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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A corrupção acobertada no governo FHC


Ontem (3), o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou publicamente que “A corrupção não está mais debaixo do tapete” e que, “hoje, há mais autonomia dos órgãos de fiscalização e controle como o Ministério Público, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal”.


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de pronto, rebateu a afirmação de Carvalho. À noite, no Jornal Nacional, a reportagem mostrou parte das declarações do ministro e do ex-presidente sobre o assunto. FHC, visivelmente alterado, qualificou como “leviandade” a declaração do adversário político.

Vejamos, pois, quanto de motivos teve o ex-presidente para se irritar assim com a declaração do ministro de Dilma.

FHC, quando governou, foi beneficiário da cumplicidade da mídia, que ajudou a acobertar descaradamente a corrupção ao sonegar ao público notícias sobre escândalos que dispensariam o bom e velho “domínio do fato” devido à vastidão de provas que havia.

Nesse ponto, há que fazer jus ao jornal Folha de São Paulo, o único grande veículo que denunciou adequadamente a compra de votos para a reeleição de FHC, quando deputados da base aliada de seu governo foram grampeados declarando, ipsis-litteris, que haviam sido pagos pelo então ministro (hoje falecido) das Comunicações, Sérgio Motta, para votarem a favor da emenda constitucional que permitiu ao tucano obter um segundo mandato em 1998.

Além de FHC ter mudado as regras de jogo com ele em andamento ao propor ao Congresso a emenda da reeleição – o que Lula não se permitiu fazer apesar de ser tratado pela mídia tucana como se tivesse tentado e não conseguido –, ainda teve uma denúncia muito bem fundamentada, com provas materiais, de que deputados foram pagos para apoiá-lo.

Além da Folha de São Paulo, nenhum veículo de peso deu destaque ao escândalo. E o procurador-geral da República de então, que o presidente tucano manteve no cargo por oito anos – Lula, nesse período, nomeou QUATRO procuradores-gerais –, não esboçou a menor reação.

Observação: essa foi a principal razão de o ex-PGR Geraldo Brindeiro ter sido alcunhado como “engavetador-geral da República”.

Controladoria Geral da União? No governo FHC chamava-se Corregedoria, em vez de Controladoria, e jamais incomodou o governo, enquanto que a CGU de Lula e Dilma tem sido uma pedra no sapato deles, pedra colocada por eles mesmos no âmbito do esforço hercúleo que fizeram para dar transparência ao que o antecessor tucano escondia.

Polícia Federal? Essa só serviu mesmo para ajudar o governo, ou melhor, o candidato do governo FHC à própria sucessão. Ou alguém esqueceu que a PF só incomodou políticos da oposição durante a era tucana e que seu maior feito foi em 2002, quando destruiu a candidatura de Roseana Sarney para ajudar o candidato governista, José Serra?

FHC esbofeteou a nação ao comparar a omissão criminosa dos órgãos de controle de seu governo (no que tangia a investigá-lo) com a atuação deles hoje. E esse crime foi cometido com o concurso de praticamente toda a grande imprensa, que não só fechou os olhos para a corrupção da era tucana como levantou escândalos só contra a oposição petista.


Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Blog do Miro

Manobras, boicote e falsificação no Fórum Social Mundial Palestina Livre


Com o clima de resistência em cada olhar, apoiadores da causa palestina de todo o mundo participaram do Fórum Social Mundial Palestina Livre (FSMPL) entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro. Os militantes da Esquerda Marxista (corrente do PT e seção brasileira da Corrente Marxista Internacional –www.marxist.com) intervieram no evento junto com a União Democrática das Entidades Palestinas do Brasil (UDEP) e o Movimento Palestina para Todos (Mopat).
O Fórum foi aberto com a marcha dos movimentos sociais, que reuniu milhares de pessoas nas ruas do Centro de Porto Alegre. Cerca de 300 debates aconteceram espalhados pela cidade. A logística desagregava ao invés de integrar os participantes.
A realização do Fórum enfrentou várias dificuldades, segundo um dos membros da comissão organizadora, Abdel Howas, que é da Sociedade Palestina de Santa Maria e da UDEP. “A discussão sobre a liberdade da Palestina não aconteceu da forma como era para ser”, explica. Em outubro o embaixador de Israel, Rafael Eldad, e o presidente da Federação Israelita (FIRS), Jarbas Milititsky, vieram ao Brasil para pressionar o cancelamento do evento.
Abdel relata que também houve problemas internos ao comitê organizador. “Tínhamos mais de 100 palestrantes para trazer do mundo. Mas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) articularam para esvaziar este fórum e a vinda dessas pessoas.” Ele afirma que, quando essas organizações não conseguiram passar suas posições sobre o que fazer, começaram a boicotar a própria realização do FSM. “O resultado foi um evento desorganizado, pulverizado e que desfavorece o debate democrático”.
A Esquerda Marxista participou com delegações de Recife, São Paulo, Joinville e Florianópolis. Na oportunidade, foi lançada a brochura “Palestina Livre”. A faixa estendida pelos marxistas na entrada do Gasômetro explicava sua posição: “Por um Estado único, laico e democrático sobre toda a Palestina histórica! Pelo Direito de Retorno de todos os Refugiados Palestinos”. Esta proposta para o conflito rivalizou com a tese da criação de um Estado da Palestina ao lado do Estado de Israel defendida pela Fepal e setores da CUT.
Na mesa do debate, que reuniu dois temas, “Um Estado democrático" e "O desrespeito ao direito internacional na questão palestina”, os palestrantes Ramadan Ali e Serge Goulart (este último, dirigente da Esquerda Marxista) contextualizaram os conflitos na região com o desenvolvimento do sionismo. Afirmaram que o inimigo dos palestinos é o Estado sionista de Israel e não os judeus.
“A criação de dois Estados não é possível, pois o sionismo continuará em Israel”, disse Serge Goulart ao público, “mas isso não quer dizer que não possa haver um Estado fantoche. Ele servirá apenas para os sionistas ganharem tempo enquanto continuam o massacre.”
O debate de fato no Fórum era este: De um lado, a UDEP e várias entidades palestinas, junto com o MST, sindicatos e organizações de esquerda, como a Esquerda Marxista, defendiam a posição histórica contra a existência do Estado de Israel e o direito de retorno de todos os 6 milhões de refugiados palestinos. De outro lado, representantes do Governo Brasileiro, da Autoridade Palestina, setores da CUT e a FEPAL (leia-se, PCdoB) defendiam “Estado Palestino Já!”, que na prática significa reconhecer como legítimo o Estado Sionista de Israel e estabelecer um Estado Palestino títere ao seu lado, completamente submisso política e militarmente, ocupando apenas 18% do território histórico da Palestina. Ou seja: não resolve nenhum dos problemas dos palestinos, além de inviabilizar completamente o retorno dos refugiados às suas casas, das quais foram expulsos desde 1948.
Na Assembleia Geral dos Movimentos Sociais que encerrou o Fórum, manobras por parte de dirigentes da CUT, da FEPAL e do Governo Brasileiro, levaram o MST e outras entidades a se retirar (leia abaixo carta-denúncia do MST). Em nome do Mopat, o camarada Caio Dezorzi, da Esquerda Marxista, teve 2 minutos para falar: “Se este Fórum Social Mundial Palestina Livre quer fazer jus ao nome que leva, se de fato quer uma Palestina Livre, então deve expressar em sua declaração final, de maneira clara e objetiva, que repudia a existência do Estado de Israel. E para ser coerente com isso, não pode reivindicar um ‘Estado Palestino Já’ aceitando que o Estado religioso-sionista de Israel permaneça. Só um Estado único, laico e democrático sobre todo o território histórico da Palestina permitirá que todos possam conviver com direitos iguais, independente de sua religião ou origem. Só um Estado como esse garantirá o direito de retorno de todos os palestinos refugiados.”
Apesar desta fala expor claramente a falta de consenso entre os membros participantes do Fórum, os setores que detinham o controle econômico do Fórum manobraram para que aparecesse como “posição consensual” a política defendida por eles, que é a linha defendida por setores do Imperialismo e do Sionismo, de dois Estados.
Ao final do evento um golpe
Abaixo segue a nota do MST que denuncia um golpe dado contra os palestinos por setores da CUT e CTB, governo e outros órgãos que romperam o acordo realizado para a elaboração da declaração final do FSM Palestina Livre e divulgaram um documento que não corresponde ao que havia sido produzido em acordo com os organizadores do evento.
Uma vez mais a política de conciliação de classes confirma-se como nociva e desagregadora. Esta acaba por dar sustentação à defesa incondicional do governo Dilma e à sua política internacional de colaboração com o imperialismo, que está na origem do golpe ao que seria a declaração final do evento.
Repudiamos e condenamos esse golpe, nossa solidariedade aos camaradas palestinos! Por um único estado laico e democrático em todo o território histórico da Palestina
Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Blog Esquerda Marxista

