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domingo, 25 de setembro de 2016

Documentário aborda efeitos das mudanças climáticas no modo de vida dos indígenas do Xingu

Cerca de 6500 índios de 16 povos diferentes vivem hoje no Parque Indígena do Xingu, localizado no estado do Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil. Com seu sistema tradicional de manejo do território, eles garantem a preservação das florestas. No entanto, no entorno do Parque a realidade é outra: 86% das florestas foram convertidas em soja, milho e pasto nos últimos 30 anos. As consequências no clima, nos animais, na agricultura são sentidas pelos índios.

Com roteiro de Paulo Junqueira, do ISA, e Mari Corrêa, do Instituto Catitu, que também é a diretora, o documentário de curta-metragem “Para onde foram as andorinhas” mostra como os povos que habitam o Parque Indígena do Xingu estão percebendo em seu dia a dia os impactos das mudanças do clima — seja em sua alimentação, em seus sistemas de orientação no tempo, em sua cultura ou em seus rituais.
Cerca de 6500 índios de 16 povos diferentes vivem hoje no Parque Indígena do Xingu, localizado no estado do Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil.
Com seu sistema tradicional de manejo do território, eles garantem a preservação das florestas. No entanto, no entorno do Parque a realidade é outra: 86% das florestas foram convertidas em soja, milho e pasto nos últimos 30 anos. As consequências no clima, nos animais, na agricultura são sentidas pelos índios.
Com roteiro de Paulo Junqueira, do ISA, e Mari Corrêa, do Instituto Catitu, que também é a diretora, o documentário de curta-metragem “Para onde foram as andorinhas” mostra como os povos que habitam o Parque Indígena do Xingu estão percebendo em seu dia a dia os impactos das mudanças do clima — seja em sua alimentação, em seus sistemas de orientação no tempo, em sua cultura ou em seus rituais.
Produzido em parceria pelo ISA e pelo Instituto Catitu para ser exibido durante a Conferência do Clima de Paris (COP-21), o filme foi premiado no Festival de Cinema Ambiental das Ilhas Canárias e no Festival Entretodos de Direitos Humanos. Agora, está também disponível na internet.

Cigarras não cantam mais. Borboletas e andorinhas sumiram

Os sinais estão por toda parte. As cigarras não cantam mais anunciando que a chuva está por vir. Também desapareceram as andorinhas que voavam em bandos para anunciar o início das chuvas. As borboletas, que visitavam as aldeias avisando que o rio ia começar a secar, sumiram. Antigamente não era assim, eles dizem. Mas o aumento do calor, a falta de chuvas, o desmatamento no entorno do Parque e até a construção de barragens são apontados como causas dessas mudanças. O fogo, antes restrito à roça, hoje se alastra com muita facilidade, atingindo grandes áreas do Parque, exigindo que os índios se mobilizem e adotem novas técnicas e equipamentos para controlar o fogo.
O calor intenso também está matando as frutas e alimentos que fazem parte da culinária dos povos xinguanos estão desaparecendo, caso de algumas espécies de mandioca e batata. Até os pés de pequi, fonte de alimento e fundamental no ritual da furação de orelhas dos Waurá, estão sendo atacados por pragas que os xinguanos não conheciam. Preocupados, acreditam que vão passar fome no futuro, porque as plantações não vão resistir. E temem que as futuras gerações tenham que depender da comida dos brancos.
Fonte: Global Voices

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