O portal Muda Mais saiu do ar ontem (16) com a decisão do ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que atende a ação apresentada pela coligação de Marina Silva (PSB/Rede, ex-verde, ex-petista, ex-ambientalista e etc), alegando que o site “transgride a proibição conferida pela legislação” da propaganda eleitoral na internet. A coligação de Marina alega que o Muda Mais e o site de Dilma são alimentados pela mesma equipe e com conteúdo semelhante.
“O ministro disse entender que o sítio www.mudamais.com transgride a proibição conferida pela legislação pois, apesar de estar desvinculado da campanha da candidata Dilma Rousseff e registrado em nome de pessoa jurídica (Polis Propaganda & Marketing Ltda.), continua veiculando propaganda eleitoral (irregular) em favor daquela [Dilma]“, diz trecho da nota do tribunal.
Marina costuma reivindicar a sua “nova política” como a resposta para as indignações das Jornadas de Junho, mas se esquece (ou não) da ferramenta que permitiu que Junho se tornasse um fenômeno de grandes proporções. A internet fez o contraponto do que era noticiado na grande mídia na época, denunciando a truculência policial e os abusos cometidos contra os manifestantes e jornalistas, permitindo que novas propostas como o Mídia NINJA ganhassem adeptos. Sem a democratização da comunicação, a internet é o espaço que sobra para a guerrilha da informação.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) publicou uma mensagem de indignação com a censura do Muda Mais na sua página do Facebook: “Marina retira do ar o Muda Mais, de Franklin Martins, e silencia a pluralidade de informações no país! Marina precisa entender que na democracia ninguém fala sozinho. Tentar calar o Muda Mais é tentar calar o debate político. Duro golpe censor, reforçado pelo tecnicismo antidemocrático de forças do judiciário. Lamentável!”. A mensagem resumida também foi publicada na sua conta do Twitter.
Para o diretor de comunicação da UJS, Anderson Bahia “a censura ao Muda Mais é um diagnóstico claro do desespero daqueles que não conseguem admitir e conviver com o ambiente plural e democrático que a internet possibilita em certa medida. Partindo de Marina Silva, configura também seu medo de enfrentar o debate político programático que o site vem fazendo e que desmascara a farsa da ‘nova política’ que vem apregoando”.
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé publicou hoje no seu portal uma nota de repúdio a censura do Muda Mais. Para o Barão de Itararé, “a ação é um choque frontal à democratização do debate público na Internet e ignora a dinâmica das redes sociais, da blogosfera e das plataformas digitais em geral, que representam uma possibilidade, ainda que em disputa, de democratizar radicalmente a informação” (confira a nota completaaqui).
O método Marina Silva de lidar com críticas e debates ganhou as redes. A tag #MarinaCensura ficou hoje (17) em primeiro lugar nos Trending Topics de São Paulo e em quarto no nacional.
A página do Muda Mais o Facebook continua ativa e seus administradores divulgaram um meio de visualizar as matérias do site. Confira aqui.
Fonte: Portal UJS
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