CASO VEJA-CACHOEIRA TESTA FRONTEIRAS DO JORNALISMO


Edição/247
“O Policarpo nunca vai ser nosso”, texto da atual edição de Veja, aumenta rol de dúvidas sobre interação entre publicação e contraventor; com senador Demóstenes como seu braço político, a revista seria sua mão editorial?; na Inglaterra, suspeitas de relações desvirtuadas com a polícia levaram o patrão Rupert Murdoch a se explicar no parlamento; aqui, pode acontecer o mesmo com Roberto Civita, dono da Abril, pelo longo flerte com o bicheiro?

Estão faltando peças no tabuleiro das relações entre a revista Veja, a de maior circulação do Brasil em papel, e a do contraventor preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Precisamente, cerca de 200 peças, equivalentes ao número de ligações telefônicas grampeadas legalmente pela PF entre o editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da publicação, Policarpo Junior, e Carlinhos Cachoeira. Nelas se poderá verificar o verdadeiro padrão do relacionamento entre o jornalista e sua fonte. Haveria só perguntas e respostas entre eles ou algum jogo de ataques e defesas editoriais, aprimorado ao longo do tempo, no interesse comum de Veja e do contraventor? Ou, ainda, ora do interesse de Veja, ora do interesse do contraventor?

Interrogações deste mesmo tipo, mas sobre outros personagens, com outra nomenclatura, foram feitas na Inglaterra, no ano passado, durante os acontecimentos em torno do escândalo News Corp. O caso resultou no fechamento do centenário tablóide sensacionalista News of the World, cujos jornalistas atuavam em associação direta com a polícia investigativa do país – a Scotland Yard --, para a qual distribuíam dinheiro em troca de informações em primeira mão. O caso começou na redação, apanhou em cheio a editora executiva Rebekah Brooks, mas recaiu mesmo sobre o colo do patrão Rupert Murdoch. Ele se viu obrigado a ir ao parlamento do país pedir desculpas, tentar se explicar e, por fim, anunciar o sepultamento de sua publicação.
Aqui, no caso Veja-Cachoeira, a aliança da revista, por meio de seu editor-chefe, se deu, de maneira ainda obscura, com um contraventor preso sob acusação de liderar um pesado esquema de operação de jogos ilegais e infiltração em diferentes escalões do poder. Na Inglaterra, jornalistas e policiais. Aqui, com bandidos. Há fortes suspeitas de que Cachoeira, pelo método de gravações ilegais com interlocutores de seus próprios auxiliares, tenha até mesmo fabricado provas comprometedoras contra adversários. As ligações perigosas de Cachoeira com o líder da publicação em sua área mais estratégica, a sucursal de Brasília, e as dúvidas sobre uma longa aliança editorial entre eles já demandam, de per si, uma investigação independente. E esta terá, necessariamente, de incluir o dono da publicação, Roberto Civita, presidente do grupo Abril, e não apenas um ou alguns de seus funcionários. É o que lembra, em post deste sábado 31, o jornalista Luís Nassif, em Esqueçam Policarpo: o Chefe é Roberto Civita. “Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja”, escreve Nassif, que continua: “Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo”. 
Na edição que chegou às bancas neste sábado, Veja evitou enfrentar o fato de frente. Não há uma linha sequer sobre a informação veiculada durante toda a semana, em diferentes canais, mas especialmente na internet, a respeito do gigantesco volume de grampos nas conversas entre Policarpo e Cachoeira no período de 2008 a 2010. Na semana retrasada, quando o assunto já era de domínio público, a revista não veiculou uma palavra sequer sobre as ligações perigosas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que resultaram na saída deste da liderança do partido no Senado, em abertura de investigação formal dentro da agremiação e numa solicitação de bastidores para que ele se afaste antes de, inevitavelmente, ser expulso.
O caso que Veja ignorou, na torcida para que não crescesse como cresceu, deriva agora, também, para a revelação de uma série de acertos para ilícitos entre Cachoeira e Demóstenes. Sobrou, na esteira das revelações, até para o até então insuspeito ator e deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ), que emergiu como beneficiário de um empréstimo de R$ 175 mil feito pelo contraventor. Neste sábado 31, quase simultaneamente à revelação do empréstimo, Nercessian pediu afastamento do PPS e de seu posto na Comissão de Segurança Pública e Crime Organizado da Câmara dos Deputados – sem dúvida um cargo bastante estratégico para o amigo que comanda um poderoso esquema de jogos ilegais.
