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sábado, 2 de janeiro de 2016

“Não é possível viver bem se só os brancos definem o rumo do país”, afirma coordenadora do Odara

O Instituto Odara faz parte das organizações que lutam em prol da defesa da promoção da igualdade racial e que se localizam no bairro Dois de Julho.
Segundo Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Instituto, a região favorece a instalação dessas instituições. “Desde a década de 80, é tradição os militantes, os artistas, os intelectuais se reunirem no lugar. Como há outros espaços de luta no bairro, um movimento se apoia no outro. Não é por acaso. O bairro é um espaço político”, afirma. Na localidade, há o Bahia Street, o Instituto Mídia Étnica (IME), a Associação de Capoeira Angola Navio Negreiro (Acanne), e o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), órgãos também que debatem a questão racial.
Bairro Dois de Julho é espaço de militância: a coordenadora executiva do Instituto Odara Valdecir Nascimento conversou com o portal Correio Nagô
O Instituto Odara faz parte das organizações que lutam em prol da defesa da promoção da igualdade racial e que se localizam no bairro Dois de Julho.
Segundo Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Instituto, a região favorece a instalação dessas instituições. “Desde a década de 80, é tradição os militantes, os artistas, os intelectuais se reunirem no lugar. Como há outros espaços de luta no bairro, um movimento se apoia no outro. Não é por acaso. O bairro é um espaço político”, afirma. Na localidade, há o Bahia Street, o Instituto Mídia Étnica (IME), a Associação de Capoeira Angola Navio Negreiro (Acanne), e o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), órgãos também que debatem a questão racial.
O Odara, que desenvolve também ações de combate ao sexismo e lesbofobia e foi criado em abril de 2012, surgiu da necessidade de se pensar em políticas que fossem adequadas ao “novo cenário brasileiro”. De acordo com Valdecir Nascimento, na época do nascimento, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciava que o Brasil entraria em um novo ciclo em 2024. Pensando nisso, as mulheres que formaram o Odara indagaram como as mulheres estarão nesse período. “Podemos dizer que acertamos, pois estamos buscando as condições para empoderar política e economicamente as mulheres. Nós queremos, através da Rede de Mulheres Negras, mobilizar as mulheres negras dos estados do norte e nordeste. Precisamos mostrar para essas mulheres que elas podem”, conclui.
No momento, o Instituto desenvolve iniciativas em diferentes eixos de atuação. Há quatro programas existentes na organização, que vão desde a Formação Política até Pesquisa e Intercâmbio para mulheres negras. Para o próximo ano, 2016, a organização não governamental pretende executar o projeto “Minha mãe não dorme enquanto eu não chego em casa”. A ação tem como objetivo acolher as mães que tiveram os seus filhos assassinados pela polícia. A coordenadora do Odara diz que, na situação de perda dos seus filhos, essas mulheres ficam abaladas psicologicamente e precisam de apoio.
Valdecir relembrou o momento da Marcha das Mulheres Negras, que aconteceu no mês passado, novembro, reunindo quase 50 mil mulheres, dentre elas, a diretora executiva da Organização das Nações Unidas (ONU), Phumzile Milambo-Ngcuka.  “Nossas ancestrais estavam lá também. Fomos à Brasília para dizer que queremos um modelo de desenvolvimento não excludente. Nós temos o modelo e sabemos que vai dar certo”. Valdecir Nascimento pontua que uma proposta só pode ser positiva se ela for plural, em que todos os grupos podem opinar. “Não é possível viver bem se só os brancos definem o rumo do país”, destaca a coordenadora do Odara.
Texto: Taciana Gacelin, especial para o Correio NagôCN 1

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