O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que, para anunciar um “novo AI-5”, conforme sugerido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), é preciso “estudar como vai fazer”. A avaliação ocorreu em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira 31.
O general não descartou nem rechaçou a possibilidade de anúncio de um decreto similar ao Ato Institucional nº 5, o quinto e o mais duro dos 17 decretos da ditadura militar. No entanto, negou que haja conversas em curso sobre o tema.
“Essas coisas, hoje, num regime democrático, é complicado. Tem de passar em um monte de lugares”, afirmou. “Não ouvi ele [Eduardo] falar isso. Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter. Mas até chegar a esse ponto tem um caminho longo.”
A declaração do ministro provocou reações entre parlamentares da oposição. O líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Ivan Valente (PSOL-SP), classificou as falas de Heleno como “condenáveis”.
“Ao invés de censurar Eduardo por propor novo AI-5, ele disse que precisaria estudar como fazer! E ainda que se algo como no Chile ocorrer no Brasil, eles agirão com a força. Temos que barrar esse governo ensaia ruptura com a ordem”, escreveu.
A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) afirmou, em sua rede social, que a fala de Heleno “endossa as palavras de Eduardo Bolsonaro em sua ameaça de um novo AI-5”. A parlamentar Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também publicou que “o governo está num transe extremista e precisa ser contido”.As declarações do @gen_heleno são condenáveis! Ao invés de censurar Eduardo por propor novo AI-5, ele disse que precisaria estudar como fazer! E ainda que se algo como no Chile ocorrer no Brasil, eles agirão com a força. Temos que barrar esse governo ensaia ruptura com a ordem.— Ivan Valente (@IvanValente) October 31, 2019
Mas como assim "se ele falou, tem de estudar como vai fazer"? O general Heleno endossa as palavras de Eduardo Bolsonaro em sua ameaça de um novo AI-5. Os crimes da ditadura ainda precisam ser punidos e quem defende uma nova também! #Equipe— Natália Bonavides (@natbonavides) October 31, 2019
A fala repugnante de Eduardo Bolsonaro atenta contra a nossa democracia. O AI-5 foi o mais radical decreto, instituído no período mais duro da ditadura, e abriu caminho para inúmeras arbitrariedades, mortes e desaparecimentos. O Brasil não esqueceu e nós na Câmara tampouco.— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) October 31, 2019
Fonte: A Carta Capital"Não há espaço para que se fale em retrocesso autoritário. O fortalecimento das instituições é a prova irrefutável de que o Brasil é, hoje, uma democracia forte e que exige respeito". Leia aqui a íntegra da nota: pic.twitter.com/qGtzl5r5z1— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) October 31, 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário