Entenda o que foi esse rolê na Europa e como foi cada ataque ao Muro de Berlim, nas lojas da Vivienne Westwoode no Museu Moco
Bruno Rodrigues é hoje um dos pixadores de maior representatividade
dentro da pixação, e nós colamos no point dos pixadores no Centro de São
Paulo para descolar como foi a trip europeia do Bruno. “Fui convidado
para uma série de atividades na Europa, passei pela Suiça, Alemanha,
Holanda e França, nesses países apresentamos o filme “Olhar Instigado”
participando de debates em universidade, galeria de arte e locais de
ativismo” afirma o artista.
Ele explica como o pixo levou um jovem preto lá do extremo oeste de São
Paulo direto para a Europa, “quando eu comecei em 2006 o movimento
passava por um momento de mudança, com ataques a galerias, faculdades e
tudo mais, quando eu vi essa transformação eu me reeduquei, estudei o
passado da pixação, fiz a minha história, resumindo isso foi uma coisa
eu estudei, planejei, executei e se realizou”
Na sua passagem por Berlim o pixador deixou sua marca no muro mais
famoso do mundo, ao lado de um conhecido graffiti chamado ‘O Beijo’.
Aproveitando a visibilidade do graffiti Bruno lançou no muro as frases:
Antifacismo e Fora Bozo uma alusão ao presidente Jair Bolsonaro. “Ali
foi um protesto uma reinvindicação, é um muro conceitual, foi em um
local inteligente, por que aquele grafite é de grande visibilidade e
repercutiu e está repercutindo até hoje ”.
As motivações do pixador para fazer um ato anti Bolsonaro tem raízes
na própria história do movimento pixo, “o objetivo do meu trabalho é ser
o que eu represento nas ruas, trazer esse lado protestante, algo que
possa trazer questionamentos”.
Já na Holanda Bruno Rodrigues atacou o Moco Museu, que estava com
exposição não autorizada do artista de rua Bunsky. Para o pixador o
conceito de “não autorizada” já era um convite para o pixação “o termo
não autorizado é tudo o que a pixação representa, o que fiz foi colocar
toda a potência e transgressão do pixo no museu” no dia seguinte o museu
apagou as pixações e a frase não autorizado, “o museu aceitava receber a
arte do Bansky de forma não autorizada, mas não aceitou uma arte não
autorizada na sua fachada”.
Ainda em Berlim a loja da famosa estilista Vivienne Westwood também
foi atacada, “o que me motivou pixar a loja da Vivienne foi uma
declaração do próprio filho dela que disse que o punk morreu. Não
morreu, acredito que nunca vá morrer, sempre terá alguém com olhos
críticos pra mostrar sua força de questionamento e o pixo faz isso como o
movimento punk e mostrei essa vertente que nasceu em São Paulo. Mesmo a
estética do pixo sendo comercializada, cooptada pelo mercado, o
conceito dela não se perdeu, quantos manos dão sua vida pra marcar seu
testemunho? ”
Fonte: Vai da Pé
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