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quarta-feira, 22 de junho de 2016

GloboNews interrompe entrevista de Eduardo Cunha após críticas à Globo

Eduardo Cunha diz que não renuncia e garante que foi ameaçado. GloboNews interrompeu transmissão ao vivo da entrevista quando deputado afastado criticou a Globo. TV Câmara, comandada por Cunha, cortou a veiculação quando os microfones foram abertos para perguntas dos jornalistas
Depois de fazer suspense sobre o tema da entrevista coletiva que marcou para esta manhã (21), o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) frustrou as expectativas dos que esperavam que ele anunciasse a renúncia ao cargo.
Cunha não apenas repetiu que não vai renunciar como reiterou que apresentará novos recursos contestando a votação do relatório do Conselho de Ética da Câmara, que pede a sua cassação.
Mesmo a declaração de que ele não vai aderir à delação premiada não foi tida como suficiente para ser considerada uma novidade para os colegas parlamentares.
Na avaliação dos colegas, ele passou uma imagem de que está cada vez mais sozinho e sem muitas formas de manter os argumentos que sempre apresenta.
O entendimento de muitos deputados que acompanharam, da Câmara, a entrevista, foi que Cunha queria acalmar os colegas que ainda fazem parte do seu grupo aliado, cada vez mais enfraquecido, sobre algum temor de delação – numa forma de conseguir manter votos a seu favor na sessão que decidirá pela sua cassação.
Depois de fazer suspense sobre o tema da entrevista coletiva que marcou para esta manhã (21), o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) frustrou as expectativas dos que esperavam que ele anunciasse a renúncia ao cargo.
Cunha não apenas repetiu que não vai renunciar como reiterou que apresentará novos recursos contestando a votação do relatório do Conselho de Ética da Câmara, que pede a sua cassação.
Mesmo a declaração de que ele não vai aderir à delação premiada não foi tida como suficiente para ser considerada uma novidade para os colegas parlamentares.
Na avaliação dos colegas, ele passou uma imagem de que está cada vez mais sozinho e sem muitas formas de manter os argumentos que sempre apresenta.
O entendimento de muitos deputados que acompanharam, da Câmara, a entrevista, foi que Cunha queria acalmar os colegas que ainda fazem parte do seu grupo aliado, cada vez mais enfraquecido, sobre algum temor de delação – numa forma de conseguir manter votos a seu favor na sessão que decidirá pela sua cassação.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que integra o grupo de apoio ao deputado afastado, contestou as declarações. Disse que Cunha, ao contrário, demonstrou força ao reunir toda a imprensa e que “se enganam os que pensam que ele está derrotado”. “Ele é daqueles que lutam até o fim”, afirmou.
A entrevista teve dois pontos que chamaram a atenção. A acusação de Cunha de estar sofrendo cerceamento do seu direito de defesa e a denúncia de que recebeu do ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, Jaques Wagner, o compromisso de que o PT votaria a favor dele no Conselho de Ética.
Perguntado sobre o motivo pelo qual não tinha feito tal denúncia antes, o deputado afastado disse que não tinha provas por que se tratou de uma conversa a dois e, por isso, preferiu evitar tratar do assunto.
Por fim, Cunha disse que recebeu várias ameaças de morte depois que acolheu o pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, mas preferiu também não divulgar isso “para evitar se vitimizar”.

Mídia

Chamou a atenção ainda o comportamento de parte da mídia na cobertura da entrevista de Eduardo Cunha.
A GloboNews transmitia a fala do deputado afastado ao vivo, mas interrompeu a veiculação assim que Cunha fez críticas à Rede Globo.
A TV Câmara, por sua vez, comandada por Eduardo Cunha, só transmitiu a fala corrida do deputado durante uma hora e meia. Quando os microfones foram abertos para as perguntas dos jornalistas, a transmissão foi cortada.

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