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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Com imigrantes, seminário em São Paulo debate trabalho ambulante em tempos de pandemia

Evento online e gratuito acontece às quartas-feiras de setembro, das 19h às 22h, com emissão de certificado para os que assim desejarem


O trabalho como ambulante é uma das saídas mais comuns encontradas por imigrantes para se manter economicamente no Brasil. E discutir essa realidade é um dos objetivos de um seminário gratuito que começa nesta quarta-feira (2) em São Paulo e se estenderá pelas demais quartas-feiras de setembro.

O seminário “Ambulantes e Cidade: cartografias da economia popular, tensões nos territórios, conflitos e práticas de resistência, durante a pandemia da Covid-19” vai acontecer em formato online (via plataforma Zoom) e é gratuito, com emissão de certifcado para os que assim o desejarem. Para se inscrever basta acessar este link.

A formação é promovida pelo Grupo de pesquisa Cidade e Trabalho, da USP, em parceria com o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, o Fórum Internacional Fronteiras Cruzadas, Fórum dos Ambulantes de São Paulo e o Laboratórios de Justiça Territorial da UFABC – LabJuta, entre outras organizações.

Além das limitações impostas pelo cenário de pandemia do novo coronavírus, os trabalhadores informais (independente da nacionalidade) já estão submetidos a uma série de dificuldades em seu cotidiano. Entre elas está a relação conflituosa com o poder público, personalizada em questões como as ações de fiscalização e entraves burocráticos.

Afinal, quem é o morador que nunca pelo centro comercial de uma grande cidade brasileira e ainda não viu trabalhadores informais tendo de correr com seus pertences após o alerta do “rapa” na área?

Trabalho informal imigrante

A questão dos imigrantes no mercado de trabalho informal será abordada mais a fundo na terceira mesa de debates do evento, no dia 16. Embora essa presença seja notada pelo menos desde o início dos anos 2000, pouco se conhece sobre as redes articuladas pelos imigrantes para exercer tais atividades.

A proposta do debate é entender e compreender o modo como os migrantes são afetados pela pandemia e pelas políticas de isolamento social, suas articulações e redes de solidariedade no contexto do comércio popular, driblando a fiscalização e repressão e construindo alternativas ao trabalho.

Entre os expositores haverá a participação da congolesa Hortense Mbuyi, que integra o Conselho Municipal de Imigrantes de São Paulo. O colegiado, criado em outubro de 2017, é ligado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). Ele tem caráter consultivo e acompanha, entre outras funções, a aplicação da Política Municipal para a População Imigrante, em vigor na capital paulista desde o final de 2016.

Fonte: Migra Mundo

domingo, 30 de agosto de 2020

Grávida morre depois de amiga arrancar seu bebê com estilete em Santa Catarina

Gestante de nove meses estava desaparecida e foi encontrada morta nesta sexta-feira (28/8)

Uma mulher grávida de nove meses foi encontrada morta em Canelinha (SC), com ferimentos na barriga. Flávia Godinho Mafra, de 24 anos, estava há quase 24h desaparecida e a suspeita é que as marcas tenham sido feitas por golpes de estilete, desferidos por uma 'amiga', que teria arrancado o bebê da vítima e fingido ela mesma, em praça pública, estar dando à luz à criança.

Uma mulher grávida de nove meses foi encontrada morta em Canelinha (SC), com ferimentos na barriga. Flávia Godinho Mafra, de 24 anos, estava há quase 24h desaparecida e a suspeita é que as marcas tenham sido feitas por golpes de estilete, desferidos por uma 'amiga', que teria arrancado o bebê da vítima e fingido ela mesma, em praça pública, estar dando à luz à criança.

De acordo com o delegado à frente do caso, Paulo Freyesleben e Silva, a suspeita chamou a gestante para um chá de fralda na cidade. “Durante o trajeto, ela desviou e entrou numa cerâmica abandonada. Ali, se armou com tijolo e desferiu os golpes na cabeça da vítima, fazendo que ficasse inconsciente”, conta.

"Depois, de posse de um estilete, abriu o abdômen da vítima e retirou a criança de seu ventre, indo para a via pública e simulando um parto espontâneo, natural, como se estivesse estourado a bolsa dela”.
Mulher e recém-nascido foram socorridos por transeuntes e encaminhados ao hospital, onde a equipe médica constatou que o bebê apresentava cortes e não apresentava sinais de ter passado por um parto e acionou a polícia.

Marido da autora também é suspeito

Aos agentes, a mulher confirmou que matou a gestante e que havia planejado o crime há dois meses. O motivo do crime seria que ela, que também ficou grávida nos últimos meses, perdeu a criança em janeiro e não teria comunicado à família, por isso forjou o parto do bebê roubado.
A suspeita alegou que o marido não tinha conhecimento da morte. Mas, segundo o delegado, a dinâmica do crime levantou suspeitas e por isso ele também foi autuado em flagrante por participação.

Fonte:  Estado de Minas

sábado, 29 de agosto de 2020

Aldeia do Alto Xingu improvisa hospital, contrata médica e tem mortalidade zero por Covid-19

Médica de saúde da família pediu demissão de hospital em São Paulo para ser contratada pela Associação Índigena Kuikuro do Alto Xingu. 

Antes, a médica pediu demissão do Hospital Sírio Libanês, onde trabalhava havia mais de 1 ano. Na comunidade, disse que não tinha horário para atender os indígenas – foram 57 confirmações da doença, mas a aldeia estima que mais de 200 pessoas pegaram o vírus. Muitos moradores apresentaram os sintomas e não tiveram acesso aos testes. Cerca de 400 indígenas vivem no local.

Covid atingiu dezenas de índios da comunidade, cacique e até anciã de 90 anos. Todos sobreviveram.

Os índios Kuikuro, de Mato Grosso, entenderam em março, ainda sem casos de Covid-19 na sua aldeia, que era importante ter atendimento de saúde dentro do seu território. Eles conseguiram dinheiro, improvisaram um hospital dentro da associação indígena e contrataram uma médica, um enfermeiro e três assistentes de enfermagem. Uma oca se tornou casa de isolamento.

Giulia Parise Balbão, médica de saúde da família, foi a contratada. Ela chegou pela primeira vez ao Xingu no final de julho e conheceu o cacique Afukaká Kuikuro, que também pegou a doença, assim como uma anciã de 90 anos.

Antes, a médica pediu demissão do Hospital Sírio Libanês, onde trabalhava havia mais de 1 ano. Na comunidade, disse que não tinha horário para atender os indígenas – foram 57 confirmações da doença, mas a aldeia estima que mais de 200 pessoas pegaram o vírus. Muitos moradores apresentaram os sintomas e não tiveram acesso aos testes. Cerca de 400 indígenas vivem no local.

"Tive momentos em que estive muito cansada porque foi muito desafiador. Afukaká dizia ‘estou muito feliz por você estar aqui, lutei muito por isso’. Isso me motivava", contou a médica.

"À noite, as pessoas me chamavam e diziam ‘tal índio está com gripe, vai lá avaliar’. Eu ia de lanterna, era um número de atendimentos muito grande. Nem sei quantos por dia, mas sei que conheci todas as casas. Às vezes vivem 14, 15 pessoas em um só lugar".

O que chamou a atenção de Balbão na cultura Kuikuro foi a capacidade de organização em grupo antes da chegada do problema. A informação chegou na aldeia pela TV e se espalhou. O presidente da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu, Yanama Kuikuro, ficou preocupado junto com o cacique Afukaká. A comunidade passou a arrecadar dinheiro com a ajuda de doações. Uma campanha foi feita pelo Facebook.

Antes de estourarem os casos, a aldeia já tinha os profissionais de saúde, equipamentos de proteção individual, suporte de oxigênio e um plano de resgate aéreo em caso de complicação de algum caso grave. Mesmo com dezenas de infectados, entre adultos e idosos, ninguém morreu. Balbão acredita que o resultado positivo está ligado à capacidade de prevenção e à manutenção das regras da comunidade.
"Os Kuikuro estavam muito organizados. Organização é uma marca dessa comunidade. Eles usaram a medicina branca, os remédios que eu recomendei, mas não perderam a tradição e trouxeram as ervas que iriam precisar. Eles se prepararam, isso eu achei brilhante. Eles viram que o coronavírus chegaria e conseguiram se proteger ao máximo".

