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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Necessidades Comuns: Salários Dignos.


O jornal O Dia revelou em 08/01/12, que Beltrame mandou comprar 400 cavalos de raça para o RP Mont (Batalhão de Polícia Montada da PM), que hoje dispõe de 130 animais, mais do que o número de policiais cavaleiros. Pelo jeito pretende ter uma Brigada da Cavalaria Ligeira na Polícia Militar. É mais uma insanidade do secretário Beltrame, que há três anos, quis implantar o policiamento de bicicleta nas comunidades, mas se esqueceu que a maioria está situada em morros, e os policiais não tinham como escalar as ladeiras pedalando. Foi um mico que a imprensa preferiu omitir da população para poupar do ridículo o secretário pop star.
Agora, Beltrame quer investir no policiamento a cavalo no Rio de Janeiro. E não vai sair barato essa loucura, afinal 400 cavalos de raça, mais construção de baias, tratadores, adestradores, treinadores para formar cavaleiros e mais alimentação e outros cuidados com os animais, no final serão vários milhões de reais. Em compensação os policiais militares que fizeram plantão no réveillon na Zona Norte denunciaram – e até a imprensa noticiou – que trabalharam sem coletes à prova de bala e passaram o maior sufoco de madrugada, abrigados atrás das viaturas e postes para se protegerem. Para coletes à prova de bala não há dinheiro, mas para 400 cavalos de raça e os complementos, para isso tem.
Podem apostar que essa notícia só vai fazer com que aumente ainda mais o clima de revolta entre os policiais militares, que ganham o pior salário do Brasil e que começam a se movimentar no sentido de reagir e defender os seus direitos e sua dignidade seguindo o exemplo dos colegas do Ceará que fizeram greve e conseguiram um salário mais digno, de R$ 2.634, enquanto no Rio, um soldado ganha piso de R$ 1.277. Com essa falta de sensibilidade Beltrame vai acabar acendendo o pavio.
Das duas uma: ou Beltrame quer reviver a Carga da Cavalaria da Revolução Farroupilha, episódio épico da história do Rio Grande do Sul, ou vai investir num haras da PM, sei lá, para disputar provas no Jockey ou concursos de saltos, na Hípica, onde o filho de Cabral tem seus cavalos e pratica hipismo.
Mas tem mais, na reportagem a tenente-coronel Cláudia Lovain, comandante do RP Mont avisa que também terá que ser construído um hospital veterinário. E lá se vão mais milhões.
É elementar que policiais a cavalo não servem para enfrentar bandidos de fuzil, muito menos para patrulhar as vielas estreitas das comunidades. Policiamento a cavalo é muito usado para conter distúrbios e em manifestações de rua. Não tenham dúvida de que é mais uma medida do pacote de Cabral para reprimir protestos, que tem como carro-chefe a prioridade dada ao Batalhão de Choque com a compra de vários blindados especiais para jogarem gás lacrimogêneo, jatos de água e bombas de efeito moral. Tem gente que ainda não quer acreditar, mas no Rio de Janeiro estamos voltando aos tempos dos “anos de chumbo”.



Fonte Texto: Portal Diário de Classe/ Luta pela Educação

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