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terça-feira, 14 de junho de 2016

Lista: 12 das mulheres mais influentes da internet.

Nós já sabemos que representatividade importa.
A escritora e historiadora Michelle Perrot o sabia desde o século XX, quando escreveu, com razão, que as mulheres foram, durante muito tempo, deixadas à sombra da história.
Perrot, que estudou o processo da crescente visibilidade das mulheres em todas as esferas, reconheceu que o domínio dos meios intelectuais sempre fora predominantemente masculino, enquanto às mulheres era reservada uma educação tradicional que consistia basicamente em serviços domésticos, costura e boas maneiras.
O resultado não poderia ser outro: homens escrevendo e protagonizando a história.
Não podemos olvidar a carga de parcialidade que pesa sobre o autor e sobre o intelectual, e faz com que nenhum dos seus produtos artísticos esteja isento daquilo que ele próprio escolheu ser, porque, naturalmente, colocamos muito de nós em qualquer coisa que façamos. A arte é uma expressão de nós mesmos, por mais clichê que possa parecer.
Nós já sabemos que representatividade importa.
A escritora e historiadora Michelle Perrot o sabia desde o século XX, quando escreveu, com razão, que as mulheres foram, durante muito tempo, deixadas à sombra da história.
Perrot, que estudou o processo da crescente visibilidade das mulheres em todas as esferas, reconheceu que o domínio dos meios intelectuais sempre fora predominantemente masculino, enquanto às mulheres era reservada uma educação tradicional que consistia basicamente em serviços domésticos, costura e boas maneiras.
O resultado não poderia ser outro: homens escrevendo e protagonizando a história.
Não podemos olvidar a carga de parcialidade que pesa sobre o autor e sobre o intelectual, e faz com que nenhum dos seus produtos artísticos esteja isento daquilo que ele próprio escolheu ser, porque, naturalmente, colocamos muito de nós em qualquer coisa que façamos. A arte é uma expressão de nós mesmos, por mais clichê que possa parecer.
Agora, que o século XXI nos presenteia com escritoras, blogueiras, vloggers, atrizes, roteiristas, poetizas, etc., nós podemos e devemos consumir o que emana de nossas companheiras, porque nossas vozes estão também nas vozes de outras mulheres.
Nestes tempos sombrios, com mulheres e negras excluídas dos Ministérios, nesta oligarquia de homens brancos, a única saída para que não percamos o que já conquistamos é que nos escutemos.
Pensando nisso, preparamos uma lista com doze das mulheres mais influentes da rede. A ordem é aleatória.
1. Júlia Tolezano (Jout Jout Prazer)
A jornalista carioca Júlia Tolezano, de 24 anos, ficou conhecida como youtuber com o vídeo “Não Tira o Batom Vermelho”, de fevereiro de 2015, onde fala de um jeito leve, assertivo e bem-humorado sobre relacionamentos abusivos.
Desde então, Júlia, hoje com mais de 800 mil inscritos em seu canal (https://www.youtube.com/JoutJout), posta vídeos sobre os mais diversos assuntos.
Ela conta que não tinha pretensões de se tornar uma vlogger famosa, porque inclusive não é dada a planejamentos – a coisa toda aconteceu de maneira absolutamente natural, e, arrisco dizer, por uma razão óbvia: grandes talentos, cedo ou tarde, precisam ser reconhecidos.
Jout Jout reúne todas as características necessárias para ser uma das grandes vozes das mulheres nesta geração: fala simples e direta e temas pontuais – feminismo, racismo, assédio sexual – abordados com leveza.
Para ela, o curso de jornalismo não a ajudou com os vídeos. “Eu sou uma péssima jornalista”, conta, com uma humildade franca. Ela já foi convidada para um programa de televisão e recusou, porque sente que o seu trabalho faz mais sentido na internet.
Nós agradecemos.
2. Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro é uma das grandes representantes do feminismo negro da atualidade. Ela é feminista, pesquisadora na área de Filosofia Política, colunista da Revista CartaCapital e recentemente foi nomeada secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.
Em paralelo a todas essas funções, Djamila é, sobretudo, militante da causa da mulher negra, ministrando palestras e rodas de conversa em todo o país.
Em sua coluna (http://www.cartacapital.com.br/colunistas/djamila-ribeiro), ela aborda temas como racismo, fascismo, homoafetividade, cotas raciais e aborto.
