Itaú recolhe agenda polêmica
Itaú recolhe agenda de 2014 distribuída a clientes, que considera 31 de março o “aniversário da revolução de 1964″.
Depois da polêmica e de protestos, o banco admitiu o erro e reconhece que a frase foi “equivocada”.
Depois da polêmica e de protestos, o banco admitiu o erro e reconhece que a frase foi “equivocada”.
Me escreveu Paulo Marinho, da Comunicação Corporativa, que presta serviços ao Itaú:
“Olá Marcelo! Espero que esteja bem!
Caríssimo, vimos seu post abaixo e por isso te escrevo.
A inclusão da frase na agenda foi equivocada, em nada reflete o DNA e as crenças do Itaú Unibanco.
Lamentamos o desconforto causado.
Somos uma instituição financeira que respeita a diversidade de pensamentos e ideias e a democracia.
Reiteramos que o banco nunca pretendeu defender uma posição política no conteúdo entregue aos correntistas e que já estamos recolhendo as agendas com esta frase que ainda existem em nossas agências.
Muito obrigado por sua atenção, fico à disposição aqui no Itaú! Abraço”
Na verdade repercuti o post do grande jornalista e ex-colega de redação, Mário Magalhães, autor do livro MARIGHELLA – O guerrilheiro que incendiou o mundo.
Ele divulgou semana passada no seu blog do UOL:
50 anos depois, agenda do Itaú ainda trata golpe como ‘revolução de 1964′
Segundo Mário:
Como reconhecem as consciências dignas, não houve uma “revolução” meio século atrás, e sim um golpe desferido com as armas da sociedade golpista entre segmentos militares e civis, como os banqueiros (alguns viraram ministros). “Revolução”, em referência à instauração da ditadura, é palavra consagrada na boca de marechais e generais como Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, os presidentes-ditadores do ciclo encerrado em 1985.
Quem falava “revolução” eram torturadores como o delegado Fleury, o policial Borer e o então major Ustra _este, vivo, fala até hoje. A agenda do Itaú também reproduz a data da versão golpista, 31 de março, mas Goulart ainda estava no Palácio Laranjeiras no começo da tarde de 1º de abril. O golpe foi mesmo em 1º de abril, o dia da mentira _os golpistas diziam salvar a democracia.”
Ainda na semana passada, a pedido do blog de Magalhães, o Itaú se pronunciou:
“O Itaú Unibanco informa que a agenda distribuída aos clientes conta com informações sobre datas relevantes ao longo do ano. O banco é apartidário e, em hipótese alguma, pretende defender uma posição política no conteúdo entregue aos correntistas.
Pelo visto, se arrependeu.
Uma lição fica: o Brasil conhece, debate e estuda muito pouco a sua História.
E é preciso rever o que se ensina em sala de aula.
Fonte: Luis Nacif Online
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