mil pessoas em marcha até a sede do governo.
Fonte: Adital

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