Mas não apenas. O governador de Goiás, Marconi Perillo, vai ficando cada vez mais chamuscado pelas revelações extraídas das investigações de dois anos da Operação Monte Carlo. A prisão de Cachoeira se deu na elegante residência em Alphaville Ipês, em Goiânia, que pertencera a Marconi e fora vendida por ele a um empresário do setor de ensino do Estado. Este, por sua vez, permitia que Cachoeira ali vivesse. Triangulação de interesses? É uma das questões que está no ar, uma vez que Valter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão, está entre os beneficiados pelo programa de pagamento a instituições de ensino superior, pelo governo local, de bolsas de estudos. Ou seja, recebedor de recursos do Estado, Santiago comprou uma casa do governador, o titular da autoridade cedente, que, por sua vez, registrou a venda em sua declaração de renda por um valor de aproximadamente um terço do que afirmara – R$ 1,4 milhão em três cheques versus R$ 417 mil declarados.
Por todas estas e outras, o caso Cachoeira-Demóstenes é um dos mais explosivos dos últimos tempos, dada a ampla ramificação de interesses do contraventor e seu apetite por articulações dentro das estruturas de poder. E dentro desse caso há a questão Veja-Cachoeira ou Cachoeira-Veja. Dono de um relacionamento bastante próximo com Policarpo, com que dialogava frequentemente, o contraventor tinha em Demóstenes um braço político e, ao que deixa claro, via em Policarpo sua mão editorial. “Os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”, disse, no trecho revelado pela própria Veja, o contraventor a seu auxiliar e ex-araponga da Abin Jairo Martins. “Quantos já foram rapaz. E tudo via Policarpo”, festejou.
Cachoeira e Policarpo são velhos conhecidos. Já em 2004, como resgatou 247, a parceria fonte-jornalista funcionava a pleno. Perseguido por uma CPI aberta na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro para apurar o jogo ilegal e encerrada com a recomendação, por 58 votos a zero, entre os deputados, para sua prisão, Cachoeira teve em Policarpo, então, um cioso interlocutor. Matéria assinada por ele, chamada Sujeira para Todo Lado, repercutiu no então presidente da Câmara Federal, João Paulo Cunha, que ordenou a abertura de uma sindicância, uma vez que, de acordo com Veja, alguns parlamentares eram suspeitos de terem ouvido de auxiliares de Cacheira uma proposta de compra de votos de R$ 4 milhões no total. Importante: a gravação da conversa sobre a discussão da proposta foi feita pelos próprios auxiliares de Cachoeira. Pode-se supor, entre outras hipóteses, que o contraventor resolveu fabricar uma prova, ao enviar emissários com proposta de compra de votos, para levar a CPI ao naufrágio, por desmoralização. Na prática, foi isso o que aconteceu. Cachoeira não foi preso na ocasião, sendo levado pela polícia apenas sete anos depois, em fevereiro deste ano.
Nesse meio tempo, em 2005, Cachoeira foi responsável pela entrega a Policarpo da fita que deu origem ao chamado escândalo do Mensalão, na qual o então diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebe um pacote de R$ 3 mil. Essa fita, cujas imagens e diálogos foram veiculados por Veja em primeira mão, foi gravada por auxiliares do próprio Cachoeira. Àquela altura, o senador Demóstenes Torres, que já era o braço político do contraventor, sabia que fora preterido para o cargo de Secretário Nacional de Justiça. Há a suspeita que, em represália, ele teria atuado com Cachoeira para prejudicar o PT, o governo Lula e, mais especialmente, o então chefe do Gabinete Civil José Dirceu, que teria sido o responsável pelo veto ao seu nome. Neste contexto, a propina paga por homens do próprio Cachoeira a Marinho deu a partida para o surgimento do pior fato político possível para os adversários de Demóstenes e de seu grupo, que tem Cachoeira como prócer.
Veja, servindo-se de sua fonte na contravenção, não apenas deu vazão às fitas gravadas pelo pessoal de Cachoeira, como prosseguiu divulgando, nos anos seguintes, todo o material que ele produzia e passava às mãos de Policarpo Junior. É frase dele, repita-se: “Os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”. Este material incluiu o ‘furo’ do pedido de dinheiro por parte de Valdomiro Diniz, em fita gravada em 2002, desta feita pelo próprio Cachoeira. A notícia saiu em Veja em 2004, mostrando que a parceria já funcionava bem.
Não é do interesse de Veja, agora, puxar por essa memória. A estratégia, manifestada no curto texto “O Policarpo Nunca Foi Nosso”, na edição desta semana, busca carimbar no editor-chefe a marca do profissional acima de qualquer suspeita. Para tanto, utiliza Carlinhos Cachoeira como avalista: “O Policarpo você conhece muito bem. (...) Ele não faz favor para ninguém e muito menos para você”, disse o contraventor, hoje preso, para seu auxiliar e ex-araponga Jairo Martins, também encarcerado pela Operação Monte Carlo. “Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo. Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso...”. Pelos serviços prestados a Veja, a verdade é que Policarpo Junior poderia ter ganho, nesta semana, uma defesa melhor, de um advogado mais qualificado. No editorial do diretor de redação Eurípedes Alcântara, nenhuma linha a respeito. É como se o diretor da sucursal de Brasília estivesse sozinho em seu relacionamento com Cachoeira, mas há toda uma gigantesca máquina editorial por detrás desse circuito.

