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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Pró-Esia - Fábrica de Versos...Cartunistas nepaleses ilustram a crise da COVID-19 no país

Cartunistas nepaleses reagiram ao confinamento da COVID-19 no Nepal


Desde 24 de março, o Nepal está sob um isolamento nacional que deve durar até 27 de abril. Como em muitos países, o surto da COVID-19 está expondo as desigualdades sociais e testando a capacidade da infraestrutura do governo.
Desde 24 de março, o Nepal está sob um isolamento nacional que deve durar até 27 de abril. Como em muitos países, o surto da COVID-19 está expondo as desigualdades sociais e testando a capacidade da infraestrutura do governo.


Como todas as movimentações pararam, os nepaleses estão sendo confrontados por enormes mudanças no seu cotidiano.

Algumas dessas mudanças incluem: hordas de pessoas forçadas a deixar a pé o Vale de Katmandu até as suas aldeias, o aumento da educação on-line e dos negócios on-line, acusações de brutalidade policial enquanto compram itens essenciais, entre muitas outras.

Em resposta, os cartunistas nepaleses estão usando sátiras e humor para chamar a atenção para questões sociais alarmantes bem como para a vida cotidiana.

O cartunista político de Katmandu, Rajesh KC, comentou sobre relatos de ações policiais repressivas contra cidadãos supostamente violando as medidas de isolamento. O funcionário de segurança do desenho animado diz: “Eu matei 5 crore [unidade tradicional de numeração indiana, 1 crore = 10 milhões] de coronavírus nas costas dele.”
"Maneiras de matar o vírus."

Enquanto o governo respondia às críticas sobre sua resposta ao vírus KC postou em uma rede social, este desenho representando o governo nepalês lutando com canais de redes sociais.


Rabi Mishra, cartunista do canal de notícias Naya Patrika Daily, ilustrou os problemas dos trabalhadores de baixa renda que retornavam às suas aldeias a pé após a proibição de veículos nas estradas. Ele cita o cantor e ativista social JB Tuhure.


"Mais uma vez,

Este país é um deserto para milhares que não recebem ajuda, mas para um punhado é um paraíso.
– JB Tuhure

Basu Kshitiz, cartunista e artista do portal de notícias Annapurna Post, criticou a resposta do governo do Nepal ao vírus desenhando os Três Macacos Sábios que representam não ver, não ouvir e não falar o mal.


Balão 1: Governo, estamos presos no caminho.

Balão 2: Governo, não recebemos nenhum material de auxílio.

Balão 3: Governo, atenda às reclamações da população.

Kshitiz também comentou sobre as pessoas que estavam realizando trabalhos de socorro só para tirar uma selfie:


Cerimônia de distribuição de auxílio do corona!!!

Rabin Sayami, cartunista do canal de notícias Nagarik, mostra três homens com malas cheias de dinheiro de suborno indo em direção a Singha Durbar, a sede oficial do governo do Nepal.


Em direção a Singha Durbar [mantendo] o distanciamento social!

Rabindra Manandhar, cartunista da revista Nepal, brinca com a desinformação divulgada pela mídia indiana, que alega que um grupo de muçulmanos infectados por coronavírus estava tentando entrar na Índia a partir do Nepal.


[Eles dizem] que é isso que está acontecendo na região.

Abin Shrestha, cartunista do canal de notícias Kantipur, zomba de certos tipos de homens que passam o dia em casa preguiçosamente enquanto reclamam do confinamento.


Diário do confinamento…

Blocos superiores (da esquerda para a direita):

Filho, me traga um copo de água morna! – Peça à sua nora!
A cozinha está tão suja! – Fale com a sua nora!
Papai, a televisão não está funcionando! – Fale com a sua mãe!
Blocos inferiores (da esquerda para a direita):

Papai, o que é isso? – Pergunte à sua mãe!
Ei, atende! – Ah, meu telefone está tocando!
Alô! … Não tem trabalho, meu amigo! Está ficando frustrante este confinamento!
E, finalmente, em uma crítica contundente à resposta do governo do Nepal ao vírus, Shrestha postou um cartum editorial descrevendo cidadãos desesperados sendo rejeitados:

Cartum editorial de @abinshrestha publicado em Kantipur na segunda-feira.

O homem batendo na porta: Governo! Governo!

A voz do outro lado da porta: “Estamos em confinamento! Não posso sair!

Fonte: Global Voices 

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