"Tudo foi acatado após o esforço das lideranças em conscientizar. É uma junção de fatores culturais. Eles não bebem, não fumam, não têm nenhum tipo de vício. Trabalham na roça, pescam e têm uma alimentação natural. Não têm um padrão de alimentação urbana. Não existem muitos casos de diabetes. Evitaram ir para a cidade, evitaram se aglomerar".  




Fogo chegando

Antes de chegar à comunidade, a médica fazia chamadas em vídeo com os moradores da aldeia. No fundo da imagem, eles mostravam a fumaça das queimadas. Balbão e Yanama dizem que entre julho e o início de agosto foi o período de fogo intenso na região.

"Melhorou a situação da fumaça por aqui por enquanto, mas teve muita queimada. Fiquei muito preocupado com relação a isso, porque ia juntar com a pandemia. Alguns pacientes já estavam com dificuldade para respirar", disse Yanama.


"Na região do Alto Xingu temos bombeiros indígenas que lutam para apagar o fogo. Ligamos para a equipe do Prevfogo também, do governo, e eles fizeram contato para mais gente ajudar no combate", explicou a liderança.

A médica disse que as crianças ainda sentem os problemas respiratórios, com "quadros agudos, bronquite, asma". Os sintomas são consequência da fumaça e da poeira.

Mortes indígenas por Covid

De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), 739 indígenas morreram devido à Covid-19 até 12h10 desta sexta-feira (28). Os dados levam em consideração os relatos de associações e entidades diretamente ligadas às etnias, e mostram que 28.471 integrantes de 156 povos tiveram resultado confirmado para a doença.

O número é superior ao apresentado pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. Os dados oficiais do governo apontam 376 mortes pelo novo coronavírus entre os povos, com 22.852 casos. Segundo a Apib, os indígenas moradores das cidades não estão contabilizados nos números da pasta e, por isso, além de outros fatores, o balanço é menor.

Fonte: G1

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

STJ afasta Witzel do governo do Rio e decreta prisão de pastor Everaldo

Mentor da candidatura e da campanha de Wilson Witzel, Pastor Everaldo se notabilizou por batizar Jair Bolsonaro nas águas do rio Jordão

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgou nesta sexta-feira (28) a decisão de afastar Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio de Janeiro e expediu mandados de prisão contra o pastor Everaldo Dias Pereira, presidente do PSC, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômnico do estado.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgou nesta sexta-feira (28) a decisão de afastar Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio de Janeiro e expediu mandados de prisão contra o pastor Everaldo Dias Pereira, presidente do PSC, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômnico do estado.

Agentes da Polícia Federal estão nas ruas para cumprir os mandados de prisão. Há também ordens de busca e apreensão na sede do governo do Rio de Janeiro e em estabelecimentos ligados à primeira-dama do Estado, Helena Witzel.

Não há mandado de prisão contra Witzel e quem assume o governo é o vice, Cláudio Castro, também do PSC.

Ligação com Bolsonaro

Mentor da candidatura e da campanha de Wilson Witzel, Pastor Everaldo se notabilizou por batizar Jair Bolsonaro (Sem partido) nas águas do rio Jordão.
Ex-deputado, Everaldo é pastor na Igreja Assembleia de Deus e tem um longo histórico de relação com o clã Bolsonaro, mas virou desafeto após o rompimento de relações entre o presidente e o governador do Estado.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Tenista negra japonesa abandona torneio em protesto “contra o genocídio do povo negro”

Naomi Osaka, ex-número 1 do mundo e atual número 10, chegou às semifinais do Torneio Masters de Cincinatti, mas não disputará a partida em protesto pelos ataques policiais contra Jacob Blake e George Floyd

A tenista japonesa Naomi Osaka, anunciou nesta quarta-feira (26) que não disputará a semifinal do Torneio Masters de Cincinnati, em protesto pelos violência da polícia estadunidense contra a população negra, e mais especificamente pelos ataques sofridos por George Floyd e Jacob Blake.

A tenista japonesa Naomi Osaka, anunciou nesta quarta-feira (26) que não disputará a semifinal do Torneio Masters de Cincinnati, em protesto pelos violência da polícia estadunidense contra a população negra, e mais especificamente pelos ataques sofridos por George Floyd e Jacob Blake.

Em comunicado difundido em suas redes sociais, a atleta disse que “como mulher negra, sinto que há questões muito mais importantes e que precisam urgentemente de atenção imediata, mais do que um jogo. Ver o genocídio do povo negro em pleno andamento, pelas mãos de uma polícia, honestamente, me faz sentir dor de estômago”.

Naomi Osaka é uma tenista de 22 anos, especialista em pisos sintéticos (já venceu o Aberto Australiano e o US Open, os dois maiores torneios do mundo dessas superfícies) e que, apesar de sua juventude, já foi número 1 do mundo durante 25 semanas, em 2019. Atualmente é número 10 do mundo.
Ela também chama a atenção por ser uma japonesa de pele negra. A mãe de Naomi também é japonesa, mas seu pai é haitiano.

Com sua retirada do Masters de Cincinnati, sua adversária, a belga Elise Mertens, se classificou automaticamente à final do torneio, onde enfrentará a vencedora do duelo entre a britânica Johanna Konta e a bielorrussa Victoria Azarenka.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Rússia divulga vídeo de teste da bomba nuclear mais potente já criada; assista

Bomba foi desenvolvida com energia equivalente a 57 milhões de toneladas de TNT

Com energia equivalente a 57 milhões de toneladas de trinitrotolueno (TNT), a bomba foi desenvolvida durante os anos 1950 e 1960 como parte da corrida armamentista entre Estados Unidos e União Soviética. Devido ao potencial de destruição, até hoje o explosivo possui as maiores dimensões já vistas em uma criação do tipo – oito metros de altura, dois metros de largura e 27 toneladas.

Em outubro de 1961, a Rússia testou a Tsar-Bomba, uma bomba de hidrogênio RDS 220 – considerada a mais potente já criada no mundo. No entanto, até então, as imagens da detonação eram sigilosas. Eis que, em 20 de agosto, o país liberou as filmagens do acontecimento. Agora, é possível ver o potencial da bomba nuclear.

Com energia equivalente a 57 milhões de toneladas de trinitrotolueno (TNT), a bomba foi desenvolvida durante os anos 1950 e 1960 como parte da corrida armamentista entre Estados Unidos e União Soviética. Devido ao potencial de destruição, até hoje o explosivo possui as maiores dimensões já vistas em uma criação do tipo – oito metros de altura, dois metros de largura e 27 toneladas.

O transporte do explosivo foi feito por um avião modelo Tu-95-202 especialmente modificado para acomodar a bomba gigante. Quando chegou ao local designado, o artefato foi lançado acoplado a um paraquedas, para que não chegasse ao solo antes do previsto. Quando tocou o local designado, a explosão gerou um raio de destruição de 35 quilômetros.

O vídeo revelado tem cerca de 40 minutos de duração, com a primeira meia hora dedicada a fazer propaganda do programa nuclear soviético. Apesar disso, as filmagens mostram todo o processo de criação da bomba, desde a construção do equipamento até a detonação.


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Fudeu!!! Amém?

 

Bolsonaro veta socorro financeiro para agricultores familiares durante a pandemia

Para o presidente, projeto de lei não especifica da onde sairiam os recursos financeiros

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou quase integralmente a proposta que prevê um auxílio financeiro aos agricultores durante a pandemia de covid-19. O recurso seria repassado para os produtores que não receberam o auxílio emergencial. No total, seriam cinco parcelas de R$ 600, ou seja, R$ 3 mil.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou quase integralmente a proposta que prevê um auxílio financeiro aos agricultores durante a pandemia de covid-19. O recurso seria repassado para os produtores que não receberam o auxílio emergencial. No total, seriam cinco parcelas de R$ 600, ou seja, R$ 3 mil. 

