O Partido dos Panteras Negras foi fundado há 50 anos – mas, ainda hoje, muitos equívocos sobre seu revolucionário trabalho correm soltos.
The Black Panthers: Vanguard of the Revolution (Os Panteras Negras: A Vanguarda da Revolução), um documentário de Stanley Nelson, que foi ao ar na rede de TV norte-americana PBS em fevereiro, jogou uma luz necessária sobre as contribuições, convicções e dificuldades dos membros do partido.
The Black Panthers: Vanguard of the Revolution (Os Panteras Negras: A Vanguarda da Revolução), um documentário de Stanley Nelson, que foi ao ar na rede de TV norte-americana PBS em fevereiro, jogou uma luz necessária sobre as contribuições, convicções e dificuldades dos membros do partido.
O filme de Nelson mergulhou a fundo na discussão
sobre a verdade por trás dos Panteras Negras e destacou a forte reação
institucional que o movimento de libertação recebeu da polícia e do
governo.
Desde o radical início do grupo, em 1966, até sua
dissolução, em 1982, aqui estão importantes fatos que você precisa saber
para entender melhor os Panteras Negras.
1. O princípio central que guiava os Panteras Negras era “um amor infinito pelas pessoas”.
O Partido dos Panteras Negras para Autodefesa,
conhecido como o Partido dos Panteras Negras, foi fundado em 1966 por
Huey Newton e Bobby Seale.
Esses dois revolucionários criaram a organização
nacional como forma de combater coletivamente a opressão dos brancos.
Depois de ver os negros sofrerem constantemente com a tortura praticada
por policiais em todo o país.
Newton e Seale ajudaram a formar o pioneiro grupo
de libertação dos negros para ajudar a construir uma comunidade e
confrontar sistemas corruptos de poder.
2. Os Panteras Negras delinearam seus objetivos em um programa com 10 pontos.
Os Panteras Negras criaram uma plataforma unificada
e seus objetivos para o partido foram delineados em um plano de 10
pontos que incluíram demandas por liberdade, terra, habitação, emprego e
educação, entre outros importantes objetivos.
3. Os Panteras Negras monitoravam o comportamento da polícia nas comunidades negras.
Em 1966, a violência da polícia corria solta em Los Angeles, e a necessidade de proteger homens e mulheres contra a violência pelo estado era crucial.
Membros armados dos Panteras Negras apareciam durante as prisões de homens e mulheres negras, se posicionavam a uma distância permitida e vigiavam suas ações.
Era “para ter certeza de que não iria ocorrer
nenhuma brutalidade”, Newton disse em imagens de arquivo, como mostrado
no documentário.
Tanto os Panteras Negras quanto os policiais
ficavam frente a frente, armados, um ato que estava de acordo com a lei
de porte de armas vigente na Califórnia naquela época.
Esses confrontos, de muitas formas, permitiam aos Panteras proteger suas comunidades e vigiar a polícia.
4. O partido cresceu muito e chamou a atenção em várias cidades.
O objetivo do partido de aumentar o número de
adeptos não visava recrutar frequentadores de igreja, como explicado no
documentário, mas recrutar negros que sofriam a brutalidade da polícia
no dia a dia.
Quando os negros em todo o país viram os esforços
dos Panteras na mídia, especialmente depois que invadiram, armados, a
sede do governo da Califórnia em Sacramento, em 1967, mais mulheres e
homens ficaram interessados em se filiar.
O grupo também abordou questões como moradia,
bem-estar e saúde, o que foi de encontro aos anseios da população negra
em todo o país. O partido cresceu rapidamente — e não estabeleceu um
processo de triagem porque a prioridade, naquela época, era recrutar o
maior número de pessoas possível.
5. “Liberte Huey” tornou-se um grito de guerra contagiante depois da prisão de Huey Newton, em 1967.
Em 1967, Newton foi acusado de matar a tiros o policial John Frey, de 23 anos, durante uma blitz.
Depois do tiroteio, Newton foi hospitalizado com ferimentos graves e
algemado a uma maca em um quarto fortemente vigiado por policiais.
