Deputado federal gaúcho deve ser o responsável pelo diálogo entre a candidata, de histórico ambientalista, e a bancada ruralista
O deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, escolhido pelo PSB para integrar a chapa presidencial do partido como vice deMarina Silva, foi um dos grandes entusiastas da candidatura própria do PSB.
Beto defendeu o rompimento do PSB com a base aliada do PT afirmando que o governo não dava espaço para a legenda participar de decisões importantes, como ocorria com Lula. Com certa proximidade do agronegócio, que representam grande parte dos doadores de sua campanha, Albuquerque pode ser o elo de comunicação entre Marina Silva e a bancada ruralista.
Beto defendeu o rompimento do PSB com a base aliada do PT afirmando que o governo não dava espaço para a legenda participar de decisões importantes, como ocorria com Lula. Com certa proximidade do agronegócio, que representam grande parte dos doadores de sua campanha, Albuquerque pode ser o elo de comunicação entre Marina Silva e a bancada ruralista.
Em entrevista a CartaCapital em setembro passado, Albuquerque afirmou que "sair do governo, entregar os ministérios, é dar independência ao PSB, de forma soberana, para definir o momento exato de ter ou não um candidato". Então líder do partido na Câmara, Albuquerque defendeu que o Brasil precisa de discussões sobre seu momento histórico e suas novas necessidades políticas. "Não tem havido debate político no Brasil de alto nível sobre as coisas que acontecem no País", afirmou ele.
O tom de renovação já havia sido o mote de Albuquerque em 2009, quando ele tentou se apresentar como uma terceira via para o cargo de governador do Rio Grande do Sul. Albuquerque tentou organizar uma frente de partidos socialistas para formar uma coligação forte para a disputa ao governo, que reuniria o PSB, PP, PCdoB, PDT, PPS, PTB, PR, PV e também do PSC, PTC e PtdoB. A união ruiu com a desistência do PCdoB, que puxou outros partidos a romperem com a chapa, levando o próprio Beto Albuquerque a desistir de concorrer ao cargo nas eleições de 2010.
Neste ano, Albuquerque disputaria o Senado, mas desistiu para formar a chapa ao Planalto. Neste posto, ele terá a difícil tarefa de mediar a comunicação entre Marina, historicamente ligada a causas ambientais, e a bancada ruralista. O deputado federal Odacir Zonta (PSB-RS), ligado ao setor rural no estado, afirmou na última semana que o projeto de governo idealizado por Eduardo e Marina pode seguir em frente, desde que a ideia de agronegócio sustentável proposta por Eduardo continue em vigor.
Em 2010, quando foi eleito pela última vez, Albuquerque teve boa parte da campanha financiada por doadores de segmentos rechaçado por Marina e sua Rede Sustentabilidade, o movimento que não conseguiu se transformar em partido e decidiu se alojar no PSB: empresas empresas de bebidas alcoólicas (como Bracol Holding LTDA e Fratelli Vita Bebidas S.A), a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (que representa a indústria e o comércio de armas no Brasil) e diversas companhias ligadas ao agronegócio, como a Tres Tentos Agroindustrial SA, a Fibria Celulose S/A, a Sementes Guerra S/A e Moinho Iguacu Agroindustrial LTDA., entre outras.
Em 2004, Albuquerque esteve envolvido no desenvolvimento da Medida Provisória que autorizou o plantio de soja transgênica no Brasil. Na época, Marina Silva era ministra do Meio Ambiente e se opôs à decisão. Albuquerque, como um dos vice-líderes do governo no Congresso, ajudou na articulação para a aprovação do projeto. Marina chegou a pedir uma reunião com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para falar especificamente desse projeto, mas Lula manteve a decisão de sancionar a medida.
Albuquerque é advogado e exerce seu quarto mandato como deputado pelo Rio Grande do Sul. Atualmente, ocupava o cargo de líder do partido na Câmara e tentava a vaga para o Senado, considerada praticamente impossível pelo PSB diante da polarização entre o pedetista Lasier Martins e o petista Olívio Dutra. A atitude de Albuquerque foi considerada um sacrifício em nome do partido, pois sua única finalidade seria reforçar, no Rio Grande do Sul, a candidatura de Eduardo Campos à Presidência.
Beto Albuquerque tem um histórico de alianças com o PT. Entre 1999 e 2003, foi secretário estadual dos Transportes do petista Olívio Dutra. De 2011 a 2013, foi secretário de Infra-Estrutura e Logística do atual governador gaúcho, o também petista Tarso Genro. No ano passado, entregou o cargo e reassumiu o mandato de deputado quando Campos começou a construir a candidatura presidencial do PSB.
Entre seus principais projetos, o PL nº 4.383/08, mais conhecida como Lei Pietro, que cria a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. A lei foi sancionada dois meses após a morte de seu filho Pietro, de 20 anos, vítima de leucemia mieloide aguda depois de dois anos doente.
Fonte: Agronegocio
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