O texto, que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, também perdeu os trechos referentes à prorrogação de dívidas e linhas de créditos. Segundo o governo federal, o veto se deu por questões técnicas. De acordo com o presidente, o projeto não explica qual seria a fonte de onde os recursos sairiam, como determina a legislação fiscal. Bolsonaro usou a mesma justificativa para vetar auxílio sanitário às populações indígenas durante a pandemia.

O presidente também afirmou que os agricultores que precisarem de socorro financeiro devem tentar o auxílio emergencial de R$ 600. No entanto, pedir auxílio emergencial pode ter um custo alto aos trabalhadores do campo. Foi o que relatou ao Brasil de Fato o agricultor Maiquel Roberto Junges, de 36 anos, que atua numa pequena propriedade rural da família no município de Não-Me-Toque, região do Alto Jacuí (RS). 

“Muito se falou nos R$ 600 [do auxílio], mas as nossas entidades aqui do Rio Grande do Sul orientaram os agricultores a não se inscreverem porque o aplicativo [do governo] não tem a opção ‘agricultor’. Só tem ‘autônomo’, então, se a gente se inscrever como autônomo, pode se desenquadrar de alguma outra política pública, como a previdência social ou mesmo um crédito oficial do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. Então, nem isso chegou pros agricultores”, lamenta Junges, acrescentando que muitos camponeses estão atualmente sem condições de sanar as próprias dívidas.  

A única parte que Bolsonaro não vetou foi a que permite aos agricultores pagar as parcelas da Cédulas de Produto Rural (CPRs) com produtos, como algodão e soja -- a CPR é um título emitido pelo agricultor em nome da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que tem financiamentos para a produção. 

Agora, os vetos seguem para análise na Câmara e no Senado Para ser derrubado um veto, são necessários os votos da maioria absoluta dos deputados (257) e dos senadores (41).

Os vetos de Bolsonaro foram criticados por movimentos populares e organizações de trabalhadores do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). João Pedro Stedile, dirigente do MST, foi às redes sociais e ironizou a decisão do presidente:

Fonte: Brasil de Fato

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Bolsonaro ameaça bater em repórter e rede faz eco à pergunta: “Por que Michelle recebeu 89.000 reais do Queiroz?”

Presidente se irritou quando indagado sobre repasses à primeira-dama feitos por ex-assessor. Pergunta virou enxurrada em mobilização no Twitter com mais de 1 milhão de mensagens

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa neste domingo, e desta vez disse ter vontade de “encher de porrada” um repórter. O motivo para a ameaça foi ter sido questionado, por um jornalista de O Globo, sobre os motivos pelos quais Fabrício Queiroz, ex-assessor do seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e investigado por confisco de salários de servidores, ter repassado 89.000 reais para a conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação foi revelada por uma reportagem da revista Crusoé.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa neste domingo, e desta vez disse ter vontade de “encher de porrada” um repórter. O motivo para a ameaça foi ter sido questionado, por um jornalista de O Globo, sobre os motivos pelos quais Fabrício Queiroz, ex-assessor do seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e investigado por confisco de salários de servidores, ter repassado 89.000 reais para a conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação foi revelada por uma reportagem da revista Crusoé.

Em um primeiro momento, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o presidente rebateu perguntando ao jornalista sobre os supostos repasses mensais feitos pelo doleiro Dario Messer, preso na Operação Lava Jato e agora colaborador da Justiça, à família Marinho, proprietária da Rede Globo e do jornal O Globo. Após a insistência do repórter sobre os pagamentos à primeira-dama, Bolsonaro respondeu: “A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?”. O mandatário foi indagado por mais essa agressão a um profissional de imprensa. Mas ele ignorou os questionamentos. Jogou por terra, também, a ideia de que está se ajustando ao decoro do cargo.

Com um histórico longo de agressões verbais a jornalistas, ao vivo e nas redes sociais, o presidente teve de encarar uma reação imediata desta vez. Assim que a notícia com e a ameaça circulou, um movimento ganhou o Twitter: repetir a pergunta feita pelo profissional do Globo: “presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu 89.000 de Fabrício Queiroz?” Jornalistas, artistas e até políticos aderiram ao movimento. Do deputado Major Olímpio, ex aliado do presidente, a parlamentares do Partido Novo, até atrizes globais como Bruna Marchezine e Paolla de Oliveira. O tema foi parar nos assuntos mais comentados da rede e ganhou a adesão até em forma de desenho. A cartunista Laerte desenhou a pergunta que o mandatário não quis responder. Segundo Fabio Malini, pesquisador das mídias sociais, a pergunta foi repetida no Twitter a cada 40 segundos. Ao final, foram mais de 1 milhão mensagens com a mesma pergunta.

O escândalo envolvendo Fabricio Queiroz, ex-assessor por anos da família Bolsonaro pressiona o Planalto. A investigação principal é contra o senador Flávio Bolsonaro que, assim como Queiroz, é alvo de um inquérito que apura se houve confisco de parte de salários dos servidores e lavagem de dinheiro. A trama, no entanto, é mais complexa por causa de depósitos do ex-assessor e família feitos à primeira-dama.

A Crusoé revelou que o ex-assessor do senador Flávio e ex-policial militar Fabrício Queiroz depositou pelo menos 21 cheques na conta de Michelle. As transações, feitas entre 2011 e 2018. Conforme a revista, as transferências foram identificadas na quebra de sigilo bancário de Queiroz. A revelação contraria a versão dada pelo presidente Bolsonaro de que o depósito no valor de 24.000, desde dezembro de 2018 era parte do pagamento de um empréstimo de 40.000 que fizera ao ex-policial. Desde que esses novos valores foram revelados, Bolsonaro não apresentou a razão dos depósitos terem ocorrido para sua mulher.


Protesto de entidades

Só no primeiro semestre de 2020, presidente Bolsonaro fez 245 ataques contra o jornalismo. O monitoramento foi feito pela Federação Nacional dos Jornalistas. Conforme a instituição, foram 211 casos de descredibilização da imprensa, 32 ataques pessoais a jornalistas e 2 ataques contra a federação. “É lamentável que mais uma vez o presidente reaja de forma agressiva e destemperada a uma pergunta de jornalista. Essa atitude em nada contribui com o ambiente democrático e de liberdade de imprensa previstos pela Constituição”, protestou Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ). “É uma tentativa de intimidação da imprensa, buscando impedir questionamentos incômodos”, disse o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jeronimo.

Também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou ao O Globo que “a liberdade de imprensa é um valor inegociável numa democracia”.


Fonte: El país

sábado, 22 de agosto de 2020

Call Center das Quebradas - Auxilio Emergêncial

 

Essa é uma zueira dos nossos sofridos Operadores de Telemarketing para alertar a todos sobre uma de várias fake news que tem rodado pelas redes sociais. O link da matéria está aqui: https://www.nexojornal.com.br/express... . Não deixe curtir e compartilhar as páginas A Voz Popular, Fudeu!!! e Call Center das Quebradas.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Jovens traduzem conteúdo acadêmico para a linguagem periférica

Com o objetivo de democratizar a informação e o saber, estudantes como ‘Chavoso da USP’ recriam as teorias acadêmicas lançando mão do dialeto da quebrada

O estudante Thiago Torres, o “Chavoso da USP”, mostra a possibilidade de chegar à principal universidade pública do país, saindo da Brasilândia, bairro da Zona Norte de São Paulo. Já Marcelo Marques, responsável pelo canal “Audino Vilão“, apresenta a teoria do filósofo Karl Marx por meio de gírias usadas nas favelas de São Paulo.
O estudante Thiago Torres, o “Chavoso da USP”, mostra a possibilidade de chegar à principal universidade pública do país, saindo da Brasilândia, bairro da Zona Norte de São Paulo. Já Marcelo Marques, responsável pelo canal “Audino Vilão“, apresenta a teoria do filósofo Karl Marx por meio de gírias usadas nas favelas de São Paulo.

Para eles, é possível levar à periferia o conteúdo universitário, para além dos muros das faculdades. Com o objetivo de democratizar a informação, jovens ‘chavosos’ criaram canais na internet e traduzem a linguagem acadêmica para o dialeto da quebrada.

