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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

História - NATIVOS NORTE-AMERICANOS RECONHECIAM CINCO GÊNEROS

Antes da imposição europeia dos gêneros masculino e feminino, sociedades indígenas reconheciam muitos outros
De acordo com a plataforma digital Indian Country Today, as comunidades nativas da América do Norte reconheciam os seguintes gêneros: feminino, masculino, feminino de dois espíritos, homem de dois espíritos e transgênero. Segundo os indígenas, pessoas com características feminina e masculina ao mesmo tempo eram consideradas superdotadas pela natureza, sendo capazes de vislumbrar os dois lados de tudo.
Até a tomada da América do Norte pelos europeus, não existia um padrão de gênero considerado normal entre os grupos étnicos norte-americanos. Diferente da nossa sociedade, os indígenas norte-americanos tinham uma multiplicidade de gêneros, não estabelecendo um como regra e nem transformando outros em anormalidade ou algo a ser evitado.
MUITAS POSSIBILIDADES
De acordo com a plataforma digital Indian Country Today, as comunidades nativas da América do Norte reconheciam os seguintes gêneros: feminino, masculino, feminino de dois espíritos, homem de dois espíritos e transgênero. Segundo os indígenas, pessoas com características feminina e masculina ao mesmo tempo eram consideradas superdotadas pela natureza, sendo capazes de vislumbrar os dois lados de tudo.
As pessoas da comunidade eram valorizadas por suas contribuições, e não por serem homens ou mulheres. Antes da ocidentalização desses povos, as roupas das crianças eram neutras em termos de gênero, e não existia um ideal sobre como pessoas de determinado sexo deveriam se portar.
“Cada grupo tem seu próprio termo específico, mas existia a necessidade de um termo universal que a população em geral [de falantes de inglês] pudesse entender. Os Navajo se referem a Dois Espíritos como Nádleehí (alguém que está transformado).
Entre a etnia Dakota temos a palavra Winkté (indicativo de um homem que tem compulsão de se comportar como mulher), Niizh Manidoowag (dois espíritos) entre os Ojíbuas, e Hemaneh (meio homem, meia mulher) entre os Cheyenne, para citar alguns”, afirma o site.
A tradição dos Dois Espíritos foi uma das primeiras coisas que os colonizadores quiseram destruir. Essa forma de viver deveria ser erradicada antes que pudesse ser registrada em livros, e foi continuamente perseguida durante o massacre desses povos.
O GUERREIRO OSH-TISCH
Um dos indígenas Dois Espíritos mais lembrados foi um guerreiro da etnia Dakota chamado Osh-Tisch. Nascendo homem e casando-se com uma moça, ele vivia adornado em roupas femininas e se portava cotidianamente como mulher. Em 17 de junho de 1876, Osh-Tisch ganhou fama ao resgatar um membro de sua comunidade durante a Batalha de Rosebud Creek.
 “As pessoas Dois Espíritos na América nativa pré-contato eram altamente reverenciadas, e as famílias que os incluíam eram consideradas sortudas. Os indígenas acreditavam que uma pessoa capaz de ver o mundo através dos olhos de ambos os sexos era um presente do Criador”, afirma o Indian Country Today.
Com o prosseguimento da colonização, influências religiosas atuaram de maneira devastadora perante esses povos. Em inúmeros casos, pessoas com Dois Espíritos deveriam escolher entre deixar de ser quem eram, negando suas tradições e costumes, ou acabar com suas vidas. Muitos deles escolheram a segunda opção.





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