Difícil encontrar um jornalista que não tenha uma história para contar sobre gritos histéricos de superiores na redação, chefes que arremessam objetos, humilham, destratam…
É tão comum este tipo de comportamento que muita gente nem sabe que isso tem nome: assédio moral.
É tão comum este tipo de comportamento que muita gente nem sabe que isso tem nome: assédio moral.
A profissão de jornalista é uma das campeãs em assédio, tanto moral quanto sexual. Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal traz números assustadores: quase 80% das jornalistas entrevistadas relataram ter sofrido assédio moral no ambiente de trabalho por parte de chefes ou colegas.
Foram ouvidas 535 mulheres jornalistas em 21 Estados brasileiros. Além do assédio, a pesquisa mostrou que as jornalista se sentem também discriminadas por raça: 86,4% das jornalistas disseram que mulheres negras têm menos chances na profissão.
…e também por gênero: 61% das jornalistas disseram que recebiam salário menor do que um homem na mesma função.
Para quem acha que o caso da repórter do Ig que foi assediada pelo cantor MC Biel é um caso isolado, 78,5% relataram ter sido vítimas de atitudes machistas por parte de algum entrevistado.
Os números são praticamente idênticos aos de uma pesquisa similar feita em nível mundial pela INSI (The International News Safety Institute) e pelo IWMF (International Women’s Media Foundation) em 2014, que dizia que dois terços das mulheres jornalistas haviam sofrido algum tipo de intimidação, ameaça ou abuso, e a maioria delas relatou que isto aconteceu no próprio ambiente de trabalho. A maior parte das jornalistas assediadas, como eu disse no começo, nem chegou a denunciar o abuso, possivelmente por medo de perder o emprego.
Para quem está começando na profissão, meu conselho é: não deixe passar. Denuncie. Assédio não é algo que “faz parte” do jornalismo, não. É coisa de maus profissionais.
Fonte: Socialista Morena
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