Vídeo sobre a matéria:


Fonte texto: Portal Brasil 247

MÍDIA E DESORDEM NEOLIBERAL, ANO IV


119,6 milhões de pessoas, ou 24,2% da população dos 27 países da Europa,  encontram-se no limiar da pobreza. Nos EUA, o programa de vale-refeição  garante comida a 46 milhões de pessoas -- um em cada oito norte-americanos precisa de ajuda para não passar fome. As importações mundiais mantém-se estagnadas, condição que se arrasta desde julho e um indicativo da paralisia no comércio internacional.  As encomendas industriais desabam na Europa, o que pode ser visto como um termômetro de agravamento da  recessão neste final de ano e início do próximo. Nos EUA,  a produção industrial  recuou 0,4% em outubro, em relação ao mês anterior; institutos previam alta de 0,1%, depois que o indicador avançou apenas 0,2% em setembro.Na Ásia, a China mostra recuperação, mas  o Japão patina. Em toda a América Latina a demanda emite sinais de enfraquecimento com a economia desidratada pela contração global da procura por matérias-primas. No Brasil o emprego e a renda continuam em expansão, mas o investimento industrial completou o 5º trimestre negativo, com 2% de queda em setembro, enquanto  o PIB cresceu apenas 0,6% no período. Nesta 3ª feira, o ministro Guido Mantega  anunciou  R$ 2,8 bi em desonerações à construção civil, com corte de 20% para 2%  na alíquota do INSS sobre a folha.Desde o início do crise, o país  já concedeu R$ 45 bi em incentivos fiscais à  retomada do crescimento. O valor equivale a quase 1ª do PIB, sendo criticado pelo jogral midiático, o mesmo que por 30 anos prega as virtudes dos mercados autorreguláveis e da desregulação financeira ,e  que insiste na adoção do tripé ortodoxo: redução do Estado, supressão de direitos trabalhistas e choque de gestão --exatamente o que vem sendo feito há 30 aos. Com os resultados sabidos.

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Fonte texto: Portal A Carta Maior

Cher, Jada Pinkett Smith e outros artistas de Hollywood se unem à OIT contra a escravidão


GENEBRA (Notícias da OIT) – A ganhadora do Oscar e cantora Cher está na lista de reconhecidos artistas internacionais que se uniram à Organização Internacional do Trabalho (OIT) para lutar contra a escravidão moderna.
Os participantes incluem artistas de Hollywood, desportistas e defensores dos direitos humanos, entre eles: Mila Kunis, Oliver Stone, Kellan Lutz, Sérgio Mendes e Jada Pinkett Smith. Também participam Dan Kennedy, goleiro do Chivas EUA, e Somaly Man, defensora das vítimas de tráfico humano, além do compositor brasileiro Milton Nascimento.
“Estou orgulhosa de unir-me à OIT na luta contra a escravidão”, declarou Jada Pinkett Smith. “Quando pensamos na escravidão, pensamos no passado. Mas a realidade é que na atualidade, três de cada 1.000 pessoas no mundo estão em trabalho forçado, são vítimas de tráfico ou trabalham em condições similares à escravidão”, assinalou. “Isto não é bom e tem que terminar”.
De acordo com números da OIT, quase 21 milhões de mulheres, homens e crianças no mundo são vítimas de trabalho forçado. Isto significa que estão presos em empregos que lhes foram impostos por meio da coação ou de engano, e que não podem abandonar. Cerca de 26 por cento dos escravos hoje em dia são menores de 18 anos.
“Para todos nós, ter um trabalho decente com um trabalho justo, no qual estejamos minimamente protegidos quando precisamos e que se respeitem os direitos laborais fundamentais, são aspirações básicas”, disse o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder.
“Lamentavelmente, muitas mulheres e homens, meninas e meninos, continuam presos no pesadelo da escravidão e do trabalho forçado. Por isso, a OIT se sente realmente animada ao ver tantos artistas de renome unindo-se a esta luta. Juntos, podemos fazer uma grande diferença e dar esperança a todos aqueles que aspiram trabalhar em liberdade, igualdade, segurança e dignidade”.
A OIT é a agência das Nações Unidas especializada no mundo do trabalho. Foi fundada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de refletir a convicção de que uma paz universal e duradoura somente pode ser alcançada se for baseada na justiça social. A OIT foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 1969.
Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Porta da OIT