De acordo com os estudantes, poder dialogar com uma camada mais ampla da sociedade é o mais importante. “É muito fácil pregar para quem já é crente. Minha ideia é ir além dos alunos das universidades, é trazer o conteúdo da ponte pra cá”, resume Audino Vilão, que cursa Licenciatura em História.

Nietzsche, o ‘rouba brisa’

Com 90 mil inscritos no canal do YouTube, Marcelo quer ser uma porta de entrada para os jovens da periferia na compreensão de textos de filosofia clássica. Para isso, traz as ideias dos pensadores para o cotidiano atual, desde contextualizar a ética de Immanuel Kant no churrasco, até explicar as ideias de Friedrich Nietzsche como “rouba a brisa do rolê”.

“Há quem diz que eu simplifico o tema, mas estou fazendo gente que nunca prestou atenção no bagulho começar a olhar para o assunto. Estou abrindo portas”, defende o youtuber.

Com o visual de funkeiro e com a linguagem informal, Audino é capaz de se comunicar com o público alvo e consegue apresentar os temas aos jovens do bairro até quando vai ao cabeleireiro do bairro.
“Não é um personagem, é minha vivência diária e quero valorizar de onde venho. Durante os vídeos, dá para ouvir os caras cortando giro de moto e o carro do ovo passando. É a ambientação do cotidiano, é representatividade”, afirma.

O chavoso da USP

Trajando uma camiseta de time de futebol, boné de aba torta e seus óculos da Oakley – estética presente nos bailes funks de São Paulo –, Thiago Torres ficou conhecido como “Chavoso da USP”. Estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, ele possui um canal que já tem 800 mil visualizações.
Atualmente, mora em Guarulhos, município da Grande São Paulo. Thiago se popularizou falando ao publicar um texto, no Facebook, sobre a diferenças de realidade entre sua quebrada e a universidade. Negro, periférico e gay, ele busca ser referência para diversas camadas da sociedade.

“É importante a gente ter o máximo de pessoas fazendo o trabalho de democratização do conhecimento. Particularmente, quero chegar em quem não tem acesso a esses assuntos. Por isso, a aparência e linguagem dá uma vantagem nisso. Recebo mensagens de várias pessoas do Brasil que estão motivadas a estudar por causa dos meus vídeos”, explicou.

Apesar de mostrar ser possível sair da escola estadual pública e chegar à universidade, o Chavoso da USP não quer ser exemplo de meritocracia. “Sempre disse que sou contra isso. Vivo numa situação de vulnerabilidade socioeconômica, mas minha realidade não é igual a de todos, porque tive alguém dentro de casa me incentivando e a maioria não tem isso”, explica.

Educação como libertação

Apesar de passarem pelo ensino público estadual de São Paulo – que classificam como “precarizado” –, os dois criadores de conteúdo encontram na escola a motivação para lecionar e possuem o interesse de seguir na docência.

Um dos melhores alunos da sala, Thiago conta que se inspirou nas aulas de Sociologia, onde entendeu suas posições na sociedade. “Tive interesse em virar professor. A minha personalidade traz uma vontade de mudar o mundo e o trabalho de docente, que é de formiguinha, faz parte disso. São muitas vidas que você toca ao longo da carreira”, sonha.

Por outro lado, Marcelo lembra que a vontade em se aprofundar em História surgiu com seus brinquedos de dinossauro, quando criança. Entretanto, na sétima série, foi quando se apaixonou pela profissão.

Audino se diz defensor da metodologia de Paulo Freire, como a relação horizontal na interação educador-educando. Ele conta que já aplica em seus vídeos, mas quer levar à sala de aula. “Eu adoro Paulo Freire e defendo totalmente a docência horizontal. É preciso trocar ideia com a rapaziada como um parceiro, sem o pódio de professor. É uma troca conjunta e eu quero levar para a profissão.”

Visão progressista

Com a ascensão do fascismo e conservadorismo, após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, os estudantes defendem uma visão progressista e tentam abordar a política nos conteúdos publicados.

O Chavoso da USP, por exemplo, fala sobre a relação da religião e a esquerda. Em um de seus vídeos, explica a trajetória de Jesus de Nazaré, por meio da ótica sociopolítica. “Eu quero ajudar a plantar uma semente onde a esquerda não está chegando, mas não quero fazer um trabalho de base, pois é o papel das organizações políticas. Quando faço um vídeo sobre Jesus, como fiz, mostrando que foi assassinado por contrariar autoridades, passo a minha visão de esquerda sobre o assunto”, explica.

Ao falar sobre as ideias de Karl Max, Audino traduz a teoria do filósofo alemão para as gírias da quebrada: “É tudo nosso, e o que não for nosso, nóis toma”, resume no vídeo em que contextualiza o livro para a realidade dos trabalhadores, como os entregadores de aplicativo.

“No vídeo sobre Marx, teve uma galera de direita que elogiou o trabalho, falando que conseguiram entender suas propostas. Foi um trabalho didático. Teve vários moleques da quebrada que falou ‘essa é a fita mesmo’, que nunca leu Marx, mas botaram fé nas ideias ditas”, finaliza.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Bolsonaro quer prorrogar para 6 meses as suspensões e cortes de salário dos trabalhadores

O governo Bolsonaro quer prorrogar o período de suspensão temporária de contrato e corte de jornada e salário dos trabalhadores formais por mais 60 dias. as medidas prevista na MP da morte que Bolsonaro decretou no início da pandemia em abril,e atualmente tem um prazo para durar 120 dias. Com a prorrogação esse ataque passaria ter o prazo de 180 dias. Ampliando por mais tempo esse ataque em cima dos trabalhadores para os patrões manterem seus lucros a salvos.
O governo federal planeja ampliar o período de suspensão de contrato e corte de jornada e salário de 120 para 180 dias prevista na MP da morte, ampliando por mais 2 meses esse nefasto ataque aos trabalhadores para salvar o lucro dos empresários.

O governo Bolsonaro quer prorrogar o período de suspensão temporária de contrato e corte de jornada e salário dos trabalhadores formais por mais 60 dias. as medidas prevista na MP da morte que Bolsonaro decretou no início da pandemia em abril,e atualmente tem um prazo para durar 120 dias. Com a prorrogação esse ataque passaria ter o prazo de 180 dias. Ampliando por mais tempo esse ataque em cima dos trabalhadores para os patrões manterem seus lucros a salvos.

Até esta quarta feira (19), já são mais de 16,3 milhões de trabalhadores que foram forçados a aceitarem o acordo de redução de salário e suspensão de contrato. Quando o pacote foi criado, em abril, o período para suspensão de contrato era para durar até dois meses. Em julho esse limite foi ampliado por Bolsonaro por mais dois meses. Já o corte de salários inicialmente era por 3 meses, e em julho aumentou mais 30 dias.

A suspensão significa que o(a) empregado(a) não precisa trabalhar, e ficará em casa sem receber seus salário, que será substituído por um auxílio pago pelo Estado, que é um valor calculado com base no rendimento da empresa no ano anterior, mas o valor recebido é menor que o salário do trabalhador. Já a redução proporcional de jornada de trabalho e de salários significa que poderá ser reduzida a jornada de trabalho em 25%, 50%, ou 70%, com a correspondente redução do salário em 25%, 50% ou 70%. Para exemplificar, para uma jornada de 8h diárias e 44h semanais, a redução de 25% faz com que a jornada passe para 6h diárias e 33h semanais. A redução de 50% da jornada corresponde a 4h diárias e 22h semanais; e a redução de 70%, implica 2,4h diárias e 13,2h semanais de trabalho.

Já são mais de 111 mil mortes no Brasil pela covid-19. A situação calamitosa que o país vem passando os últimos meses, ja vem de um aprofundamento de ataques anteriores que os capitalistas e os governos vinham descarregando em cima das costas dos trabalhadores. Os pacotes de ataques elaborado por Bolsonaro e Paulo Guedes com a MP 936, foi feito com toda a demagogia de que serviria para proteger os empregos. O que se mostrou uma grande mentira, já que muitas empresas seguiram demitindo ao longo da crise sanitária. Não são poucos os exemplos de grandes empresas que estiveram batendo recorde de lucros, anunciaram demissões em massa. Como também demissões que ocorreram na LATAM sem ter luta ou uma resistência organizada desde o sindicato. Ou como a Renault que havia anunciado mais de 700 demissões no Paraná onde os trabalhadores iniciaram uma greve para barrar este brutal ataque.

