'Folha de S.Paulo' informou que diretor de empreiteira
recebeu R$ 300 mil.
Pelo Facebook, senador classifica citação a ele de 'absurda
e irresponsável'.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi apontado em um
depoimento em delação premiada como suposto beneficiário de R$ 300 mil que
teriam sido repassados a ele a mando do doleiro Alberto Youssef, um dos
principais investigados da Operação Lava Jato.
Rocha disse que fazia para Youssef serviço de entrega de
dinheiro para políticos. Ele afirmou na
delação premiada que entregou os R$ 300 mil ao diretor comercial da empreiteira
UTC, empresa investigada na Lava Jato por suposta participação em desvio de
recursos da Petrobras. Esse diretor, Antonio Carlos D'Agosto Miranda, teria
afirmado a Rocha que o dinheiro se destinava ao senador.
A Folha de S. Paulo traz em sua edição dessa quarta
(30/12/15) matéria sobre a declaração de uma pessoa que teria prestado serviço
a Alberto Youssef, que diz ter ouvido de um diretor da empresa UTC que o
senador Aécio Neves teria sido, uma vez, o destinatário de recursos da empresa.
Aécio Neves nega
Leia abaixo a íntegra de texto publicado nesta quarta na
página do senador Aécio Neves no Facebook:
O depoimento, homologado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), foi dado em julho por Carlos Alexandre de Souza Rocha e revelado em
reportagem na edição desta quarta-feira (30) da "Folha de S.Paulo". O
G1 confirmou as informações divulgadas pelo jornal.
Texto divulgado na página de Aécio Neves no Facebook (leia a
íntegra ao final desta reportagem) classifica a menção ao nome do senador no
depoimento como "absurda e irresponsável" e afirma que "trata-se
de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB,
confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações".
Nem o dono da UTC, Ricardo Pessoa, nem o diretor financeiro
da empresa, Walmir Pinheiro Santana, citaram Aécio Neves nos depoimentos que
prestaram aos investigadores da Lava Jato.
Rocha afirmou no depoimento que questionou Miranda sobre a
"agonia por esse dinheiro",
entregue ao diretor, segundo disse, "provavelmente" em
setembro ou outubro de 2013, no Rio de Janeiro.
De acordo com o depoimento, Miranda fez um desabafo:
"Ainda bem que esse dinheiro chegou, porque eu não aguentava mais a pessoa
me cobrando tanto".
Rocha disse no depoimento que em seguida perguntou ao
diretor quem era essa pessoa e que Miranda teria respondido: "Aécio
Neves".
Essa absurda e irresponsável citação do nome do senador, sem
nenhum tipo de comprovação, já foi desmentida três vezes: pela empresa, que
afirmou na própria matéria da Folha "que a acusação não tem
fundamento", pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, que em delação premiada
relacionou os políticos que teriam sido beneficiados pela empresa - entre eles
não está o senador Aécio Neves - e por Youssef, que anteriormente, através de
seu advogado, já havia afirmado que não conhece o senador e nunca teve com ele
qualquer tipo de relação ou negócio, posição reafirmada por ele em depoimento
prestado à Policia Federal.
A falsidade da acusação pode ser constatada também pela
total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do
governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à
época mencionada. Além disso, a UTC não executou nenhuma obra vinculada ao Governo
de Minas Gerais no período em que o senador governou o estado.
O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as
eleições que participou a única campanha que recebeu doação da UTC foi a de
2014, através do comitê financeiro do PSDB.
Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de
tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das
investigações, como ocorreu no caso do senador Antonio Anastasia. Não deixa de
ser curioso observar que essa nova falsa denuncia surge exatamente um ano
depois da que atingiu injustamente o senador Anastasia, coincidentemente
durante período de recesso das instituições.
Em respeito ao país e ao importante trabalho que vem sendo
desenvolvido pela Operação Lava Jato, é importante que sejam investigadas as
verdadeiras motivações daqueles que misturam denúncias verdadeiras com
afirmações nitidamente falsas, sem nenhum tipo de comprovação, desmentidas até
mesmo pelas próprias pessoas citadas pelo denunciante, com o claro intuito de
tumultuar as investigações.
Amigos, nos ajudem a divulgar a verdade. Compartilhem!
Fonte: G1
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