Ocupe PSDB


Os últimos movimentos são inequívocos: Aécio Neves caminha para reinar absoluto no PSDB. Foi lançado por Fernando Henrique Cardoso para a disputa de 2014 ao mesmo tempo em que examina a possibilidade de assumir a presidência do partido a partir de maio próximo.
Com isso, ocupará os espaços mais relevantes e poderá realizar a aspiração dos conterrâneos sempre desejosos de que o processo de sucessão presidencial volte a "passar por Minas".
Uma candidatura definida com tanta antecedência em agremiação sem as características de unidade em torno de uma figura, como o PT, pode dar certo se servir para dar rumo ao partido. Também pode piorar ainda mais as coisas para os tucanos se a ideia for transformá-lo em cartório de um grupo.
De qualquer forma, há muita água para rolar, como demonstram as resistências dos paulistas. Mas, descontado o imponderável, a candidatura é fato dado por consumado em discurso de Fernando Henrique durante a reunião de prefeitos eleitos pelo PSDB e aparentemente - e apenas na aparência - refugado por Aécio.
Ele diz que "ainda é cedo" e não quer "queimar etapas", mas fala para constar. Digamos que seja uma ambiguidade combinada na medida da necessidade de ganhar algum tempo para aparar arestas internas. De um lado, FH lança o nome e, de outro, Aécio faz de conta que ficou de pensar.
Pura cenografia, já que os dois conversam dia sim outro também e o mineiro se movimenta claramente como candidato desde a eleição municipal.
Analisa a cena política sob a ótica da candidatura, mantém abertos canais em todos os partidos na perspectiva de mais adiante conquistar aliados e joga na divisão da base governista.
Por exemplo, no momento incentiva a candidatura de Júlio Delgado (PSB) à presidência da Câmara no intuito menos de agradar ao governador Eduardo Campos e mais de atrapalhar o acordo de rodízio entre PT e PMDB, fomentando a cizânia.
"Amigo na pessoa física" de Campos, por enquanto Aécio não acredita na candidatura dele à Presidência. "Posso começar a mudar de opinião quando, e se, o PSB deixar os cargos que ocupa no governo federal."
Na visão dele, o governador de Pernambuco terá dificuldade de transitar da condição de aliado para a de oponente do Planalto e, por isso, aposta que há 70% de chance de Campos continuar ao lado do governo.
"Eu me preocuparia mais se houvesse outra força emergente nitidamente de oposição", diz o senador. Como se vê, sem a menor preocupação com a "queima de etapas".
Vacinação. O senador Aécio Neves acha que o PSDB precisa o quanto antes "furar a bolha" do julgamento do tucano Eduardo Azeredo no processo do mensalão mineiro.
Ou seja, enfrentar a questão que põe o partido como introdutor de Marcos Valério no mundo da política, por ter usado os métodos depois ampliados do esquema no mensalão a serviço da campanha pela reeleição de Azeredo ao governo de Minas.
Outro dia mesmo o senador defendeu publicamente essa ideia sobre a qual há algum tempo conversa nos bastidores.
Na opinião de Aécio, o PSDB deve argumentar que o episódio não atingiu a direção do partido, disse respeito a uma regional e não contaminou o governo do Estado porque aquela eleição foi perdida.
Entre os tucanos comenta-se que há dois trunfos para conter os ataques do PT quando o assunto estiver na ordem do dia: o envolvimento de Walfrido dos Mares Guia, ministro no governo Lula, e Clésio Andrade, na época vice de Azeredo e hoje comandante em chefe do PMDB de Minas.
Cálculo. Não deve ser coincidência. Fernando Henrique pôs o nome de Aécio Neves na roda em momento de infortúnio político para o governo por causa das condenações e do escândalo dos pareceres, dificultando o contra-ataque.


Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Blog Aposentado Invocado

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ex-deputado federal Sérgio Miranda morre aos 65 anos em Brasília


Ex-filiado do PCdoB, Sérgio Miranda assumiu a presidência do PDT em BH. Miranda morreu de câncer de pâncreas e o enterro será em Brasília.

O ex-deputado federal Sérgio Miranda, 65, morreu nesta segunda-feira (26) devido a um câncer de pâncreas diagnosticado no início do ano.
Seu corpo será velado no Salão Negro da Câmara dos Deputados às 15h desta segunda-feira, segundo informou a liderança do PCdoB.
O enterro está previsto para esta terça-feira (27), no cemitério Campo da Esperança, em Brasília, ainda sem horário.
Com 43 anos de militância no PCdoB, Miranda deixou o partido em 2005 e assumiu a presidência do PDT em Belo Horizonte. Foi candidato à prefeitura da capital mineira em 2008, mas não venceu. Atualmente trabalhava na Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini, do PDT.
Na semana passada, Sérgio Miranda foi condecorado com a Medalha do Mérito Legislativo, premiação concedida pela Câmara dos Deputados, porém não pôde participar da cerimônia de entrega devido à sua saúde debilitada. Sua mulher, Cristina Sá Brito, foi quem recebeu a medalha em seu lugar, de acordo com assessoria do PCdoB.
Natural de Belém, radicou-se em Minas Gerais e tornou-se vereador de Belo Horizonte entre 1988 e 1992. Assumiu quatro mandatos de deputado federal e foi líder do PCdoB na Câmara em 1996 e 2000, segundo informações do partido.
Sérgio Miranda de Matos Brito (Belém do Pará, 23 de novembro de 1947 — Brasília, 26 de novembro de 2012)) foi um político brasileiro, filiado ao Partido Democrático Trabalhista.
Sérgio Miranda foi professor e deputado federal por Minas Gerais por quatro mandatos, entre 1993 e 2006, e chegou a ser indicado como um dos mais influentes da Câmara dos Deputados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Foi também vereador em Belo Horizonte entre 1988 e 1992. Assumiu como deputado após renúncia de Célio de Castro (PSB), que tornou-se vice-prefeito da capital.
Já assumio a presidência da sigla do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Belo Horizonte e presidente da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini. Militante comunista, foi expulso do curso de Matemática na Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1969, devido decreto-lei 477 do governo militar. Foi filiado ao Partido Comunista do Brasil por 43 anos, até se desligar em setembro de 2005.
Como deputado federal atuou na CPI das Fraudes do INSS, na investigação do assassinato dos fiscais do Ministério do Trabalho, além de ter participado da missão oficial à China em 2000. Trabalhou principalmente nas áreas orçamentária, previdência, direitos sociais e trabalhistas. Como vereador, foi autor da lei da meia-entrada para estudantes em Belo Horizonte.
Vídeos sobre a matéria:

Fonte Texto: G1/Wikipédia

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Jovens estudantes tentam refundar partido símbolo da ditadura militar