A cereja no bolo dos textos de Djamila é a capacidade de relacionar questões modernas urgentes, nos trazendo a ideia necessária de que absolutamente tudo está interligado, como em sua última coluna (publicada no dia oito de junto) em que relaciona colonização e cultura do estupro.
Assim como Jout Jout, Djamila dialoga com o público de maneira simples e direta, mas com clara intenção de didatizar e teorizar as questões que aborda.
3. Clara Averbuck
Mais do que uma escritora, Clara é uma personalidade. Ler os seus textos me faz sentir confortável e, sobretudo, compreendida – do que uma mulher feminista precisa mais do que ser compreendida por outra mulher feminista?
Clara Averbuck personifica a coragem quando toca em assuntos delicadíssimos em um tom de confissão que nos faz concluir, com alívio: sim, nós podemos. Nós também podemos nos sentir cansadas de vez em quando, nós também podemos postar fotos de biquíni na internet, nós também podemos perder a paciência e a didática.
Ela escreve, enfim, textos que abraçam e são a própria compreensão do que é ser mulher no Século XXI. No http://claraaverbuck.com.br/ e http://lugardemulher.com.br/author/clara/.
4. Cidinha da Silva
A escritora e historiadora mineira Cidinha da Silva é autora dos livros “Racismo no Brasil e afetos correlatos” e “Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil”, “Cada Tridente em seu lugar”, “Os Nove Pentes D’África”, entre outros, além de blogueira e colunista dos portais Diário do Centro do Mundo, Fórum, Geledés, e no seu blog pessoal (http://cidinhadasilva.blogspot.com.br/)
Cidinha se auto-define, com razão, como uma escritora politicamente posicionada. Com uma escrita ácida e original, é considerada um dos maiores nomes da literatura afrodescendente.
Cidinha, prestes a completar dez anos de carreira, lança este ano o seu novo livro, “Sobre – Viventes!“, uma compilação de 41 crônicas.
5. Cynara Menezes
Cynara Menezes é a idealizadora do blog Socialista Morena, que, segundo ela mesma, é um espaço virtual de ideias e notícias com viés esquerdista. Mas também de literatura, música, cinema, HQ, humor, viagens.
Ela tem toda a razão: o blog – que acompanho há um tempo considerável – aborda com um senso crítico afiado os mais variados temas, e, principalmente, analisa com coerência e bom-humor o medonho cenário político atual.
A jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia já transitou por diversos veículos midiáticos, como Jornal da Bahia: Folha de S.Paulo, Estadão, revistas IstoÉ/Senhor, Veja, Vip e Carta Capital, e é atualmente colunista da revista Caros Amigos e do próprio blog, é claro: www.socialistamorena.com.br
6. Bia Bagagli
Transativista e estudante de letras da Unicamp, Beatriz Pagliarini Bagagli escreve no Blog Transfeminismo (http://transfeminismo.com/) sobre feminismo interseccional relacionado às questões trans.
Bia foi a primeira mulher trans a solicitar o nome social na Unicamp, e desde então milita pela causa, abordando temas como feminismo trans inclusivo, não-binaridades, transfobia, política, democracia e preconceitos.
Com uma escrita direta e honesta, é um dos grandes nomes do transfeminismo atual e ratifica a importância da visibilização da mulher trans.
7. Tati Bernardi
Escritora, publicitária, redatora e roteirista paulistana, Tati Bernardi lançou este ano o seu último livro, “Depois a louca sou eu”, em que fala, predominantemente, sobre a sua experiência com o Transtorno de Ansiedade.
Tati é uma das minhas escritoras vivas prediletas porque consegue pegar o leitor pelo coularinho e não deixá-lo ir embora até que tenha terminado a última linha.
Eu, por exemplo, comprei um de seus livros e sentei-me no café da livraria para ler algumas páginas antes de levá-lo para casa, e, quando me dei conta, o livro havia acabado.
A escritora tem ainda mais uma coisa arrebatadora: ela não se leva muito a sério. Ler os seus livros é como sentar-se com ela para uma conversa de comadres. E mesmo tão leve e despretensiosa, Tati consegue alcançar o mais fundo de nossas almas.
