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sexta-feira, 18 de março de 2016

A Democracia - Especial Manifestação do dia 18 de março de 2016

Lula na Paulista: Precisamos reestabelecer a paz e a esperança

Esse também foi o tom do discurso do ex-presidente Lula - e agora ministro da Casa Civil - que chegou no local pouco depois das 19 horas acompanhado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e do presidente do PT, Rui Falcão. Para Lula, todos precisam respeitar a democracia.

Mais de trezentas e cinquenta mil pessoas participaram da manifestação em defesa de democracia e contra o golpe na tarde desta sexta-feira (18), na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato foi organizado por diversas entidades reunidas na Frente Brasil Popular. Diferentemente das manifestações do último domingo (13) que pregavam o ódio e a intolerância, o ato desta noite privilegiou a alegria, a diversidade e a paz.

Esse também foi o tom do discurso do ex-presidente Lula - e agora ministro da Casa Civil - que chegou no local pouco depois das 19 horas acompanhado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e do presidente do PT, Rui Falcão. Para Lula, todos precisam respeitar a democracia. "Nós temos que convencê-los que na democracia a gente tem que acatar o voto da maioria do povo brasileiro”.

“Eu não quero diminuir ‘eles’ para subir, disse Lula, “se eles podem comer três vezes por dia, nós também temos o direito de comer, se eles podem estudar, nós também temos o direito de estudar, por isso, não os tratem como inimigos”, avisou.

Somos tão brasileiros quanto eles
Eles vestem roupa amarela e verde para dizer que são mais brasileiros que nós, mas não são, o sangue deles é verde amarelo? Não, é vermelho como o nosso, que também somos brasileiros”, disse.

O que eles têm medo é da nossa consciência e do nosso coração
Tratando dos atos golpistas do último domingo (13), Lula lembrou do diferencial desta manifestação. “Não estamos aqui porque teve metro de graça, porque foi convocada pela imprensa, essas pessoas que estão aqui sabem o valor da democracia, sabem o valor do pobre subir um degrau da escala social deste país, de uma filha de empregada doméstica chegar a universidade. Um jovem fazer um curso técnico. E é esse país que queremos construir”, completou.

A gente junta todo mundo e faz o que pode
O ministro Lula disse que entrou para o governo para ajudar a presidenta Dilma. “Gente, a única coisa que eu quero, é ajudar a presidenta Dilma, acho que temos que reestabelecer a paz, a esperança, precisamos recuperar a alegria e a autoestima do brasileiro”.

Não vamos aceitar o fim da democracia e nenhum golpe no país
“Não é tentar antecipar as eleições, muitos de nós que estamos aqui lutamos para derrubar o regime militar e não vamos aceitar um golpe. “Eu queria dizer olhando para cara de vocês: Não Vai Ter Golpe!”, disse levantando o público com a mesma palavra de ordem.

“Eles têm que saber que essas pessoas que estão aqui de vermelho são parte daqueles que produzem o pão de cada dia do povo brasileiro”.

Democracia
“Tem gente nesse país que fala em democracia só da boca para fora. Eu perdi as eleições de 1989, eu perdi as eleições de 94, eu perdi as eleições de 98, lá em 82 eu perdi as eleições para o governo de São Paulo e em nenhum momento eu fui protestar contra quem ganhou as eleições”.


Sobre o governo, Lula disse que falta apenas dois anos e alguns meses para terminar o mandato de Dilma, mas que para ele, é tempo suficiente “para virar a história do país, o povo voltar a ser feliz”. E citou a necessidade da reforma agrária, de ter mais Fies, Pronatec, gerar mais renda e trabalho.

O ministro disse que na próxima terça-feira (22) estará “orgulhosamente servindo a presidente Dilma, servindo ao povo brasileiro”. E ressaltou que é importante para a presidenta Dilma ouvir o apoio do povo. “É importante a Dilma ouvir o que vocês estão falando... Aqui em São Paulo tem muita gente dizendo que não vai ter golpe”. E pediu para levantarem a mão para fotografar e ele mostrar à presidenta.

Lula finalizou o discurso pedindo para não aceitarem a provocação “deles”. “Quem quiser brigar que morda o próprio dedo! ”, completou.
Diversidade

As pessoas presentes no ato da Paulista não eram apenas sindicalistas e militantes do PT, como a grande imprensa sempre tenta imputar, mas de diversos setores da sociedade, como professores, artistas, estudantes, intelectuais, além de mulheres, jovens, negros, idosos e crianças. Muitas pessoas que espontaneamente foram pedir pela manutenção da democracia.