Como resultado de sua hospitalização e prisão,
Eldrige Cleaver assumiu a liderança dos Panteras e exigiu que “Huey
deveria ser libertado”.
A frase acabou sendo encurtada para “Free Huey”
(Liberte Huey), duas palavras que despertaram um movimento exigindo a
libertação de Huey.
6. Os Panteras Negras afirmaram a beleza negra, o que ajudou a atrair mais membros.
A visão de homens e mulheres negras ostentando, sem
modéstia, seus cabelos afro, boinas e jaquetas de couro exerceram um
apelo especial para muitos negros na época.
Refletiu um novo retrato para os negros dos anos 60
de uma forma que atraiu muitos jovens negros que queriam se filiar ao
partido — alguns até mesmo escreveram cartas para Newton pedindo para se
filiar.
“Os Panteras não inventaram a ideia de que o negro é
lindo”, disse Jamal Joseph, ex-membro do partido, que participou do
documentário de Stanley. “Uma das coisas que os Panteras fizeram foi
[provar] que o negro é lindo.”
7. Os Panteras Negras entenderam como a mídia funciona e, efetivamente, se aproveitaram disso.
Os Panteras Negras promoveram sua agenda ao apelar
para o que acreditavam que jornalistas e fotógrafos buscavam para cobrir
o noticiário.
“Foram capazes de estabelecer sua legitimidade como
uma voz de protesto”, disse o jornalista Jim Dubar no documentário.
Elevaram suas vozes e imprimiram suas imagens em jornais, revistas e
programas de TV.
8. O Partido dos Panteras Negras lançou o programa ‘Café da Manhã Grátis para as Crianças’.
O partido notou uma séria necessidade de nutrir
crianças negras em comunidades marginalizadas, então gastavam cerca de
duas horas preparando o café da manhã antes da escola para crianças em
bairros pobres.
“Estudos revelaram que crianças que não tomavam um
bom café da manhã eram menos atentas na escola e menos inclinadas a ter
um bom desempenho, e sofriam de fadiga”, disse no documentário David
Lemieux, ex-membro do partido.
“Apenas usamos essa informação e desenvolvemos um
programa para servir café da manhã para crianças”, acrescentou.
“Estávamos demonstrando amor por nossa gente”.
O partido servia cerca de 20 mil refeições por semana e se tornou o programa mais bem-sucedido dos 35 lançados pelos Panteras.
9. O partido tinha inimigos nos altos escalões, como o ex-diretor do FBI, J. Edgar Hoover, que lançou a COINTELPRO.
O ex-diretor do FBI J. Edgar Hoover, temia a
ascensão do Partido dos Panteras Negras, por isso criou a operação
secreta COINTELPRO, para desacreditar os grupos nacionalistas negros.
O objetivo do Programa de Contraespionagem era
“desmascarar, perturbar, desorientar, desacreditar ou, caso contrário,
neutralizar” as atividades dos nacionalistas negros.
“Éramos seguidos todos os dias, éramos assediados,
nossos telefones eram grampeados, nossas famílias eram assediadas”,
disse Ericka Huggins, que fazia parte dos Panteras Negras, cujos pais
foram questionados pelo FBI, segundo o filme. Hoover enviava
regularmente cartas aos policiais encorajando-os a encontrar novas
formas para conter o Partido dos Panteras
Negras. Embora a COINTELPRO tivesse outros alvos
além do partido, 245 de um total de 290 ações eram direcionadas aos
Panteras Negras.
10. Hoover temia a “ascensão de um messias negro”.
Hoover temia qualquer expansão do movimento e,
especialmente, temia que aliados brancos se unissem aos ativistas negros
para apoiar o movimento.
Através da COINTELPRO, Hoover encontrou formas de
rastrear, perseguir e pesquisar informações sobre o partido, incluindo a
inserção de informantes do FBI dentro do grupo.
Um deles foi William O’Neal, que atuou como guarda-costas do proeminente membro do Panteras Negras Fred Hampton.
11. Os membros do partido moravam juntos nos “Panther Pads.”
Em resposta à operação COINTELPRO, os membros do partido criaram centros comunitários chamados de “Panther Pads”.
Alguns membros pararam de ir para casa para proteger suas famílias, por isso ficavam juntos.
Os “Panther Pads” tinham de ser monitorados 24
horas e uma lista de responsabilidades rotativa, o que, por sua vez,
ajudou a criar um senso mais forte de comunidade.
12. Mulheres negras tiveram voz, ganharam reconhecimento e ajudaram a fortalecer o movimento.
Os Panteras Negras são frequentemente associados
com seus integrantes do sexo masculino, mas as mulheres desempenharam um
papel fundamental no partido. No começo dos anos 70, o partido Panteras
Negras era formado em sua maioria por mulheres.
Mulheres como Kathleen Cleaver (na imagem), Assata Shakur, Elaine Brown e Angela Davis — que não era filiada — assumiram funções de liderança e tinham uma enorme influência na direção do partido.
“O Partido dos Panteras Negras certamente tinha um
tom machista, então tentamos mudar alguns papéis de gênero evidentes de
modo que as mulheres tivessem armas e os homens preparassem o café da
manhã para as crianças”, Brown disse no documentário.
“Conseguimos superar aquilo?. Claro que não. Como gosto de dizer, não achamos esses irmãos em um céu revolucionário.”
13. Os Panteras Negras ajudavam a financiar o partido com a venda de jornais, que exibiam impressionantes obras de arte.
Os Panteras distribuíam um jornal em várias cidades
que se tornaram vitais para a sobrevivência do partido. Eles vendiam o
jornal por 25 centavos de dólar, cuja metade ia para impressão e a outra
metade para os diferentes ramos do grupo.
O jornal, que trazia o plano de 10 pontos,
alcançava pessoas as quais os Panteras não tinham acesso. O jornal
também retratavam obras de arte comoventes, que mostravam a resiliência
do cotidiano dos negros.
14. O assassinato de Martin Luther King causou um impacto devastador no partido.
O ícone dos direitos civis, Martin Luther King Jr.,
que consistentemente defendia a não violência e inspirou muitas
pessoas, foi assassinado em 1968.
Seu assassinato desencadeou uma resposta de grandes
proporções dos Panteras Negras. “Eles haviam matado a última chance que
eu tinha de ser pacífico em relação a eles”, disse um ex-membro do
partido. “Eles haviam matado sua última chance de negociação.”
15. O assassinato pela polícia do garoto Bobby Hutton, de 17 anos, causou grande impacto.
A resposta de Eldridge Cleaver à morte de Luther
King foi mobilizar os membros do partido a atacar a polícia. Os mais
jovens, sendo que o mais novo deles era Bobby Hutton, de 17 anos,
estavam armados e prontos, apesar dos membros mais velhos não
concordarem com a ideia.
Depois de ser acuado pela polícia em um porão,
Cleaver instruiu o grupo a se render tirando toda a roupa, para que a
polícia visse que estavam desarmados. No entanto, Hutton ficou com
vergonha, por isso tirou apenas a camiseta.
Hutton saiu da casa com as mãos para cima e foi
imediatamente baleado pelos policiais. O jovem foi um dos primeiros
membros do partido a ser morto pela polícia.
16. Eldridge Cleaver se mudou para a Argélia e se concentrou na expansão do partido no exterior.
Esperava-se que Cleaver se entregasse logo depois
da morte de Hutton, mas fugiu do país. Ele se mudou para a Argélia e
fundou um diretório internacional.
Com isso, os Panteras Negras puderam estabelecer
relações com os norte-coreanos, vietnamitas, chineses e vários
movimentos de libertação africanos. Esses países compartilhavam um
sentimento antiamericano semelhante ao dos Panteras.
17. David Hilliard assumiu o comando do partido temporariamente.
Com Huey Newton e Bobby Seale na prisão, e Eldrige Cleaver na Argélia, o partido ficou sem um líder.
Com isso, em 28 de setembro de 1968, David Hillard, um destacado membro do partido na época,
tornou-se presidente interino do Panteras antes de ser julgado um ano
depois em conexão com as acusações resultantes do assassinato de Hutton
pela polícia
18. O FBI reforçou a ofensiva contra os Panteras Negras, que eram considerados uma organização terrorista.
Depois da eleição do então presidente dos Estados
Unidos Richard Nixon, em 1968, os membros do Partido dos Panteras Negras
disseram que sua administração deu a Hoover ainda mais poder para
“oprimir sem restrições”.
Logo depois, Hoover identificou o Partido dos
Panteras Negras como a principal ameaça aos EUA. Sua declaração, dita
durante o envolvimento dos EUA na guerra do Vietnã, despertou uma fúria
imediata. Após sua condenável afirmação sobre o partido, o FBI adotou
uma abordagem mais pró-ativa em relação ao que considerava ser uma
organização terrorista.
No filme, os Panteras Negras disseram que o FBI
manipulava a polícia, invadia casas, e provocava tiroteios que levavam à
prisão de vários homens e mulheres da comunidade negra.
19. “O Pantera 21” abriu um novo precedente entre membros do partido.
Em 2 de abril de 1969, 21 dos principais líderes dos Panteras Negras foram presos e acusados de atividades ligadas ao terrorismo.
A pena contra os ativistas era de 360 anos e o
valor das fianças exorbitante. Os membros da comunidade se uniram para
arrecadar dinheiro para as despesas jurídicas; imagens antigas do
documentário mostram até a atriz Jane Fonda organizando uma campanha de
arrecadação de fundos na própria casa.
Depois do processo que durou 13 meses e um julgamento de três horas, os ativistas foram finalmente absolvidos.
20. O partido começou a perder força devido às crescentes dúvidas sobre os objetivos dos Panteras.
Embora a absolvição dos 21 membros do Panteras
tenha sido comemorada, o compromisso com a missão do partido se
enfraqueceu, assim como os níveis de engajamento.
Outras prisões e processos contra os Panteras
Negras enfureciam vários membros do partido e consumiam muita energia, o
que, por sua vez, desencorajavam novas filiações.
“Ninguém queria se aproximar de um partido tão conturbado”, disse um ex-membro do Panteras no filme.
21. O julgamento de Bobby Seale abriu caminho para a liderança de Fred Hampton.
O cofundador do Panteras Negras, Bobby Seale, foi preso em Chicago,
em setembro de 1969, acusado de conspirar para um motim, e depois foi
julgado sob acusações de assassinato de um membro do Panteras, suspeito
de ser um informante do FBI.
Durante seu julgamento, Seale exigiu que queria ser seu próprio advogado e insistiu em declarar seus direitos no tribunal.
Em resposta, o juiz ordenou que fosse colocada uma mordaça em sua boca e que o amarrassem na cadeira.
Durante seu julgamento, protestos eclodiram
exigindo que o tribunal “parasse o julgamento”. Foi nesse período que
Fred Hampton ganhou relevância por sua admirável liderança e discursos
empoderadores durante os protestos.
“Você pode prender um revolucionário, mas não pode prender a revolução”, foi uma de suas famosas frases.
Hampton foi uma voz de unidade racial e ajudou a
construir uma base mais ampla do Panteras Negras em Chicago. Ele até
mesmo expandiu sua coalizão para incluir tanto hispânicos quanto
ativistas brancos que compartilhavam a mesma missão ou objetivo
semelhante.
22. A polícia invadiu a casa de Fred Hampton, matando-o e também a outro membro do partido.
Em 5 de dezembro de 1969, a polícia invadiu a casa
de Fred Hampton e fez entre 82 a 99 disparos, que mataram tanto Hampton
quanto Mark Clark, um líder do partido da cidade de Peoria, no estado de
Illinois.
A polícia alegou que a decisão de abrir fogo teve
justificativa, mas os membros do Partido Panteras Negras, como afirmado
no filme, acreditam piamente que Hampton era um alvo e que o tiroteio
foi planejado pelo FBI. Uma investigação conduzida depois do tiroteio
revelou que apenas um tiro foi disparado pelos Panteras.
“Foi um tiro para dentro, não para fora”, um
integrante do partido descreveu no documentário. Enquanto isso, William
O’Neal, informante do FBI, teria recebido um bônus em dinheiro.
