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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Temer, Globo e a fábrica de ciladas

Vivemos nesses últimos dias a aceleração da indústria do boato para apressar a votação no Senado antes da desmoralização completa do governo Temer. Alguns senadores já começaram a dar sinais de impaciência, se isso é indignação verdadeira ou só uma pressão oportunista para descolar um agrado, ainda não está claro. Mas, para evitar um final infeliz, planta-se nas redes um frisson artificial, uma espécie de linchamento digital de Dilma, exatamente como se fez com Lula algum tempo atrás. Toda essa aceleração é ditada por Temer e pela Rede Globo.

No caso de Lula, quando foi nomeado para o ministério, a Globo mobilizou num instante o lacaio FHC que, durante um evento de agências de seguro, talvez ligadas a grandes bancos, em São Paulo, usou todos os adjetivos para avacalhar a imagem de Lula. Foi a senha para que outros, como Gilmar Mendes, viessem à ribalta cuspir também seus impropérios. Para alcançar o efeito desejado, FHC desceu fundo no vocabulário mais ofensivo, recuperando expressões que eram usados durante a Ditadura, quando se dizia que Lula era analfabeto:
Vivemos nesses últimos dias a aceleração da indústria do boato para apressar a votação no Senado antes da desmoralização completa do governo Temer.
Alguns senadores já começaram a dar sinais de impaciência, se isso é indignação verdadeira ou só uma pressão oportunista para descolar um agrado, ainda não está claro. Mas, para evitar um final infeliz, planta-se nas redes um frisson artificial, uma espécie de linchamento digital de Dilma, exatamente como se fez com Lula algum tempo atrás. Toda essa aceleração é ditada por Temer e pela Rede Globo.

No caso de Lula, quando foi nomeado para o ministério, a Globo mobilizou num instante o lacaio FHC que, durante um evento de agências de seguro, talvez ligadas a grandes bancos, em São Paulo, usou todos os adjetivos para avacalhar a imagem de Lula. Foi a senha para que outros, como Gilmar Mendes, viessem à ribalta cuspir também seus impropérios. Para alcançar o efeito desejado, FHC desceu fundo no vocabulário mais ofensivo, recuperando expressões que eram usados durante a Ditadura, quando se dizia que Lula era analfabeto:

"Tem que ter cabeça nova, não é só ser político, é preciso conhecimento. Conhecimento é fundamental. Você não pode dirigir esse país sendo analfabeto. Não dá”.

Sentindo-se respaldado, e livre para voar, Gilmar Mendes quis apontar crime tipificado no Código Penal, ou seja, coisa de bandido comum, na nomeação de Lula:

“O que ressai é a impressão de que pode ter ocorrido mesmo não um crime de responsabilidade, mas um crime do código penal, que é o crime de falsidade, a possibilidade de que pode ter havido de fato a declaração falsa de posse do presidente Lula”.

Veja-se que, como um tique nervoso, ou um gesto compulsivo de um psicopata, as acusações dirigidas a Lula e Dilma, têm sempre em mira produzir um desgaste que deve rebaixar e execrar. Ou seja, é uma tara de depredar a imagem e o valor.

Nesses últimos dias, com o andamento do golpe começando a engasgar, com a natureza decrépita do governo Temer se fazendo visível, e o grau de corrosão interna do seu plantel de ministros começando a assustar, Temer usa a batuta de maestro para, como se diz em música, passar ao presto, senão ao prestíssimo, ou seja, à maior velocidade. Começa então o jogo do linchamento público para instilar ódio na opinião pública. O portal do G1 passou os últimos dias, em frenética exposição de manchetes que serviam a esse martírio humilhante da imagem de Dilma.

O jornal O Globo, da sexta-feira, plantou a mentira estapafúrdia, pelas mãos de Merval Pereira, sobre gastos pessoais de Dilma com dinheiro da Petrobras, coisa tão ridícula que pouco foi levada a sério. Nem era para ser, porque o que interessava era apenas degradar a imagem, nada além disso:




Esta maquinação de O Globo tinha o objetivo de condensar-se com outra, que vinha desde a quinta-feira sendo esquentada, que era o “corte de comida” (veja o nível) para o Palácio Alvorada. No UOL, a matéria apareceu assim hoje:



O conteúdo da matéria sobre o caso deixa claro seu caráter de manobra vulgar engendrada para produzir o efeito de aniquilação moral:

“Sem pão… só água Dilma Rousseff e auxiliares ficaram os últimos dias sem dinheiro para comprar comida para o Alvorada. O chamado ‘cartão de suprimento” foi cortado pela equipe de Temer na quarta (1º). (...) O Planalto informou na noite de sexta que Dilma já estava liberada para compras.”
Ontem (04/05) o cerco foi mantido o dia inteiro no G1, batendo nas mesmas teclas, e buscando o mesmo efeito:



A lógica da operação não é difícil de perceber. Transformar Dilma numa espécie de vilã em fim de novela, naquele momento em que a máscara cai e a casa cai também. “A fonte secou, a antiga fartura chegou ao fim, as benesses vão sendo retiradas uma a uma. A vilã sofre.” É esse mais ou menos o recado passado a uma opinião pública idiotizada. Na home do UOL:



O conteúdo propriamente dessas denúncias não merece sequer a mínima atenção. São supostos fatos, situações que humilham e inferiorizam, ou seja, o mais puro e cristalino assédio moral, que é mobilizado para desestabilizar a imagem na opinião pública e, fazendo isso, aumentar a sede de sangue dos lobos no Senado.

O que surpreende nisso tudo é que Dilma tenha uma assessoria tão pedestre, tão míope, que ao invés de transformar isso em piada, se afoba em responder, ou seja, em fazer marola. Isso causa uma certa depressão. Ao ver a qualidade desse tipo de reação, infelizmente, fica fácil entender porque Dilma chegou ao beco em que está.

A única lição importante de tudo isso é que o golpe, hoje, está atemorizado e temendo pela própria sorte. Não existe governo na história que, recém empossado, tenha adentrado no brejo da corrupção de forma tão veloz. Esse verme corrói o ministério de Temer de forma tão íntima que os enfermos vão caindo um a um. Com 14 dias úteis de governo, foram duas baixas. Um terceiro já está com febre alta. Como os antigos tuberculosos assintomáticos, os ministros, num dia estão saudáveis e serelepes, no outro, abotoam o paletó.

Antes que toda a turma tenha que ir para uma estação de repouso, como o jovem tuberculoso Hans Castorp, do romance a Montanha mágica, de Thomas Mann, ou, quem sabe, para uma temporada em instituição mais fechada, como o senhor Franz Biberkopf, em Berlim Alexanderplatz de Alfred Döblin, o recomendável é passar sebo nas canelas e correr contra o relógio.

Caso a assessoria de Dilm, modere a sua estultice, talvez o golpe venha a se perder numa das derrapagens das encruzilhadas quando o espaço, pela pressão do tempo, se torna muito propício a acidentes de percurso.
Fonte: Blog do Miro

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