Cibele Bumbel Baginski tenta refundar Arena (Foto: Arquivo Pessoal)
Grupo publica programa da 'nova Arena' no Diário Oficial e busca adesões. Desiludidos com a direita, eles propõem sigla nacionalista e conservadora.
Extinta há mais de 30 anos com o fim do bipartidarismo no Brasil, a Aliança Renovadora Nacional (Arena) pode voltar à ativa nas mãos de jovens e com uma cara "nova". O estatuto e o programa do novo partido foram publicados no Diário Oficial da União na última terça-feira (13), cumprindo um dos passos burocráticos para o registro da legenda.
A Arena foi fundada originalmente em abril de 1966 dentro do sistema de bipartidarismo imposto pelo regime, que extinguiu outros 13 partidos que existiam antes. Enquanto a Arena sustentava o governo militar, fazia oposição no Congresso o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O partido elegeu todos os presidentes que se candidataram pela legenda, de Costa e Silva (1967-1969) a João Figueiredo (1979-1985). Foi extinto junto com o MDB em novembro de 1979, no processo de redemocratização que permitiu a abertura de novos partidos. Do MDB surgiu o PMDB; os remanescentes da Arena foram o antigo PDS (atual PP) e a Frente Liberal (atualmente DEM).
Nos anos 70, enquanto os militares estiveram no poder, o país viveu o chamado "milagre econômico", com altas taxas de crescimento econômico. No âmbito político, o período foi marcado por perseguição aos opositores do regime, com a violação de direitos humanos e políticos e a adoção de práticas como censura prévia da imprensa, tortura e assassinatos.
"Não viemos flertar com o totalitarismo. Nosso partido não é uma seita. Quem não tem capacidade de dialogar, pode pegar a mala e ir embora. Somos a direita democrática", garante.Para fugir da repressão do Estado, políticos, militantes, artistas e pessoas de vários outros setores da sociedade buscaram exílio em outros países. Estima-se que mais de 420 pessoas foram assassinadas ou dadas como desaparecidas durante o período de exceção. Em maio deste ano, foi instalada a Comissão da Verdade, com o objetivo de apurar os crimes cometidos no período.


Valores e ideologia

Segundo sua idealizadora, a estudante de Direito Cibele Bumbel Baginski, 23 anos, a nova Arena rechaça a possibilidade de atrair grupos extremistas, com tendências fascistas ou neonazistas, por exemplo. Ela conta que o grupo já teve de aturar alguns tipos com "propostas absurdas", mas que, aos poucos, acabaram se afastando.

O grupo de 144 pessoas, espalhados por 15 estados do país, diz querer promover o retorno da "verdadeira direita" ao cenário político brasileiro. A nova Arena defende o resgate de valores que consideram esquecidos, como o conservadorismo e o nacionalismo, um partido que defenda o Estado "necessário" e o direto à propriedade, por exemplo.
No programa da nova Arena, constam propostas como a privatização do sistema penitenciário; a abolição de qualquer sistema de cotas raciais, de gênero, ou condições "especiais"; a aprovação da maioridade penal aos 16 anos; o retorno ao currículo escolar de disciplinas como moral e cívica e latim; a retomada do controle de estatais fundamentais à proteção da nação; e o reaparelhamento das Forças Armadas.
Estudante na Universidade de Caxias do Sul (UCS), sediada no município de mesmo nome, é Cibele Bumbel Baginski quem assina como presidente provisória do partido o estatuto e o programa da nova Arena.
"Queremos implementar mudanças na sociedade de forma gradual, ordeira e com estabilidade. Propomos um jeito de fazer política com convicção, com propostas e focado na resolução dos problemas dos país. As pessoas querem solução e não discussão", argumenta.
O objetivo é erguer um partido assumidamente de direita. Para os neo-arenistas, há um espaço que precisa ser preenchido entre as 30 legendas atualmente existentes. "Politicamente, a direita brasileira é um horror. Não existe. Tem vergonha de se assumir. É a única direita que se vende para a esquerda", opina Cibele.
De acordo com o estatuto, a nova Arena "não coligará com partidos que declaram em seu programa e estatuto a defesa do comunismo, bem como vertentes marxistas". Caberá a um órgão chamado de Conselho Ideológico, entre outras tarefas, aprovar as correntes e tendências que venham a se formar internamente, além de "fiscalizar, e se necessário intervir, em todos os órgãos do partido". Esse conselho, a instância máxima, será formado formado por nove pessoas, das quais cinco serão membros permanentes e vitalícios.
"A partir de agora é que vamos mobilizar nossos núcleos regionais para essa tarefa. Acredito que até meados de 2013 isso esteja pronto, e o partido apto a concorrer nas eleições de 2014", planeja Cibele.Mobilização
A publicação no Diário Oficial é uma das etapas para a criação do partido. Após a sigla adquirir personalidade jurídica, os fundadores irão pleitear o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para isso, devem reunir 491 mil assinaturas de eleitores (0,5% dos votos válidos na última eleição para a Câmara dos Deputados) de pelo menos nove estados (um terço do total) – o grupo já tem de 40 a 50 mil, diz Cibele.
Natural de Porto Alegre, a estudante reside em Caxias do Sul há cerca de quatro anos. O gosto pela política, diz ela, vem dos pais, um casal de comerciantes. A ideia de fundar uma legenda nova surgiu a partir de discussões entre colegas universitários e amigos sobre o modelo de partido ideal. Os debates se espalharam pela internet e encontraram adeptos em outros estados. Em junho, o grupo decidiu levar a proposta adiante e deu início aos trâmites burocráticos.
A proposta inicial não era ressuscitar a extinta Arena – o nome só foi escolhido depois, em votação, por sugestão de outra fundadora. A presidente da nova Arena não teme críticas pelo fato de o nome do partido estar associado à ditadura militar. Ela argumenta que o partido atuava dentro das leis da época e que os crimes cometidos durante o regime de exceção partiram das pessoas que controlavam o Estado e as instituições, não do partido.
"Não acho que seja algo ruim. É algo que ou você gosta ou você não gosta", diz Cibele, que cita o desenvolvimento econômico durante o período do regime militar como saldo positivo. "O país estava precisando de uma sacudida. Sem isso [o regime militar], o Brasil não seria o que é hoje", defende.
Autora de um livro de contos de publicação independente, que assina como Lady Baginski, a jovem que exibe um piercing nos lábios foge do estereótipo de conservadora. Ela conta que, por suas convicções políticas, já sofreu agressões verbais públicas no meio universitário, que considera “doutrinado” pelo pensamento marxista. Diz que cultiva amizades e consegue dialogar com pessoas de ideologias opostas.