23. A polícia de Los Angeles abriu fogo contra os Panteras Negras, levando a um tiroteio de grandes proporções.
Apenas quatro dias depois da morte de Hampton em
Chicago, a polícia de Los Angeles invadiu o escritório dos Panteras
Negras na cidade. Isso aconteceu numa época em que os conflitos raciais
no país haviam se intensificado e a polícia se posicionou como força
dominante.
Em 8 de dezembro de 1969, 300 membros da SWAT
iniciaram um ataque ao estilo militar contra os Panteras Negras. Os
Panteras não se renderam e dispararam de volta, levando a um enorme
confronto que durou cinco horas, com 5 mil cartuchos de munição e três
pessoas feridas de ambos os lados.
Todos os sobreviventes dos Panteras Negras foram
levados sob custódia. Até hoje, e apesar da violência, vários Panteras
Negras consideram aquele momento uma vitória, incluindo Wayne Pharr, que
faz um relato detalhado e fascinante, no documentário e em seu recente livro,
do que exatamente aconteceu naquele dia. “Depois daquilo, todos os
principais atores estavam na prisão”, disse Pharr. “Trancados.”
24. Huey Newton foi libertado da prisão e depois renovou o foco do movimento.
Quase oito meses depois do violento confronto em
Los Angeles, multidões começaram a se reunir em Oakland e exigir a
absolvição e libertação de Newton.
Em 5 de agosto de 1970, Newton era um homem livre e
sua libertação foi comemorada em vários lugares. Newton voltou ao
movimento e renovou o foco do partido em programas como o Café da Manhã
Grátis para Crianças.
No entanto, isso provocou algumas críticas por
parte de membros do partido. “As pessoas não viam [o partido] como
veículo para o serviço social”, a ex-integrante do Panteras Negras,
Kathleen Cleaver, disse no documentário.
“Elas o viam como plataforma para uma mudança política radical.”
25. O Partido dos Panteras Negras ficou dividido devido às crescentes diferenças.
Com Newton recém-libertado, Bobby Seale preso e
Eldrige ainda na Argélia, a liderança do partido se enfraqueceu. Alguns
Panteras Negras escolheram um líder para seguir, enquanto outros
simplesmente desistiram.
“O partido tinha líderes que não estavam à altura
de seus seguidores”, disse a historiadora Clayborne Carson no filme.
Enquanto isso, alguns deles suspeitavam que a divisão era obra de
Hoover, do FBI, como observado pelo historiador Beverly Cage: “Isso é
parte do objetivo das operações COINTELPRO”, afirmou.
26. Os Panteras Negras apoiaram a campanha de Bobby Seale para prefeitura de Oakland.
Em 1972, Newton fechou os diretórios do Panteras Negras no condado e centralizou o movimento em Oakland.
“Os números estavam caindo e a força do partido
também, então apenas fazia sentido consolidar e ver o que podíamos fazer
com o que tínhamos”, disse a ex-Panteras Negras Elaine Brown no filme.
Naquele mesmo ano, o membro do partido Bobby Seale saiu da prisão e
depois disputou a prefeitura de Oakland.
Usar seu poder político nas urnas foi uma nova
abordagem para o movimento e o entusiasmo cresceu rapidamente. Seale fez
uma forte campanha, o que acabou registrando 500 mil eleitores na
cidade. Embora não tenha vencido, o movimento considerou a iniciativa
bem-sucedida em alguns aspectos.
27. O movimento começou a desaparecer, mas os legados dos envolvidos na revolução são duradouros.
Depois da derrota de Seale, muitos disseram que
havia um vazio no movimento, que levou ao fechamento de vários
diretórios nacionais.
Nessa época, líderes destacados que estavam no
partido desde o início decidiram sair e Newton passou a demonstrar um
comportamento errático. Newton faleceu em 1989, aos 47 anos, depois de ter sido baleado em Oakland.
Eldrige morreu aos 62 anos, em 1998, embora sua família nunca tenha revelado a causa da morte.
Seale, hoje com 79 anos, está entre os muitos
Panteras Negras ainda vivos que defende algumas das mesmas questões e
carrega o legado pioneiro do partido.
Fonte: Pragmatismo Político
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