O debate de estreia confirmou outra continuidade: ainda é confundido com safári.
O melhor das eleições para governos volta a ser a expectativa do sobe e desce nas pesquisas.
No demais, a mediocridade continua a mesma, desde que marqueteiros descobriram esse meio de fazer fortuna com truques vulgares para tapear o eleitorado. Os próprios marqueteiros se tornam mais medíocres a cada eleição, ou quanto mais ganham. Com um benefício extra: tanto faz ter êxito ou não, o ganho é o mesmo --sabedoria só desfrutada por poucas atividades.
No demais, a mediocridade continua a mesma, desde que marqueteiros descobriram esse meio de fazer fortuna com truques vulgares para tapear o eleitorado. Os próprios marqueteiros se tornam mais medíocres a cada eleição, ou quanto mais ganham. Com um benefício extra: tanto faz ter êxito ou não, o ganho é o mesmo --sabedoria só desfrutada por poucas atividades.
Pelo visto, nem do debate se pode esperar alguma coisa menos chã. Com a vantagem de iniciar a série, a TV Bandeirantes mostrou que nem ela estava interessada em ser vista. Debate àquela hora da noite, entrando pela madrugada, e com tanta chatice, só mesmo para a disponibilidade de aposentados e sofredores de insônia.
Como consolo, quem aguentou o tédio pôde descobrir, vê-se na internet, a figura interessante do candidato do Partido Verde. Eduardo Jorge já devia ser notado desde lá atrás, como bom deputado federal, se a imprensa brasileira desse aos leitores/eleitores informações panorâmicas do dia a dia na Câmara e no Senado. O que, aliás, é obrigação de uma imprensa crítica ao eleitorado, ao Congresso e à política. Todos três com o seu desempenho condicionado ao volume e à qualidade de informação divulgada: o eleitorado bem informado vota melhor; logo, melhora o padrão do Congresso e da política. É o óbvio inolulante.
O debate de estreia confirmou outra continuidade: ainda é confundido com safári. A intenção dominante entre os candidatos, e em jornalistas cujas perguntas são indisfarçáveis editoriais, não é a de puxar pelas ideias e pelo teste de preparo pessoal, para provocar as comparações. É a de simplesmente derrubar alguém, não importa se à custa de irrelevâncias. Atitudes que dizem mais de quem pergunta que do perguntado e sua resposta.
Mas há, ao menos, nova pesquisa do Ibope e, nela, nova hierarquia das preferências eleitorais. Em sua primeira participação de candidata à Presidência, Marina Silva reúne 29% de apoios e ultrapassa Aécio Neves, que cai de 23% para 19%, com a liderança de Dilma Rousseff em queda de 38% para 34%. Três motivos para o festival de especulações e de atribuições a alegados "interlocutores".
Mas, sem índice anterior de Marina Silva, não há como fazer afirmação séria sobre o impulso que o eleitorado lhe promete. Cabe notar, isto sim, que, para constatar a falta de transferência de apoios de Marina para Eduardo Campos, com seus 9%, lembrava-se que ela já aparecera com 27% uns cinco meses antes, na hipótese de que se tornasse cabeça de chapa àquela altura.
Os 29% com que Marina ultrapassa Aécio são, portanto, aquele montante que já detinha nos primeiros meses do ano. E montante seu mesmo, isto é, não traz indício de contribuição alguma das emoções com a morte de Eduardo Campos. A grande novidade da pesquisa é, então, a de não trazer novidade.
Ou a de adiá-la, até que se possa verificar o que Marina Silva de fato capta agora, ou não, e se Aécio Neves consegue a reação que anuncia para "quando as emoções da morte de Eduardo decantarem". O mesmo, ou quase, para Dilma Rousseff, sobretudo em relação ao segundo turno perdido para Marina no Ibope. Como se vê, a bola e a incógnita continuam com a candidata do PSB que não é do PSB.
Fonte: O Esquerdopata
Nenhum comentário:
Postar um comentário