Frente a esses ataques de Bolsonaro, do Congresso e dos patrões, é necessário que os trabalhadores não admitam em primeiro nenhum tipo de demissão para deixar cada vez mais famílias na miséria. Também é preciso que não se admita os ataques orquestrado pelo governo que só retira mais direitos dos trabalhadores enquanto os empresários garantem suas fortunas. Frente a uma crise de grandes proporções como essa, os trabalhadores precisam se auto-organizar e se mobilizar através de assembleia, paralisações e manifestações, seguindo o exemplo dos trabalhadores dos correios que iniciaram uma greve contra os ataques privatista de Guedes e Bolsonaro na estatal.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Como lidar com um racista: Britânico ofende negros, leva soco e desmaia no metrô; polícia investiga.

No vídeo que circulou nas redes sociais, o homem começa a gritar com os três rapazes, que perguntam seu nome. Ele se recusa a falar e usa termos como
Um homem desmaiou após levar um soco no metrô de Londres no final de semana. Depois de fazer ofensas racistas a três garotos que estava no mesmo vagão, ele levou um soco de um deles, caiu e desmaiou. 

No vídeo que circulou nas redes sociais, o homem começa a gritar com os três rapazes, que perguntam seu nome. Ele se recusa a falar e usa termos como "essa é minha casa e vocês todos vão embora", "você é negro" e diz ainda que eles valem menos do que ele. 

A mulher que filma a cena pergunta o que ser negro tem a ver com qualquer coisa, e o homem pede que ela "fique quieta". Outra mulher diz ao homem que ele já teve seus 15 minutos de fama e pede que ele saia do metrô. Ele responde: "Isso é popular agora".

A situação fica tensa quando os três garotos se levantam para sair do trem. Um deles fica frente a frente com o homem e acerta um soco nele. O homem cai, aparentemente bate a cabeça e fica desmaiado. 

Ao fundo, outros passageiros comentam que "ele mereceu", "ele é racista". Um tempo depois, algumas pessoas se aproximam do homem para ajudá-lo. 

A Polícia do Transporte pediu ajuda aos passageiros que testemunharam a cena para relatarem o que aconteceu. Não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde do homem.


Trabalhador morre no Carrefour, corpo é coberto e local continua funcionando

Desumanidade: Trabalhador morre em supermercado no Recife, corpo é coberto por guarda-sóis e local continua funcionando como se nada estivesse acontecendo. Carrefour divulga três notas para tentar justificar episódio

A morte de um homem no Supermercado Carrefour, no Recife (PE), não impediu que o local continuasse funcionando normalmente como se nada estivesse acontecendo. O caso aconteceu na última sexta-feira (14), mas só agora ganhou repercussão após milhares de denúncias de internautas.
A morte de um homem no Supermercado Carrefour, no Recife (PE), não impediu que o local continuasse funcionando normalmente como se nada estivesse acontecendo. O caso aconteceu na última sexta-feira (14), mas só agora ganhou repercussão após milhares de denúncias de internautas.

A vítima é um representante de vendas que faleceu enquanto trabalhava. O corpo dele foi coberto por guarda-sóis e cercado por caixas de papelão, engradados de cerveja e tapumes improvisados entre as gôndolas.

Funcionários e clientes denunciaram a desumanidade da administração local, que decidiu não fechar o supermercado. O Carrefour identificou o homem como Moisés Santos e disse, em nota, que a causa da morte foi infarto fulminante.

“O homem tinha 53 anos e trabalhava como representante de uma empresa de alimentos. Ele morreu, parece que de um mal súbito, e o corpo ficou lá das 7h30 até as 11h. Ficaram esperando a chegada do IML [Instituto de Medicina Legal] “, afirmou o representante Renato Barbosa.

Segundo Barbosa, o supermercado estava cheio no momento em que o cadáver ficou coberto e isolado no corredor. “Dava para ver o corpo e as pessoas comentaram”, contou. A área onde ficou o corpo também foi isolada por uma fita amarela e preta e engradados de cerveja.

Em resposta aos comentários feitos pela internet, o Carrefour publicou três notas nas redes sociais. Na primeira delas, a empresa lamentou o que aconteceu na loja.
O Carrefour também disse que a equipe de prevenção e riscos acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), assim que o prestador de serviços começou a passar mal, e “seguiu todos os protocolos durante o socorro e após o falecimento”.

A empresa disse ainda que segue “prestando toda assistência necessária para a família, neste momento tão difícil”. O Carrefour afirmou que “os protocolos para que as lojas sejam fechadas quando fatalidades como essa aconteçam já foram alterados”.

Nas redes sociais, as crítica se intensificam à medida em que o caso ganha mais visibilidade. “O que somos para a empresa? Apenas lucro. O Carrefour não podia perder horas de lucro e decidiu ‘esconder’ o corpo do homem e vida que segue. É a banalização da morte”, lamentou uma internauta. “Mais um dia comum na selva capitalista”, observou outro.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

POR QUE PESSOAS NEGRAS ESTÃO CLAREANDO A PELE?

 

História - Múmia de bispo do século 17 indica que tuberculose surgiu no Neolítico

 Análise de nódulo calcificado no pulmão bem preservado do bispo indica que grupo de bactérias causadoras da doença teria emergido há menos tempo do que se imaginava

Pesquisadores de instituições da Suécia e da Alemanha publicaram uma nova análise do genoma da Mycobacterium tuberculosis com base em restos encontrados em uma múmia bem preservada do século 17. O estudo foi publicado em 10 de agosto, na Genome Biology, e sugere que o patógeno da tuberculose pode ter emergido no período Neolítico, muito antes do que acreditavam os especialistas.

Desde sua descoberta, anunciada em junho de 2015, a múmia do bispo Peder Winstrup tem surpreendido cientistas por seu ótimo estado de conservação. De acordo com análises de tomografia computadorizada, o religioso falecido em 1679, aos 74 anos, tinha doenças como arterosclerose e artrose, e provavelmente foi vítima da "peste branca", uma pandemia de tuberculose que atingiu a Europa após o período medieval.

Quando cientistas do Museu de História Natural Sueco se depararam com pequenas calcificações no pulmão bem preservado da múmia, desconfiaram que a amostra poderia trazer novas informações sobre a Mycobacterium tuberculosis. “Suspeitamos que fossem resquícios de uma infecção pulmonar anterior”, diz Caroline Arcini, pesquisadora do museu e coautora da análise, em comunicado. “A tuberculose estava no topo de nossa lista de candidatos. A análise de DNA foi a melhor maneira de provar isso.”

Origens

Estima-se que mais de um quarto da população mundial tenha sido exposta ao complexo Mycobacterium tuberculosis, grupo de microrganismos que causam tuberculose. Por causa de sua distribuição global, acredita-se que essas bactérias tenham evoluído para infectar humanos há dezenas de milhares de anos, aproxidamente ao mesmo tempo em que os primeiros hominídeos emigraram da África para outros continentes. Mas não é isso que apontam estudos recentes.

Em 2014, um estudo de antigos genomas encontrados na América do Sul indicou que uma antiga linhagem da bactéria, semelhante à que circula atualmente, teria emergido há apenas 6 mil anos. Com a descoberta da múmia de Winstrup, seria possível encontrar mais informações que confirmassem ou não esse achado.

Os cientistas, então, reconstruíram o genoma da tuberculose a partir dos restos encontrados no nódulo calcificado. “O genoma é de uma qualidade incrível — a preservação nessa escala é extremamente rara em DNA antigo”, comenta Kirsten Bos, uma das líderes do estudo e pesquisadora de paleopatologia molecular do Instituto Max Planck de Ciência da História Humana, na Alemanha.


Usando diversos modelos de datação molecular, os cientistas descobriram que, de fato, os achados apontam para uma idade relativamente jovem do complexo Mycobacterium tuberculosis atual. “Um surgimento mais recente do complexo do patógeno da tuberculose é agora apoiado por evidências genéticas de várias regiões geográficas e períodos”, comenta Susanna Sabin, primeira autora do estudo. “É a evidência mais forte disponível até o momento de que esse surgimento foi um fenômeno neolítico.”