As ruas do centro de Belo Horizonte foram tomadas de vermelho na noite de hoje (18) durante o ato contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Manifestantes vestidos em sua maioria da cor que simboliza a esquerda entoavam palavras de ordem contra o que acreditam ser uma tentativa de golpe.
A presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, fez um balanço positivo da manifestação. "Foi um claro recado de que há resistência. Um aviso aos partidos e a ala do Judiciário que defendem o golpe que nós vamos resistir. Vamos buscar caminhos dentro da democracia pra resolver esse impasse", disse.
Segundo Beatriz, os recentes vazamentos de ligações grampeadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de pessoas próximas a ele são ilegais. "Por que interessa com quem a mulher do Lula conversa ao telefone? Como de repente isso vira manchete de jornal? É inacreditável”, criticou.
O ato começou por volta das 16h, com concentração na Praça Afonso Arinos, região central de Belo Horizonte, de onde saiu até a Praça da Estação. Cartazes contra o juiz Sérgio Moro e a TV Globo dividiam espaço com bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Em frente a praça, na sacada do edifício da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estudantes exibiram cartazes em apoio às manifestações.
Líderes da CUT-MG, do MST e de outros movimentos sociais dividiram o microfone nos carros de som que acompanhavam o trajeto. "Estamos vendo direitos individuais sendo violados. Trouxemos aqui uma carta assinada por diversos promotores que não concordam com a ilegalidade", disse o promotor do Ministério Público de Minas Gerais Gilvan Alves Franco, um dos oradores.
A crítica à atuação do juiz Sérgio Moro deu o tom da maioria dos discursos. “Se nós violarmos a Constituição de 1988, também perdemos as bases do Estado Democrático de Direito. O Judiciário é um poder autônomo, porém não pode ser partidário", disse o cientista político Lucas Cunha.
Participação



Manifestantes contrários ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff participam de ato no centro de Belo Horizonte
Manifestantes contrários ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff participam de ato no centro de Belo Horizonte Léo Rodrigues/Agência Brasil 

Além de apoiadores do governo, pessoas que têm críticas ao Executivo, mas que nem por isso apoiam o impeachment, também aderiram à manifestação desta sexta-feira na capital mineira.
A funcionária pública Maria Lina Soares Souza, 66 anos, lembra que viveu a ditadura militar, participou da campanha das Diretas Já, se entusiasmou com o surgimento do PT e mais tarde se decepcionou com o partido.
"Me frustrei com as falhas éticas de alguns políticos do partido. Mas é inegável as conquistas deste governo e quando se trata de defender o Estado Democrático de Direito eu viro petista de novo", disse.
A contadora Cláudia de Souza e Silva, 52 anos, criticou os que esperam a renúncia da presidenta Dilma Rousseff. "É uma mulher que foi torturada na época da ditadura militar e não delatou nenhum companheiro. Então não esperem que ela vá esmorecer. Estamos firmes na luta.”
O ato de BH também teve a presença de prefeito e outros políticos, como o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), e a deputada federal Jô Morais (PCdoB). Por outro lado, o governador Fernando Pimentel (PT) não compareceu. Ele foi representado pelo secretário de Direitos Humanos de Minas Gerais, Nilmário Miranda, que acusou a oposição de usar o aparato judiciário para fazer luta política.
"As elites que comandaram os países há séculos não conseguem conviver com quem tem outros projetos. Já vivemos outros momentos semelhantes. O golpe de 1964 foi isso”, comparou.
Segundo a Polícia Militar, 15 mil pessoas participaram da manifestação. Ao fim do ato, um evento cultural: músicos mineiros como o rapper Flávio Renegado e a sambista Aline Calixto assumiram o trio elétrico.




A “caça às bruxas” brasileira será mais difícil do que muitos pensaram

Pelo menos dois grupos dividiam o mesmo espaço na manifestação, nesta sexta (18), na avenida Paulista, em São Paulo: os que apoiavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores. E aqueles que não os apoiavam ou, pelo contrário, são críticos a eles, mas acreditam que tanto o impeachment quanto uma prisão de Lula não se sustentam com os elementos postos à mesa e significam uma esvaziamento das instituições democráticas.


Contudo, chamou a atenção os comentários de alívio entre os presentes que se consideram ideologicamente à esquerda ao constatarem, através dos milhares que estavam na Paulista, que não estavam sozinhos.
Datafolha cravou 95 mil pessoas e os organizadores 500 mil mas, claro, nem todos que lá estavam se consideram à esquerda no espectro político. Aliás, se o próprio PT fosse capaz de uma autocrítica real, também não se consideraria mais um partido de esquerda.
“Eu estava com medo de usar vermelho.'' Uma estudante brincou com a colega, pois ambas vestiam camisetas dessa cor. Um rapaz comentou com seu amigo que “finalmente, podia usar um boné vermelho de um movimento social sem o risco de apanhar. Referiam-se às histórias que circularam nas redes sociais e na imprensa nos últimos tempos, de pessoas que foram assediadas ou espancadas por usarem a cor “errada'' para estes tempos.
Quando a escolha da cor deixa de ser uma questão estética e passa a ser de garantia de integridade física e psicológica, algo está muito errado em um país.
Quando convicções políticas ou ideológicas acabam sendo escondidas por medo de retaliação violenta por parte de desconhecidos ou, pior, de amigos, algo está muito errado em um país.
Quando crianças mimetizam o comportamento de seus pais e isolam amiguinhos porque os pais deles votaram em um candidato diferente do de seus nas últimas eleições, algo está muito errado em um país.
Não sei o quanto as manifestações que aconteceram em todo o pelo país, nesta sexta, terão poder de influenciar no processo de impeachment. Até porque isso vai depender de cálculos políticos complexos, correlação de forças, influência da mídia e de quanto governo e oposição estarão dispostos a prometer a deputados e senadores para garantirem seu voto neste grande balcão de negócios chamado Congresso Nacional.
Mas, certamente, reconectaram e empoderaram muita gente que se considera à esquerda e andava acreditando que eram os últimos da espécie tendo que, por questão de sobrevivência, permanecerem escondidos sob o risco de serem extintos. Afinal, a esquerda brasileira, mesmo aquela que não tem nada a ver com os pecados do partido do governo, tem sido sistematicamente atacada e é vítima de calúnias e difamações.
A manifestação foi, claro, bem menor que a de domingo (13), pró-impeachment, mas foi significativa. Agora, a esquerda se mostra numerosa e barulhenta o suficiente para deixar claro que qualquer tentativa de imposição de uma caça às bruxas, de um macarthismo à brasileira, não vai ser tão fácil quanto alguns arautos da intolerância pensavam.
Brasileiros em Paris se manifestam contra o golpe

