Noam Chomsky, Naomi Klein, Yanis Varoufakis, Fernando Haddad e a primeira ministra da islandesa Katrín Jakobsdóttir, entre outros, conforma grupo pela defesa da democracia, da solidariedade, da igualdade e da estabilidade
O movimento pró-democrático DiEM25, junto com o The Sanders Institute, prevê para este ano o lançamento de uma Internacional Progressista. Mais de 40 políticos e intelectuais de todos os continentes, incluindo figuras de renome como Noam Chomsky, Naomi Klein, Yanis Varoufakis, Fernando Haddad e Katrín Jakobsdóttir (primeira-ministra da Islândia), devem formar parte da iniciativa, que tem como objetivo promover a união, coordenação e movimentação de ativistas, associações, sindicatos, movimentos sociais e partidos em defenda da democracia, da solidariedade, da igualdade e da estabilidade.
DiEM25 e The Sanders Institute – fundado em 2017 por Jane Sanders, esposa do senador democrata Bernie Sanders – iniciaram em 2018 a conformação de uma frente comum, diante do avanço do autoritarismo. No ano passado, muitos países experimentaram manifestações que adicionaram dezenas de milhões de pessoas que defendiam suas democracias, exigiam condições de vida decentes ou exigiam a proteção iminente do planeta. Os organizadores afirmam que a crise econômica e de saúde decorrente da pandemia revelou a necessidade de todos esses grupos progressistas se unam para defender a assistência universal à saúde, a proteção dos direitos trabalhistas e a cooperação internacional.
A Internacional Progressista tem o apoio de um conselho composto por mais de 40 membros, incluindo escritores e ativistas como o estadunidense Noam Chomsky e a canadense Naomi Klein, políticos ativos como o parlamentar grego e o ex-ministro da Economia Yanis Varoufakis; a primeira-ministra islandesa Katrín Jakobsdóttir, a ministra argentina da Mulher, Gênero e Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta. Além deles, também estão presentes líderes latino-americanos, como o ex-presidente equatoriano Rafael Correa ou o brasileiro Fernando Haddad, candidato ao Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2018, vencidas pelo ultradireitista Jair Bolsonaro. Outros aliados conhecidos são o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, o ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera, o ator mexicano Gael García Bernal, a escritora indiana Arundhati Roy, o filósofo croata Srecko Horvat e a marinheira alemã Carola Rackete, capitão de navio que se tornou símbolo do resgate de migrantes no Mediterrâneo.
O projeto começa nesta segunda-feira (11/5) com o lançamento do site no qual qualquer pessoa ou organização pode se registrar para se tornar um membro da Internacional Progressista. A organização defende um mundo democrático, igualitário, solidário, ecológico, pacífico, pós-capitalista (economia colaborativa), próspero e plural. A plataforma terá uma secretaria encarregada de organizar as atividades diárias, auxiliar os membros, interconectar organizações e lançar ações conjuntas globais. Será composto por tradutores, desenvolvedores web, designers gráficos e coordenadores.
Em setembro, se a pandemia permitir, será organizado um congresso em Reykjavik, capital da Islândia, que será organizada pelo partido Jakobsdóttir, junto com o Movimento Esquerda-Verde. Nesta ocasião, será planejada a agenda para o ano seguinte da Internacional Progressista.
A plataforma será financiada exclusivamente com doações e contribuições de seus membros. A organização não permitirá o financiamento – ou a participação – de lobbies, executivos de empresas de combustíveis fósseis, planos de saúde, empresas farmacêuticas, multinacionais de tecnologia, bancos (com algumas exceções), empresas de capital de investimento, fundos de especulação ou empresas agroalimentares e do agronegócio.
Mobilização, pensamento e meios de comunicação
A Internacional Progressista pretende atuar em três frentes: fomentar a movimentação social, especialmente a reflexão intelectual, e promover a difusão de novas ideias progressistas através de uma rede de meios de comunicação. Neste último aspecto, a ideia é potencializar o impacto das informações para criar um nexo entre diferentes redações. Entre os participantes incluídos no projeto, figuram o jornal estadunidense The Nation, o italiano Internazionale, o grupo francês Mediapart, o polonês Krytyka Polityczna, além de Africa Is a Country, Brasil Wire, Lausan Collective e The Wire India.
Fonte: Carta Maior
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