Em uma disputa acirrada, o candidato governista Salvador Sánchez Cerén, da FMLN (Frente Farabundo Martí Para Libertação Nacional), venceu o segundo turno da eleição presidencial em El Salvador com 50,11% dos votos. Após mais de 99% das urnas terem sido processadas, a diferença entre Sánchez Cerén e o oposicionista Normán Quijano, da Arena (Aliança Republicana Nacionalista), ficou em pouco mais de 5 mil votos.
Devido à pequena vantagem da FMLN, o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) pediu que nenhum partido se declarasse vencedor até o seu pronunciamento oficial, nesta segunda-feira (10/03). As duas chapas, porém, se consideraram vitoriosas, sendo que a Arena pediu recontagem dos votos e que os observadores internacionais denunciem eventuais fraudes.
Falando a apoiadores, Sánchez Cerén pediu que o povo salvadorenho ajude a garantir “que a vontade expressada no segundo turno seja respeitada”. Segundo ele, “ao finalizar a campanha e com essa tendência, vamos fazer valer a vitória, a vitória do povo”. O candidato ainda fez um apelo à paz: “amanhã nasce uma nova época da busca da felicidade de todos os salvadorenhos. E em nossos corações não há ódio”, continuou. “Digo à oposição: respeitem a vontade do povo salvadorenho. Podemos trabalhar juntos para levar adiante El Salvador”.
“Aos que incitam a violência lhes digo que se equivocam porque o povo decidiu”, disse. Frente à estreira margem de diferença, Sánchez Cerén afirmou que “o povo nos mandou uma grande mensagem, precisamos buscar o entendimento com todos os setores” e prometeu “seguir com as mudanças iniciadas pelo presidente Mauricio Funes”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou em sua conta no Twitter que havia telefonado para felicitar o candidato da FMLN.
O TSE se pronunciou no final da noite em El Salvador e garantiu que o processo eleitoral foi “legal, transparente e seguro”. Foi “uma eleição apertada, mas com resultados claros e vão a escrutínio amanhã [hoje]“. afirmou o presidente do órgão, Eugenio Chicas. Além disso, ele informou que iria se reunir com ambos os partidos para explicar o processo.
A esquerdista FMLN disse que “o povo salvadorenho lutou e derrotou uma vez mais a sombra do medo que quis roubar sua esperança”. O atual presidente, Mauricio Funes, foi eleito em 2009 para um mandato de cinco anos, que colocou fim a décadas de governos da direita no país.
O ex-prefeito de San Salvador e candidato da Arena, Norman Quijano, rejeitou os resultados preliminares e se declarou vencedor da eleição, fazendo um chamado às Forças Armadas salvadorenhas para que acompanhem a contagem dos votos. “Exigimos que o TSE entregue os resultados da recontagem hoje!”, exclamou em frente a simpatizantes na capital.
Quijano desqualificou o TSE, chamando o organismo de “corrupto” e “vendido para os chavistas”, em referência ao atual governo venezuelano. “Em El Salvador não vamos permitir que aconteça uma fraude como a de [Nicolás] Maduro na Venezuela”, afirmou, mencionando as eleições presidenciais de abril de 2013 no país sul-americano, quando o líder venezuelano venceu Henrique Capriles com 1,5% de diferença.
Logo após o pronunciamento de Quijano, os observadores internacionais que acompanharam o andamento do segundo turno da eleição presidencial salvadorenha pediram calma. ”Não se pode manchar uma jornada pacífica”, afirmou Alejando Tulio em coletiva de imprensa.
Fonte: Blog O Escrevinhador
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