Cerca de uma centena de brasileiros que vivem em Paris se reuniram nas proximidades do Consulado Geral do Brasil para demonstrar sua contrariedade à tentativa de golpe em curso no país; com cartazes e faixas, brasileiros pediam defesa da democracia e declaravam apoio ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff; nenhum dos correspondentes da grande imprensa brasileira em Paris acompanhou o ato.

Em sua maior parte jovens e estudantes, os manifestantes produziram voluntariamente cartazes e faixas exaltando a democracia e denunciando o clima de instabilidade gerado por parte da imprensa, em associação com importantes setores econômicos, da oposição e do Poder Judiciário.
Nos cartazes, a defesa da democracia, a denúncia da tentativa de golpe, além de mensagens de apoio ao ex-presidente e atual ministro chefe da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, e também à Presidenta Dilma Rousseff.
A manifestação transcorreu tranquilamente. É de se estranhar, no entanto, que nenhum dos correspondentes da grande imprensa brasileira que aqui residem tenha acompanhado o ato. A manifestação pelo impeachment que aconteceu no último domingo (13) e contou com apenas vinte pessoas foi noticiada em diversos meios de comunicação.
Numa manifestação organizada pelas redes sociais, cerca de uma centena de brasileiros que vivem em Paris se reuniram nas proximidades do Consulado Geral do Brasil, para demonstrar sua contrariedade à tentativa de golpe em curso no país.
Comentaristas da Globo em clima de velório com festa do povo nas ruas

Diferentemente da cobertura que fizeram no domingo (13), que estavam num clima de micareta, os jornalistas da Globo não conseguiram esconder a tristeza em ver as ruas tomadas por centenas de milhares de manifestantes em todo o país.
Após o evento, a Globo escalou Eliane Castanheda para tentar desqualificar as manifestações. A dita jornalista não escondeu que ficou surpresa ao ver tanta gente nas ruas, mas disse que não tinha povo, mas militantes (militante não é povo!!). “As imagens de hoje são muito contundentes... Apesar das imagens mostrarem que as manifestações foram expressivas, as comparações com as manifestações de domingo (13) mostram que o público não foi a manifestação de forma espontânea”, disse ela.Outro comentarista disse que no domingo no ato pró-golpe não tinha uma liderança que tenha convocado o protesto nem alguém falando durante a manifestação, diferentemente do ato pela democracia desta sexta. A Globo não diz que quem convocou os atos golpistas foram eles, com transmissão ao vivo durante todo o dia, sem contar a convocação nas reportagens dos programas jornalísticos da emissora. Quanto à fala de lideranças, no ato de domingo, quem tentou falar foi tocando aos gritos de “corrupto”, como aconteceu com os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves.No rádio, até jornalistas famosos pela sua posição recalcitrante contra a esquerda comentaram, no rádio, que as manifestações surpreenderam. José Paulo de Andrade, um dos âncoras dos jornais conservadores da Rede Bandeirante de Rádio e TV, teve de assumir: "Não dá para ninguém esconder. Tem bastante gente aqui", teria dito.Mais adiante, falou: "Sim, o país está sim dividido. Vamos ser francos, o Lula ministro consegue apaziguar os movimentos sociais enquanto conserta a economia".Pelas redes sociais, o jornalista Jorge Bastos Moreno: “É surpreendente o número de manifestantes que apoiam o governo nas ruas do país”. Para ele, “a manifestação de hoje representa um componente fortemente na gangorra política. É uma ducha de águia fria na oposição. O povo tá dividido”. 


Os comentários ultrapassam todos os limites: “É, os manifestantes já ocupam toda a Avenida Paulista. Alguns militantes do PT e do PCdoB, mas muitos populares”, disse um repórter da Globonews.

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