Sinto falta de um pouco mais de ativismo em suas colunas, mas a falta de posicionamento – ela ainda fala timidamente de temas como política e feminismo – não é capaz de anular o seu talento.
Atualmente, escreve para a Folha às sextas (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/tatibernardi/).
8. Eliane Brum
Eliane Brum escreve com uma sofisticação que poucas conseguem alcançar.
Sofisticação, aliás, é o seu nome do meio, e eu não estou me referindo a uma sofisticação fútil: Eliane é sofisticada nas palavras e na visão de mundo (e ainda assim consegue ser absolutamente acessível).
Ela escreve com lucidez sobre política, aborto, religião e muitos outros assuntos tão complexos quanto estes.
Eliane é jornalista, escritora, documentarista e – com redundância e tudo – uma cronista de talento excepcional. Atualmente, escreve para o El Pais (http://brasil.elpais.com/autor/eliane_brum/a) e The Guardian (http://www.theguardian.com/profile/eliane-brum).
9. Lola Aronovich
Lola Aronovich é uma das mais antigas blogueiras feministas de que se tem notícias. Ela é professora da UFC, doutora em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC e escreve desde 2008 em seu Blog "Escreva, Lola, Escreva" sobre cinema, literatura, política, mídia, e, segundo ela própria, sobre o que mais lhe der na telha, mas também e principalmente sobre feminismo.
Por ser ativista feminista, Lola foi ameaçada de morte no final do ano passado, por um grupo de “defensores dos direitos dos homens” (pasmem) que divulgaram o seu endereço residencial e ofereceram recompensas para quem calasse Lola para sempre.
Felizmente, ninguém conseguiu calá-la, e ela continua nos agraciando com seus textos.
O blog “escreva, Lola, escreva” é uma espécie de depósito de impressões variadas acerca dos assuntos que interessam às mulheres. É como um olhar feminino sobre o mundo, do jeito mais simples e próximo de nós, mulheres, possível.
“Sou feminista desde a mais tenra infância. Tudo que escrevo, tudo que falo, reflete meus pontos de vista”, declara.
10. Marcia Tiburi
Márcia Tiburi ocupa um dos últimos lugares desta lista apenas porque alguém precisava fazê-lo (e eu absolutamente não racionalizei esta ordem), mas é dona da minha incondicional admiração.
Graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia (UFRGS, 1999), Marcia publicou diversos livros de filosofia, dentre eles “Como conversar com um fascista”, sucesso de público e crítica.
Em um evento literário conduzido por ela e que tive o prazer de assistir, Marcia conta que a ideia do livro surgiu diante dos discursos autoritários por ela percebidos durante um jantar de natal.
Declaradamente feminista e de esquerda, ela tem participado ativamente dos acontecimentos políticos no país e fala sobre mídia, ideologia, política, poder, feminismo e qualquer outro assunto que lhe aprouver, e escreve atualmente na Revista Cult.
Ainda no evento literário em questão – a saber, “Mulher com a palavra”, em Salvador – ela proferiu a frase que certamente será capaz de despertar a curiosidade do leitor em conhecê-la (se é que isto não já se deu):
“Toda mulher deveria ser feminista, mesmo que só por gratidão.”
11. Jandira Ferghali
A popularidade da deputada federal Jandira Ferghali (PCdoB) na internet deve-se, certamente, ao modo como seus artigos dizem aquilo que precisa ser dito, sem a menor cerimônia e sem meias palavras.
Ela dá nome aos bois e fala em golpe, fascismo e ódio de classes com todas as letras, sem jamais perder as estribeiras – sim, as mulheres são boas nisso.
Ferghali escreveu nada menos que o texto em vigor da Lei Maria da Penha (Por essas e outras, ela me representa).
É possível acompanhar os artigos de Jandira aqui: Site da Jandira Ferghali
12. Renata Paskus
Renata é blgueira, modelo Plus Size e idealizadora do Blog Mulherão.
Suas dicas de moda são voltadas às mulheres acima do peso e, exatamente por isso, transcendem a própria moda:
O que Renata Paskus faz é empoderar mulheres, colocá-las de bem com seus corpos e com o seu peso e poucas coisas são mais importantes do que isto considerando os tantos padrões de beleza que nos são impostos (também e principalmente pelas próprias blogueiras de moda).
Ela escreve sobre moda plus size, beleza e cuidados no Blog Mulherão.

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