Situação de Islam Hamed é delicada; família não crê que ele venha para o Brasil e teme por sua segurança
O brasileiro Islam Hamed deixou a prisão onde estava detido, na cidade palestina de Ramala, nesta terça-feira (21/07). Na segunda-feira (20/07), Hamed completou 100 dias de greve de fome.
Desde que começou o protesto, no dia 11 de abril, ele perdeu 30 quilos e, segundo a família, o funcionamento de seu organismo ficou comprometido em razão do protesto, que reivindicava o direito de ser libertado e vir para o Brasil. Ao longo do período em que Hamed esteve em greve de fome, ativistas, movimentos sociais e membros da família organizaram atos no país — como este em São Paulo, que reuniu 350 pessoas — para pressionar a diplomacia do governo brasileiro a agir.
Neste momento, de acordo com a família, Hamed está escondido. Apesar de sua pena ter terminado em setembro de 2013, a liberdade do brasileiro-palestino não é garantida. Acusado por Israel de ter atirado em colonos israelenses dentro do território da Palestina, ele ainda pode ser preso, desta vez, pela Justiça de Israel.
Durante as negociações para libertação de Islam Hamed com o Itamaraty e a Autoridade Palestina, o governo de Israel negou a concessão do salvo-conduto (autorização de saída do brasileiro da Palestina) e anunciou que, uma vez libertado, voltaria a prendê-lo.
Apesar das acusações de Israel, documento em árabe traduzido a pedido do Itamaraty e enviado à família de Islam Hamed no Brasil revela que a Justiça palestina não encontrou provas de que ele tenha atirado nos colonos israelenses.
A família
A Opera Mundi a família de Hamed confirmou que foi o próprio brasileiro-palestino que assinou o termo de responsabilidade que possibilitou sua soltura, uma das exigências da Autoridade Palestina para liberá-lo. A reivindicação da família era que o Itamaraty assinasse esse termo e fornecesse assistência ao cidadão brasileiro uma vez libertado — ao menos, e em um primeiro momento, abrigá-lo na sede da Embaixada brasileira.
Para o Itamaraty, a decisão de liberá-lo é resultado das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, já que teria convencido a Autoridade Palestina a aceitar a assinatura do próprio prisioneiro. A família de Hamed, entretanto, continua a criticar a postura do governo brasileiro. "Não tenho informações de que ele tenha sido acompanhado [por algum funcionário do Itamaraty]", disse Aline Baker, prima de Hamed. E acrescentou: "Ele está há 101 dias sem comer e o governo não ofereceu nenhuma assistência, ambulância".
Para o Itamaraty, a decisão de liberá-lo é resultado das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, já que teria convencido a Autoridade Palestina a aceitar a assinatura do próprio prisioneiro. A família de Hamed, entretanto, continua a criticar a postura do governo brasileiro. "Não tenho informações de que ele tenha sido acompanhado [por algum funcionário do Itamaraty]", disse Aline Baker, prima de Hamed. E acrescentou: "Ele está há 101 dias sem comer e o governo não ofereceu nenhuma assistência, ambulância".
Após a assinatura do documento, a Autoridade Palestina teria liberado o brasileiro, deixando a seu critério decisão de escolher o melhor momento e a forma de deixar o presídio. A família não crê que Islam Hamed venha para o Brasil e teme por sua segurança.
Fonte:Brasil de Fato
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