O que era 

Segundo o verbete do Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, organizado pelo CPDOC/FGV, a Arena foi um "partido político de âmbito nacional, de apoio ao governo, fundado em 4 de abril de 1966 dentro do sistema de bipartidarismo instaurado no país após a edição do Ato Institucional nº 2 (27/10/1965), que extinguiu os partidos existentes, e do Ato Complementar nº 4, que estabeleceu as condições para a formação de novos partidos. Desapareceu em 29 de novembro de 1979, quando o Congresso decretou o fim do bipartidarismo e abriu espaço para a reorganização de um novo sistema multipartidário".

O que será
De acordo com o estatuto publicado no Diário Oficial da União, a nova Arena é um partido que "possui como ideologia o conservadorismo, nacionalismo e tecno-progressismo, tendo para todos os efeitos a posição de direita no espectro político; devendo as correntes e tendências ideológicas ser aprovadas pelo Conselho Ideológico (CI), visando a coerência com as diretrizes partidárias. A Arena, em respeito à convicções ideológicas de Direita, não coligará com partidos que declaram em seu programa eestatuto a defesa do comunismo, bem como vertentes marxistas".

O que defendem os novos arenistas
- Privatização do Sistema Penitenciário.
- Abolição de quaisquer sistemas de cotas raciais, de gênero, ou condições "especiais".
- Aprovação da maioridade penal aos 16 anos.
- Retorno ao currículo escolar das disciplinas de Educação Moral e Cívica e Latim.
- Ensino da História do Brasil e História Geral sem ênfases tendenciosas doutrinariamente e com abrangência de todos os continentes, e não somente alguns.
- Defender o Estado Necessário
- Retomar o controle de todas as empresas estatais que são fundamentais à proteção da Nação.
- Reaparelhar as Forças Armadas, tirando-a de seu sucateamento e parco efetivo.
Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Portal G1

A difícil tarefa de prever cenários políticos


Coluna Econômica
A definição dos cenários políticos futuros costuma ser tarefa tão inglória quanto a projeção de cenários econômicos.
Esse foi o desafio de uma mesa que mediei na 4a feira à noite, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Compunham a mesa os professores Aldo Fornazieri, Carlos Melo e André Singer.
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Um dos pontos de discussão foi sobre o que Fornazieri chamou de “mito determinante das eleições”. Em sua opinião não existe um fator que influencie eleições. O ponto determinante é a conjuntura. Há conjuntura de continuidade e conjuntura de mudança, diz ele.
Em São Paulo, Serra enfrentou uma conjuntura de mudança. E seria derrotado por qualquer um dos três candidatos que representasse o novo, Fernando Haddad, Gabriel Chalita ou Celso Russomano.
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Melo considerou que a indicação de Serra para disputar a prefeitura de São Paulo abortou um movimento de renovação do PSDB. Por que esse erro reiterado do PSDB com Serra, indaga ele? Em sua opinião, há um esvaziamento de lideranças políticas no mundo inteiro.
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Em minha opinião, o grande problema dos dois maiores partidos brasileiros, o PT e PSDB, é o da governança, da democracia interna.
A atual geração de dirigentes é filha da campanha das diretas, nos anos 80. Estratificaram-se no poder, impedindo a renovação, especialmente a partir de um certo paulicentrismo.
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No caso do PT, houve a renovação – com Dilma e, agora, com Haddad – exclusivamente devido ao enorme poder que Lula desenvolveu internamente no partido, especialmente após o esvaziamento da liderança de José Dirceu, após o episódio do “mensalão”.
Sem essa liderança, os mecanismos internos do partido -  mesmo sendo mais democráticos que no PSDB – jamais teriam aberto espaço para as novas candidaturas.
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No PSDB, Fernando Henrique Cardoso reconheceu a necessidade de renovação mas  não botou a mão na massa – como Lula. A presidência do partido estava nas mãos de um político inexpressivo.
Com isso, deixou espaço livre para a truculência de Serra e do pequeníssimo exército de centuriões que o acompanha.
Não ter lançado Aécio candidato em 2010 pode ter sido o erro final do partido.
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Mesmo aceitando-se a tese da renovação em São Paulo, não houve concordância se  foi um fenômeno nacional. Singer supõe que sim, pelo número de prefeitos novos eleitos, especialmente nas capitais. Fornazieri viu novidades apenas onde prefeitos não poderia se reeleger.
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Em relação às próximas eleições presidenciais, alguns pontos de vista concordantes e outros discordantes.
Primeiro: é sonho sem sentido do PSDB, supor que o governador pernambucano Eduardo Campos aceitaria ser vice em uma chapa com Aécio Neves. Campos tem voo próprio e, se os ventos da economia estiverem favoráveis, vai e resguardar para 2018.
Por outro lado, não se acredita que o PSDB deixará de lançar Aécio como candidato em 2014. Segundo Fornazieri, se Aécio não sair candidato, o PSDB acaba, como grande partido nacional.
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Há arranjos alternativos. Recentemente, em um programa Brasilianas, o cientista social Marcos Nobre aventou a possibilidade de uma dobradinha Campos-Anastasia, com Aécio se candidatando novamente ao governo de Minas, por falta de sucessores no Estado.

O fator 2006 - 1

Para Singer, as eleições de 2006 foram um marco divisor, quando eleitores de baixa renda – que votaram em Fernando Collor e, depois, em Fernando Henrique Cardoso – aderiram em massa à candidatura Lula e, depois, lentamente seguiram em direção ao PT. Esse movimento modificou a base do PT que, antes, era mais de classe média dos grandes centros.
Simultaneamente, ocorre um afastamento da classe média.

O fator 2006 - 2

Esse afastamento ocorre antes do do “mensalão” devido aos paradoxos do governo Lula.  O primeiro mandato misturou políticas díspares. De um lado deu continuidade ao tripé neoliberal (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário). Teve efeitos nefastos, na quebradeira da cadeia produtiva de diversos setores industriais. Em certa medida ainda está presente na política atual, diz Singer.

