Desde que bateram seu menor patamar em quase 9 anos, ações da petrolífera já subiram por cinco dias, acumulando ganhos de mais de 15% no período; queda no ano ainda supera os 10%
Dizer que a Petrobras (PETR3, PETR4) não tem vivido bons momentos na Bovespa não chega a ser novidade para ninguém: em meio ao endividamento cada vez mais preocupante, ao impasse do reajuste no preço dos combustíveis e às polêmicas compras realizadas pela
companhia - que começam a ser alvo de investigação -, a petrolífera chegou a ver suas ações atingirem níveis vistos pela última vez apenas em abril de 2005. Contudo, o que temos vistos nos últimos 5 dias parece ter surpreendido até o mais otimista dos acionistas da estatal.
companhia - que começam a ser alvo de investigação -, a petrolífera chegou a ver suas ações atingirem níveis vistos pela última vez apenas em abril de 2005. Contudo, o que temos vistos nos últimos 5 dias parece ter surpreendido até o mais otimista dos acionistas da estatal.
Nesta segunda-feira (24), as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras registraram ganhos de 3,26% e 2,71%, respectivamente, fechando a R$ 13,94 e R$ 14,40. Foi a 5ª alta consecutiva dos papéis da petrolífera na Bovespa, acumulando nesse breve período uma valorização de 15,97% para os papéis ON e 14,56% para os PN. Um dia antes desse curto rali de alta, as ações haviam fechado abaixo de R$ 13,00.
Em valor de mercado (isto é, o preço das ações multiplicado pelo número de ações), a empresa recuperou R$ 24,4 bilhões somente nestes 5 dias, passando a valer R$ 184,31 bilhões. Dessa forma, ela conquistou quase a metade do que perdeu ao longo de 2014 - de dezembro até segunda passada, o valor da petrolífera caiu de R$ 214,79 bilhões para R$ 159,88 bilhões.
Opções superam ganhos de 400%
Se o movimento das ações já foi forte, as opções de compra da Petrobras tiveram uma valorização ainda mais impressionante. Nestes cinco dias, as "calls" (opções de compra) para comprar Petrobras até 21 de abril a R$ 12 - negociadas com o código PETRD12 - saltaram 158,1%, indo de R$ 0,93 para R$ 2,40. As opções com mesmo vencimento a R$ 13 subiram 270%, indo de R$ 0,40 para R$ 1,48. Já as calls de Petrobras a R$ 14 foram de R$ 0,14 para R$ 0,75 - alta de 435,7%.
Quando um investidor compra uma opção, ele está comprando o direito de comprar (call) ou vender (put) uma determinada ação a um preço já definido (preço de exercício, ou “strike”) até um vencimento já estabelecido. Sendo assim, esses “direitos” oscilam de preço à medida que eles começam a se mostrar vantajosos ou não em relação ao preço da ação. Para ficar mais claro, tomamos como exemplo a call PETRD12: como ela me dá o direito de comprar uma Petrobras a R$ 12,00 até abril, esse direito vai valer cada vez mais à medida que os papéis da Petrobras foram ficando cada vez acima de R$ 12,00.
Calma, otimistas: cenário não mudou
Embora o desempenho nos últimos cinco dias tenha sido bastante positivo para uma das maiores empresas da Bovespa, é importante ter em mente que no acumulado do ano as ações ON e PN da Petrobras ainda somam perdas entre 12% e 16%. Além disso, o noticiário pouco trouxe novidades positivas para a companhia que no final do ano passado foi avaliada como a mais endividada do mundo, segundo levantamento feito pelo Bank of America Merrill Lynch.
O principal destaque ficou com a última semana, quando veio à tona a polêmica envolvendo os valores da compra da refinaria de Pasadena realizada pela estatal em 2006, que teve aprovação da cúpula da empresa, cujo conselho de administração era presidido na época pela atual presidente Dilma Rousseff. A presidência da República justificou o voto a favor da compra da refinaria com base em um parecer "técnico e juridicamente falho" por não conter a informação de cláusulas que, se soubesse de sua existência, não seriam aprovadas por ela. No final da semana passada, esse impasse culminou na demissão do diretor financeiro da Petrobras Biocombustível, Nestor Borderó.
Vale mencionar ainda que a petrolífera repercutiu as especulações do mercado acerca de um novo cenário político que a pesquisa Ibope poderia trazer, mostrando uma menor distância entre Dilma e seus concorrentes à presidência. Segundo analistas, a reação positiva à uma mudança de cenário deve-se ao descontentamento dos investidores com as medidas intervencionistas adotadas pelo governo atual nas estatais de capital aberto. O cenário previsto, contudo, não se realizou, com Dilma mantendo os 43% de intenções de voto vistos na pesquisa de novembro. Mesmo assim, os papéis da petrolífera mantiveram o ímpeto altista na semana.
No mais, a Petrobras vive um péssimo dilema operacional: como ela não é autorizada a repassar os preços de petróleo praticados no mercado internacional para a economia interna, a petrolífera sofre prejuízo operacional conforme a demanda interna fica mais aquecida. Isso porque, para atender o consumo brasileiro, a Petrobras precisa importar petróleo, pagando mais caro para trazer a commodity para cá do que para revender aqui dentro. Esse cenário se complica ainda mais à medida que o dólar avança (o que encarece o produto importado) ou a cotação do petróleo aumenta (o que pode acontecer sobretudo se houver uma piora na relação entre a Rússia e as economias ocidentais).
Fonte: Msn Notícias
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