Agora, novas perguntas começam a ser feitas sobre o aparecimento do grupo bacteriano, cuja evolução pode estar ligada ao início do pastorialismo e a hábitos de vida sedentários humanos. A esperança é de que cientistas encontrem amostras de DNA ainda mais próximas do momento em que a bactéria atual teria surgido, ou até de um ancestral dela.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

CRIANÇAS SELVAGENS: 5 HISTÓRIAS INACREDITÁVEIS DE JOVENS QUE FORAM CRIADAS POR ANIMAIS

Saiba mais sobre a intrigante saga de pessoas que viveram como animais durante um período da infância


A lenda do menino que teria sido criado por lobos no meio de uma selva surgiu pela primeira vez em 1894, no clássico O Livro da Selva, de Rudyard Kipling. Entretanto, o personagem Mogli está longe de ser um caso isolado da literatura e cinematografia. Isso porque existem casos reais de crianças que foram criadas por animais. 


Embora pouco comum, a Síndrome do Mogli trata-se de um distúrbio diagnosticado em jovens que não foram socializadas com indivíduos da mesma espécie, sendo incapazes de interagir com outros seres humanos.


Confira abaixo 5 histórias inacreditáveis de crianças selvagens que foram criadas por animais:


1. Ivan Mishukov

Vítima de maus tratos, o pequeno Ivan Mishukov tinha apenas quatro anos de idade quando fugiu de casa. Ao lado de uma matilha de cães selvagens, a criança viveu por dois anos nas ruas de Reutov, na Rússia. Para sobreviver, ele implorava por comida e compartilhava o que conseguia com os animais, tornando-se uma espécie de líder da matilha.

Nas longas noites de inverno, o garoto dormia com eles para se esquentar, até que foi resgatado pelas autoridades em 1998, e enviado para um orfanato. Mais tarde, Ivan Mishukov perdeu as características selvagens e foi adotado por uma família.


2. Madina


Um dos casos mais recentes de crianças selvagens é o de Madina, uma menina russa, que em 2013 foi resgatada vivendo com cães. Desde o nascimento até os três anos de idade, a criança compartilhou sua comida com os animais e dormiu com eles na longas noites de inverno. 



Madina vivia com a sua mãe alcoólatra, mas seu pai havia a abandonado logo que a garota nasceu. Proibida de se sentar à mesa, a criança comia ossos jogados no chão junto com os cachorros. Madina foi encontrada nua pelos assistentes sociais e levada sob os cuidados das autoridades de Ufa.


3. Oxana Malaya

Oxana Malaya foi encontrada em 1991 morando em um canil na Ucrânia. Na época em que foi resgatada, a garota tinha oito anos, mas vivia com os cães desde os dois anos. Os pais da menina eram alcoólatras e, durante à noite, a deixavam do lado de fora da casa. Em uma determinada noite, em busca de se aquecer, a jovem rastejou até o canil da fazenda, onde foi acolhida pelos cães vira-latas que salvaram sua vida.


Quando foi encontrada pelas autoridades, Malaya correu com a língua para fora e latiu. Por anos, a jovem só sabia pronunciar as palavras sim e não. Atualmente, Malaya mora em uma clínica em Odessa e trabalha com os animais da fazenda. 


4. Shamdeo


Em 1972, Shamdeo foi encontrado em uma floresta na Índia brincando com filhotes de lobo. Na época, com apenas quatro anos de idade, o garoto possuía dentes afiados, unhas em formato de gancho e calosidades nas mãos, cotovelos e joelhos. 


Com um forte desejo por sangue, o garoto gostava de caçar galinhas e tinha, ainda, o costume de comer terra. No entanto, mesmo após ser encontrado, nunca aprendeu falar — embora soubesse algumas linguagens de sinais. Shamdeo veio a falecer em 1985, com cerca de 17 anos. 


5. Marina Chapman

Em 1954, Marina Chapman, na época com cinco anos de idade, foi sequestrada e largada no meio da selva, onde passou a morar com uma família de macacos-prego. Durante cinco anos, a criança aprendeu a sobreviver sozinha, dormindo em buracos nas árvores e se alimentado de frutas vermelhas, raízes e bananas deixadas pelos primatas.


Os animais arrancavam piolhos de seus cabelos e a tratavam como membro do grupo, até que foi avistada por caçadores, em 1959. Posteriomente, Chapman foi vendida para um bordel em Cúcuta, na Colômbia. Após conseguir fugir, a garota refez a sua vida e hoje, com cerca de 70 anos, vive em Yorkshire, com a sua nova família.


Fonte: Aventuras Na História

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Fudeu!!! #1 Monitorando Ligações de Telemarketing

 Não é mole não!Hahahahahaha

Candidatura de Tatto provoca crise no PT e Gleisi fala em punição

Petistas que vão desde a filósofa e ex-candidata ao governo do Rio de Janeiro Márcia Tiburi até o ex-governador Tarso Genro declararam apoio à pré-candidatura de Guilherme Boulos, do PSOL, em São Paulo. Para conter a "onda", a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, já fala em usar o estatuto da sigla, que prevê expulsão

Tatto foi escolhido em maio como pré-candidato após uma votação apertada em um formato de prévias contestado contra o deputado federal Alexandre Padilha. Desde então, o PT vem tentando fortalecer o nome do ex-secretário, mas a confirmação da chapa com Boulos e Luiza Erundina, pelo PSOL, empolgou não só a militância petista não filiada como também filiados históricos do partido.
Ex-secretário de Transportes em duas gestões municipais do PT – as de Marta Suplicy e Fernando Haddad -, Jilmar Tatto não tem convencido parte dos petistas com sua pré-candidatura à prefeitura da capital paulista e, nas últimas semanas, o partido do ex-presidente Lula assiste a uma espécie de debandada em prol da pré-candidatura de Guilherme Boulos, do PSOL.

Tatto foi escolhido em maio como pré-candidato após uma votação apertada em um formato de prévias contestado contra o deputado federal Alexandre Padilha. Desde então, o PT vem tentando fortalecer o nome do ex-secretário, mas a confirmação da chapa com Boulos e Luiza Erundina, pelo PSOL, empolgou não só a militância petista não filiada como também filiados históricos do partido.

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-presidente da sigla, Tarso Genro, por exemplo, foi um dos que declarou apoio a Boulos e pediu, em entrevista, para que o partido abandone a candidatura de Tatto e apoie o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O mesmo fez a filósofa Márcia Tiburi, que concorreu ao governo do Rio de Janeiro pelo PT em 2018.

A “debandada” não parou por aí. André Singer, ex-porta-voz do governo Lula, Celso Amorim, ex-chanceler na mesma gestão e Marilena Chaui, que foi secretária de Cultura da gestão de Erundina (1989-1992), também declararam que vão de Boulos. Isso sem contar nomes históricos da classe artística ligados ao PT, como Chico Buarque e Caetano Veloso.

Para conter essa onda pró-Boulos e firmar o nome de Tatto, dirigentes do PT já fazem ameaças veladas aos filiados. À Folha de S. Paulo, a presidenta da legenda, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse que, contra esse movimento, pode ser usado o estatuto do partido – que inclui a expulsão -, sem citar, no entanto, que medidas exatamente poderiam ser tomadas.

“A filiação petista carrega consigo algumas responsabilidades, entre elas a de lealdade ao candidato do partido. Obviamente que o estatuto prevê medidas para casos em que isso não acontece”, declarou.

O coordenador da pré-campanha de Tatto e presidente do diretório municipal do PT em São Paulo, Laércio Ribeiro, foi na mesma linha. “Se aparecerem filiados da capital, expressões do partido aqui em São Paulo, aí vamos tomar providências com base no estatuto do PT. Comissão de ética é uma possibilidade”, disparou.

Apesar das afirmações, os dirigentes petistas acreditam que a situação possa ser resolvida na base da conversa e que, com o tempo e a entrada do ex-presidente Lula na campanha, Jilmar Tatto deve crescer e reconquistar o apoio não só da militância orgânica como também dos filiados.