O fator 2006 - 3

Na outra ponta, Lula ganhou espaço político para políticas sociais exatamente opostas ao ideário neoliberal, que consistiram em distribuir renda para setores mais necessitados. Mas considera que o modelo lulista esgotará nos grandes centros urbanos, que exigirão muito mais recursos do que as quireras distribuídas pelo Bolsa Família. Sistema de saúde que dê conta de uma população como SP, exige muito dinheiro.
Os novos tempos
Há que se levar em conta outros fatores na história. O país já possui uma carga tributária extremamente elevada, sem muito espaço para mais aumentos. Por outro lado, nos últimos anos houve uma redução significativa da dívida pública e, de agosto do ano passado para cá, da taxa Selic. Isso abrirá espaço para a liberação de recursos para investimentos e gastos públicos. Mas exigirá, sobretudo, melhoria substancial na gestão pública

O papel do gestor público - 1

Hoje em dia, três dos políticos melhor avaliados do país – Eduardo Campos, o prefeito do Rio Eduardo Paes e, antes, Aécio Neves (apesar de jamais ter se envolvido diretamente com a gestão do estado) – souberam incorporar mecanismos de gestão que lhes permitiram entregar parte do prometido ao eleitorado. Mas quando se fala em político gestor, os cientistas sociais tendem a ver o tecnocrata substituindo o político.

O papel do gestor público – 2

Ora, o grande gestor – seja na política ou na grande organização privada – é, acima de tudo, um estadista. Tem que saber definir metas, liderar equipes, conquistar corações e mentes e criar as condições políticas para a implementação das medidas. Um mero tecnocrata jamais será grande gestor. Campos tornou-se político nacional, inicialmente, por reunir virtudes de grande político. E o diferencial do grande gestor.
Fonte texto: Blog Luís Nassif Online

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Só Rindo Mesmo...

Olha o Lamerda aí...
Ahnnnnn!!!!

Bebum é fo...

Olha o busão!!!
Peripécias de Durval!!!

Filosófico...
Fonte: Blog Fudeu!!!

O "mensalão" tucano

A mídia nativa entende que o processo do “mensalão” petista provou finalmente que a Justiça brasileira tarda, mas não falha. Tarda, sim, e a tal ponto que conseguiu antecipar o julgamento de José Dirceu e companhia a um escândalo bem anterior e de complexidade e gravidade bastante maiores. Falemos então daquilo que poderíamos definir genericamente como “mensalão” tucano. Trata-se de um compromisso de CartaCapital insistir para que, se for verdadeira a inauguração de um tempo novo e justo, também o pássaro incapaz de voar compareça ao banco dos réus.


Réu mais esperto, matreiro, duradouro. A tigrada atuou impune por uma temporada apinhada de oportunidades excelentes. Quem quiser puxar pela memória em uma sociedade deliberadamente desmemoriada, pode desatar o entrecho a partir do propósito exposto por Serjão Motta de assegurar o poder ao tucanato por 20 anos. Pelo menos. Cabem com folga no enredo desde a compra dos votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, até a fase das grandes privatizações na segunda metade da década de 90, bem como a fraude do Banestado, desenrolada entre 1996 e 2002.

Um best seller intitulado A Privataria Tucana expõe em detalhes, e com provas irrefutáveis, o processo criminoso da desestatização da telefonia e da energia elétrica. Letra morta o livro, publicado em 2011, e sem resultado a denúncia, feita muito antes, por CartaCapital, edição de 25 de novembro de 1998. Tivemos acesso então a grampos executados no BNDES, e logo nas capas estampávamos as frases de alguns envolvidos no episódio. Um exemplo apenas. Dizia Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente do banco, para André Lara Rezende: “Temos de fazer os italianos na marra, que estão com o Opportunity. Fala pro Pio (Borges) que vamos fechar daquele jeito que só nós sabemos fazer”.

Afirmavam os protagonistas do episódio que, caso fosse preciso para alcançar o resultado desejado, valeria usar “a bomba atômica”, ou seja, FHC, transformado em arma letal. Veja e Época foram o antídoto à nossa capa, divulgaram uma versão, editada no Planalto e bondosamente fornecida pelo ministro José Serra e pelo secretário da Presidência Eduardo Jorge. O arco-da-velha ficou rubro de vergonha, aposentadas as demais cores das quais costuma se servir.

Ah, o Opportunity de Daniel Dantas, sempre ele, onipresente, generoso na disposição de financiar a todos, sem contar a de enganar os tais italianos. Como não observar o perene envolvimento desse monumental vilão tão premiado por inúmeros privilégios? Várias perguntas temperam o guisado. Por que nunca foi aberto pelo mesmo Supremo que agora louvamos o disco rígido do Opportunity sequestrado pela PF por ocasião da Operação Chacal? Por que adernou miseravelmente a Operação Satiagraha? E por que Romeu Tuma Jr. saiu da Secretaria do Ministério da Justiça na gestão de Tarso Genro? Tuma saberia demais? Nunca esquecerei uma frase que ouvi de Paulo Lacerda, quando diretor da PF, fim de 2005: “Se abrirem o disco rígido do Opportunity, a República acaba”. Qual República? A do Brasil, da nação brasileira? Ou de uma minoria dita impropriamente elite?

Daniel Dantas é poliédrico, polivalente, universal. E eis que está por trás de Marcos Valério, personagem central de dois “mensalões”. Nesta edição, Leandro Fortes tece a reportagem de capa em torno de Valério, figura que nem Hollywood conseguiria excogitar para um policial noir. Sua característica principal é a de se prestar a qualquer jogo desde que garanta retorno condizente. Vocação de sicário qualificado, servo de amos eventualmente díspares, Arlequim feroz pronto à pirueta mais sinistra. Não se surpreendam os leitores se a mídia nativa ainda lhe proporcionar um papel a favor da intriga falaciosa, da armação funesta, para o mal do País.

Pois é, hora do dilema. Ou há uma mudança positiva em andamento ou tudo não passa de palavras, palavras, palavras. Ao vento. É hora da Justiça? Prove-se, de direito e de fato. E me permito perguntar, in extremis: como vai acabar a CPI do Cachoeira? E qual será o destino de quem se mancomunou com o contraventor a fim de executar tarefas pretensamente jornalísticas, como a Veja e seu diretor da sucursal de Brasília, Policarpo Jr., uma revista e um profissional que desonram o jornalismo.


Vídeo sobre a matéria:
Fonte Texto: Blog O Esquerdopata