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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Wagner Moura: 'Manobra sorrateira da bancada ruralista'

Senado se prepara simplesmente para modificar o conceito de trabalho análogo à escravidão. Medida leva ator a enviar carta ao presidente da Casa, Renan Calheiros.
Até parece jogo de carta marcada. Enquanto a Câmara dos Deputados distrai a todos com os golpes baixos que seu presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua trupe aprontam, o Senado se prepara simplesmente para modificar o conceito de trabalho análogo à escravidão.
Quase na surdina.

Esbarrou, porém, nos olhos atentos de três ativistas do combate deste tipo de exploração, cada qual no seu campo: o padre e professor universitário Ricardo Rezende; o jornalista Leonardo Sakamoto; e o ator Wagner Moura.

Esta em pauta no Senado, em caráter de urgência, a votação do projeto de lei que regulamenta a emenda constitucional 81/2014 (antiga PEC do Trabalho Escravo).
Até parece jogo de carta marcada. Enquanto a Câmara dos Deputados distrai a todos com os golpes baixos que seu presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua trupe aprontam, o Senado se prepara simplesmente para modificar o conceito de trabalho análogo à escravidão.
Quase na surdina.
Esbarrou, porém, nos olhos atentos de três ativistas do combate deste tipo de exploração, cada qual no seu campo: o padre e professor universitário Ricardo Rezende; o jornalista Leonardo Sakamoto; e o ator Wagner Moura.
Esta em pauta no Senado, em caráter de urgência, a votação do projeto de lei que regulamenta a emenda constitucional 81/2014 (antiga PEC do Trabalho Escravo).
A lei, como lembra Sakamoto em seu blog – “Trabalho escravo: Congresso prepara mais um golpe contra trabalhadores” –  tem até aspecto interessante, como o confisco de propriedades em que esse crime (trabalho análogo à escravidão) for encontrado.A questão, porém, é outra. Ao mesmo tempo em que incorpora uma antiga reivindicação dos movimentos em defesa dos trabalhadores – notadamente no campo, aonde a prática do trabalho análogo à escravidão é mais constante –  ela, porém, “retira a parte que protege a dignidade do trabalhador – o que vai facilitar a vida de empregadores flagrados com essa forma de exploração do ser humano”, lembra Sakamoto.
Pelo artigo 149, são elementos que determinam trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho (incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais o que  coloca em risco a saúde e a vida do trabalhador); jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida); trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas); e servidão por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele).
O projeto quer retirar os dois primeiros elementos da caracterização de trabalho escravo, as condições degradantes e a jornada exaustiva. Em mensagem encaminhada ontem (9) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Wagner Moura, que também atua como Embaixador da Boa Vontade junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), advertiu: “Trata-se de uma manobra sorrateira da bancada ruralista”.

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