“Boulos e Erundina são companheiros valorosos, não são os adversários da campanha do Tatto. Os principais adversários são o projeto genocida de Bolsonaro e a atitude privatista e elitizante de Bruno Covas e João Doria”, ponderou Padilha, que concorreu com Tatto nas prévias.

Impasse no RJ

Outra situação que tem rachado o PT está no apoio à candidatura do atual prefeito de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, Wagner Carneiro (MDB), conhecido como Waguinho.

A aliança com o emedebista foi selada em votação do Diretório Nacional do PT na última sexta-feira (7), após intensos debates, por 29 votos a 25 e 11 abstenções.

Waguinho é um apoiador declarado de Jair Bolsonaro e, inclusive, chegou a pedir votos para o capitão da reserva em 2018. A articulação para que o partido apoiasse o atual prefeito de Belford Roxo partiu, principalmente, do ex-presidente do PT no Rio de Janeiro, Washington Quaquá. Inúmeras correntes da sigla se posicionaram contra o acordo com o bolsonarista, mas a corrente de Quaquá acabou vencendo.

O acordo para a aliança com um bolsonarista levou seis ex-presidentes do PT a redigirem uma carta endereçada à Gleisi Hoffmann, pedindo para que a presidenta da sigla cancele o apoio.

“As resoluções de nosso VII Congresso e da direção partidária são inequívocas: nenhuma aliança pode ser estabelecida com o neofascismo, com os partidos e candidatos que o representam em qualquer espaço do território nacional”, diz a carta, assinada por Olívio Dutra, José Dirceu, José Genoíno, Tarso Genro, Ricardo Berzoini e Rui Falcão.


Fonte: Revista Forum

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

História - Congresso derruba veto à regulamentação da profissão de historiador

Votação ocorreu nesta quarta-feira. Associação Nacional de História e historiadores comemoram resultado.

O Congresso Nacional acaba de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei 368/2009, que regulamenta da profissão de historiador no Brasil. O projeto foi originalmente proposto pelo Senador Paulo Paim (PT/RS).
O Congresso Nacional acaba de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei 368/2009, que regulamenta da profissão de historiador no Brasil. O projeto foi originalmente proposto pelo Senador Paulo Paim (PT/RS).

O PL foi recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, mas no final de abril Bolsonaro vetou integralmente o projeto, alegando, equivocadamente, que o mesmo viola a Constituição Federal ao restringir o livre exercício profissional, além de ofender a previsão constitucional de que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

A regulamentação da profissão de historiador no Brasil é uma luta antiga dos historiadores e de sua principal associação, a Associação Nacional de História, a Anpuh, que comemora o resultado e aguarda o Senado Federal, que decide a derrubada ou não do veto presidencial em sessão marcada para 16h desta quarta-feira.  


Fonte: Café História

Yes, nós temos deepfake: brasileiros são o 2º maior público de aplicativo que “troca rostos” de políticos e celebridades

Reportagem apurou que aplicativo pretende lançar rostos de personalidades brasileiras; o Impressions App já permite simular imagem de Trump e Obama, além de celebridades dos EUA



  • App está investindo no público brasileiro e convidou influenciadores para divulgar a marca no país
  • Medidas adotadas para prevenir o mau uso da ferramenta não são efetivas 
  • Autorização de celebridades sobre o uso das imagens é ponto polêmico


“Hey, Brasil. Estou em praia de Rio de Janeiro pescando”, diz o cantor Justin Bieber, em português, em um vídeo gravado em Cabo Frio. Com mais de 80 mil curtidas, o conteúdo em questão não foi produzido pelo cantor, mas por um influencer brasileiro, Daniel Xavier, utilizando um aplicativo que permite trocar seu rosto pelo de celebridades e políticos — e que pode mudar a forma como conteúdos falsos são produzidos atualmente.    

Por R$ 20,90 a semana, qualquer pessoa com um celular com sistema operacional IOS pode, em poucos minutos, criar vídeos de até 20 segundos, trocando seu rosto pelo de uma celebridade através de deepfakes, técnicas que usam inteligência artificial e escaneamento de imagens. Além de Bieber, o aplicativo permite utilizar os rostos das cantoras Rihanna, Miley Cyrus e Alicia Keys, de atores como Angelina Jolie, Brad Pitt e Morgan Freeman, e também de políticos como Donald Trump e Barack Obama. Ao todo, são 80 rostos, todos de pessoas estrangeiras. O aplicativo também inclui falas reais das personalidades para serem dubladas pelos usuários.


A “troca de rostos”, contudo, não é perfeita. No caso de Daniel, a tecnologia é auxiliada por características do influencer que já se assemelham às de Bieber (cabelo, estatura e tom de pele), que ajudaram o brasileiro a passar de 28 mil seguidores para mais de 400 mil após usar as deepfakes


A Agência Pública simulou uma troca de rosto da repórter com o presidente dos EUA, Donald Trump

Lançado nos EUA em fevereiro, o Impressions App está disponível no Brasil desde 28 de março e ganhou popularidade através dos vídeos do “Justin Bieber brasileiro”. Segundo dados enviados pela Impressions à Agência Pública, os brasileiros já são a segunda maior nacionalidade na plataforma, com 20% do total de usuários — o número total de downloads não foi informado. O aplicativo é propriedade da Synthesized Media, fundada pelos desenvolvedores Murat Deligoz e Ari Bencuya, que saíram da empresa de inteligência artificial aplicada a marketing, AdVelvet.

O Impressions não é o primeiro a disponibilizar ferramentas para criar deepfakes: o chinês ZAO permite que o usuário coloque seu rosto em vídeos famosos; o Doublicat, dos EUA, também. A novidade do aplicativo, contudo, é a alta resolução das imagens e a possibilidade de usar o rosto de celebridades em diferentes contextos, que abrem brechas para um potencial uso danoso da tecnologia. 

Segundo Sam Gregory, pesquisador e diretor de projeto da Witness, organização que defende os direitos humanos através de recursos audiovisuais, é cada vez mais comum que recursos de inteligência artificial e deepfakes sejam disponibilizados através de aplicativos, mas o Impressions oferece recursos mais perigosos. “Ele se aproxima mais de possíveis usos maliciosos de deepfakes que os outros, porque através dele você se apropria do rosto de outra pessoa, não do corpo”.


 O plano das deepfakes para decolar no Brasil

Segundo a Pública apurou, o Impressions pretende disponibilizar “rostos” de celebridades brasileiras ainda em 2020. “Temos planos para adicionar estrelas locais até o final do ano”, afirmou à reportagem Ari Bencuya, um dos fundadores do Impressions, sem dizer quais personalidades estão sendo estudadas. Toda segunda-feira, o aplicativo adiciona pelo menos três novas personalidades à plataforma.

Além de Xavier, outros influenciadores brasileiros já estão usando o aplicativo para bombar nas redes usando os rostos de famosos

A reportagem também descobriu que o Impressions tem buscado parcerias com influenciadores locais para investir no mercado brasileiro. Conhecido por produzir vídeos satíricos de deepfakes com o presidente Jair Bolsonaro, Bruno Sartori foi convidado pela empresa para divulgar a tecnologia no Brasil. “Eu não fechei com eles por receio de não saber o que a plataforma quer, e quais medidas ela vai tomar para que as pessoas não criem qualquer tipo de conteúdo nela”, revelou à reportagem.

Sartori conta que questionou o Impressions à respeito de como o app evitaria o uso da tecnologia de deepfakes para a criação de vídeos maliciosos, com desinformação, ou conteúdo sexual não consensual, mas não obteve resposta. “Eles falaram que estavam chegando agora no Brasil e que ainda não tinham estrutura para dar essas respostas”, comenta.

A Pública também questionou os fundadores do aplicativo sobre como pretendem evitar e punir o mau uso da ferramenta. A empresa listou algumas medidas adotadas, como a inserção de marcas d’água nos vídeos manipulados pela plataforma, limitação do tempo de vídeo, controle dos rostos disponíveis e um monitoramento ativo dos conteúdos publicados. 

Para Sartori, no entanto, essas medidas “não são tão efetivas quanto deveriam ser”. “Se você quiser remover a marca d’água, você remove. Daí já cai por terra um dos aspectos que eles alegam que evitaria [o mau uso]. Se o sujeito tem realmente a intenção de usar aquele conteúdo para a criação de um vídeo falso, se ele quiser fazer um vídeo de um minuto e o aplicativo só aceita vinte segundos, ele divide o vídeo em três e aí tem o conteúdo completo”, avalia.

Segundo os termos de uso do aplicativo, é proibido usuários com menos de 13 anos de idade e contas automatizadas. O app também diz que não é permitido usar a ferramenta para propaganda ou vendas, ou para produzir conteúdos contendo nudez, discurso de ódio ou assédio direcionado. O Impressions ainda se compromete, através de um “manifesto ético”, a banir usuários que violarem essas regras e a cooperar com a Justiça dos países em que está disponível para investigar casos de uso malicioso da tecnologia.

Sartori, no entanto, aponta que esse compromisso também não é muito efetivo, uma vez que o aplicativo não possui representação no Brasil e o processo para acionar uma empresa estrangeira é muito complexo. A exigência que plataformas de mídias sociais tenham representação legal no Brasil é uma demanda levantada por membros da CPMI das Fake News, para a facilitar a investigação de crimes virtuais.

“Se uma ferramenta [de deepfake] é feita para entretenimento, ela deve deixar facilmente detectável que se trata de uma manipulação, para não causar problemas para as pessoas”, defende Gregory. 

Segundo o pesquisador, o aplicativo também deveria investir em ferramentas de detecção de vídeos manipulados – uma promessa que o Impressions deixa para o futuro. “Nós temos planos para desenvolver modelos de detecção de deepfakes a partir das mídias em nossos servidores”, afirma o COO, Ari Bencuya. “É fácil prometer. Eu acredito que seria importante investir nisso desde o início”, rebate Gregory.

Nos EUA, Trump já utiliza vídeos editados para atacar adversários

Apesar das deepfakes serem frequentemente utilizadas para entretenimento e sátira, há registros de vídeos manipulados sendo usados por políticos com potencial para difamar adversários e enganar eleitores. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já compartilhou em mais de uma ocasião vídeos manipulados de seu oponente para a corrida eleitoral, Joe Biden. Em março deste ano, ele publicou um vídeo do candidato democrata no qual ele aparenta apoiar a reeleição de Trump. Apesar de ser um vídeo editado, que não chega a ser uma deepfake por não utilizar de inteligência artificial no processo de edição, e que foi compartilhado de maneira sarcástica, o material foi suficiente para confundir eleitores. Em abril, Trump retuitou outro vídeo manipulado de Biden, utilizando uma edição mais realista, na qual ele aparece fazendo caretas. À Pública, o Impressions prometeu excluir o rosto de Trump do aplicativo antes das eleições nos EUA, que acontecem em novembro.

Vídeo manipulado no qual Joe Biden mostra a língua viralizou no Twitter e foi republicado por Donald Trump

“As pessoas já acreditam em desinformação e têm pouco questionamento no que diz respeito à informação quando ela vem em texto. A gente acredita que quando ela vem em vídeo, o senso crítico das pessoas é ainda menos aguçado. As pessoas tendem a acreditar muito em vídeo”, explica Joana Varon, da Coding Rights, organização de direitos digitais.

Além dos vídeos compartilhados por Trump, circula nas redes americanas um vídeo da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, com potencial danoso: o vídeo foi editado de maneira que a deputada democrata aparenta estar bêbada. Também não se trata de uma deepfake propriamente, mas de uma técnica de manipulação chamada de shallowfake – também capaz de confundir usuários e causar dano à reputação.

Ataque à reputação de mulheres, como o vídeo de Pelosi, são um dos principais usos maliciosos das deepfakes. Segundo estudo da empresa americana de proteção contra ameaças visuais, Sensitivity, 95% das deepfakes encontradas online em 2019 eram de vídeos falsos de atos sexuais não consensuais.

A atriz Scarlett Johansson tem sido vítima desse tipo de ataque desde 2018. Seu rosto foi um dos primeiros a ser disponibilizado para a produção de deepfakes no Impressions App, que alega evitar que a ferramenta seja usada para vídeos sexuais através de um algoritmo que busca e deleta conteúdos pornográficos e de nudez. No entanto, o influencer Daniel Xavier, já usou o aplicativo para fazer piada de conotação sexual com o rosto de Justin Bieber. Em um vídeo recente, publicado no dia 9 de agosto, ele aparece, com o rosto do cantor, chupando um picolé de maneira sensualizada.

“As pessoas acham que as deepfakes precisam ser perfeitas para causar um dano. Mas não é esse o problema. Na maioria dos casos de vídeos deepfakes de conteúdo sexual não consensual, as pessoas não acreditam que é de fato uma celebridade naquela cena. É sobre humilhá-las”, explica Sam Gregory, da Witness.

Uso de imagem sem autorização pode ter consequências jurídicas

A autorização de uso de imagens de quem tem os rostos incluídos num aplicativo de deepfake é outro ponto problemático da tecnologia, na avaliação de especialistas em direito digital. Segundo Gregory, aplicativos que disponibilizam a imagem de pessoas para a produção de deepfakes, sejam elas celebridades ou não, precisam de uma autorização. “A ideia de consenso das pessoas que estão sendo manipuladas é importante”, diz. 

Questionado sobre se o aplicativo firmou acordo de uso de imagem com as celebridades disponíveis, o Impressions disse que não poderia comentar possíveis contratos. A reportagem entrou em contato com a Universal Records, que representa Justin Bieber e outros artistas cujos rostos estão disponíveis no aplicativo, mas não obteve resposta.

Para Joana Varon, da Coding Rights, a ausência de autorização para uso de imagem “pode ter implicações legais”, mas ela assume que ainda não há debate legal a respeito do tema, uma vez que é uma tecnologia nova. 

As leis brasileira e americana permitem que a imagem de pessoas públicas sejam utilizadas para fins de sátira e apropriação criativa. No entanto, o Impressions disponibiliza o rosto de celebridades para os mais diversos fins – proibindo somente através de seus termos o uso da ferramentas para fins comerciais e maliciosos. 

“Direito de imagem existe e a gente está entrando em uma nova era de discussão, porque não é propriamente uma cena de filme para uma apropriação criativa. É usar um rosto para manipular e criar uma outra cena”, analisa Varon.

Solução definitiva é educação midiática, aponta pesquisador

Apesar dos riscos e problemas éticos e legais envolvendo as deepfakes, a popularização dessa tecnologia é inevitável, na avaliação de pesquisadores. “O impressions é apenas a ponta do iceberg”, avalia Gregory .”Muitos desenvolvedores estão trabalhando nessa área e está ficando cada vez mais fácil de acessar essa tecnologia, por isso devemos nos preparar para ver mais conteúdos desse tipo em breve.”

Segundo Bruno Sartori, a exposição a esse tipo de conteúdo pode ser benéfica. “Essa tecnologia tem que se espalhar para que daqui a dois anos nas campanhas presidenciais todo mundo saiba que é possível criar conteúdo dessa maneira e que quando um conteúdo desse surgir elas saibam dizer que é falso da mesma maneira que a gente olha para uma foto e reconhece que tem Photoshop”, defende.

Joana Varon também também defende que há usos positivos: “não podemos demonizar a tecnologia”, argumenta. “Existem usos positivos, como o de sátira, que são usos criativos sempre respeitando aí a liberdade de expressão”, aponta.

“É difícil saber se isso está ajudando ou dificultando. A crescente disponibilidade para que qualquer um possa fazer deepfakes facilita também que sejam feitas as coisas com as quais jornalistas e ativistas se preocupam”, pondera Gregory. Para o pesquisador, a solução definitiva é a educação midiática, e as plataformas devem informar aos usuários sobre como usar a tecnologia de maneira adequada. “Existe uma obrigação, quando você faz uma ferramenta como essa, de ensinar as pessoas sobre quando é e quando não é apropriado usá-la. É bom que as pessoas conheçam as deepfakes, mas o que nós realmente queremos que elas façam é refletir sobre os interesses por trás do compartilhamento de informações”, conclui.