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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Liderado por filho de Cristina, movimento jovem na Argentina se coloca como 'braço político' da presidente

Máximo Kirchner, potencial candidato à prefeitura de Río Galegos, berço político de Néstor, comanda organização pró-governo
Um dos maiores movimentos sociais e com maior capacidade de mobilização da Argentina é liderado por um “jovem” de 37 anos. Filho de Néstor e Cristina Kirchner, Máximo kirchner fundou, em 2006, a agrupação política de orientação peronista La Cámpora. Formada por jovens, a organização se autodefine como um “braço político” da presidente e tem como principal objetivo a defesa do chamado kirchnerismo. Ser peronista na Argentina é quase uma prerrogativa para ser político. La Cámpora surge exatamente como uma demarcação à esquerda da corrente política que nos anos 1990 se confundiu com o neoliberalismo, durante a gestão do presidente Carlos Menem (1989-1999). Nascidos no período pós-ditadura, muitos dos militantes carregam marcas pessoais da época, com pais e outros familiares assassinados durante o regime de exceção. Outra parte participou da oposição a Menem e da queda de Fernando de la Rúa (1999-2001). Com a chegada de Néstor Kirchner ao poder em 2003, esses jovens se agruparam e passaram a apoiar o governo - e o que posteriormente convencionou-se chamar kirchnerismo. Por quê? De acordo com o artigo “La fuerza de los jóvenes: aproximaciones a la militancia kirchnerista desde La Cámpora (A força dos jovens: aproximações da militância kirchnerista de La Cámpora)”, de Melina Vázquez e Pablo Vommaro, publicado pela Clacso, um dos poucos estudos disponíveis na rede sobre a organização, a construção discursiva adotada pelo grupo exalta os valores dos governos de Néstor e Cristina, em contraposição com o neoliberalismo. “Isso redunda na elaboração de uma retórica dicotômica, que exalta aspectos dos governos kirchneristas com a intenção de diferenciá-los das medidas neoliberais dos anos 1990.
Um dos maiores movimentos sociais e com maior capacidade de mobilização da Argentina é liderado por um “jovem” de 37 anos. Filho de Néstor e Cristina Kirchner, Máximo Kirchner fundou, em 2006, a agrupação política de orientação peronista La Cámpora. Formada por jovens, a organização se autodefine como um “braço político” da presidente e tem como principal objetivo a defesa do chamado kirchnerismo.
Ser peronista na Argentina é quase uma prerrogativa para ser político. La Cámpora surge exatamente como uma demarcação à esquerda da corrente política que nos anos 1990 se confundiu com o neoliberalismo, durante a gestão do presidente Carlos Menem (1989-1999).
Nascidos no período pós-ditadura, muitos dos militantes carregam marcas pessoais da época, com pais e outros familiares assassinados durante o regime de exceção. Outra parte participou da oposição a Menem e da queda de Fernando de la Rúa (1999-2001). Com a chegada de Néstor Kirchner ao poder em 2003, esses jovens se agruparam e passaram a apoiar o governo - e o que posteriormente convencionou-se chamar kirchnerismo.
Por quê?
De acordo com o artigo “La fuerza de los jóvenes: aproximaciones a la militancia kirchnerista desde La Cámpora (A força dos jovens: aproximações da militância kirchnerista de La Cámpora)”, de Melina Vázquez e Pablo Vommaro, publicado pela Clacso, um dos poucos estudos disponíveis na rede sobre a organização, a construção discursiva adotada pelo grupo exalta os valores dos governos de Néstor e Cristina, em contraposição com o neoliberalismo. “Isso redunda na elaboração de uma retórica dicotômica, que exalta aspectos dos governos kirchneristas com a intenção de diferenciá-los das medidas neoliberais dos anos 1990."
Origens e mais peronismo
O próprio nome da organização remete à fidelidade aos princípios de Juan Domigo Perón (1946-1955 e 1973-1974), que defendeu um modelo de industrialização, nacionalismo e justiça social. A organização foi criada a pedido do próprio Néstor Kirchner para “agrupar as vozes jovens”.
Hector Cámpora, que empresta o nome ao movimento, foi um dos principais aliados de Perón e concorreu às eleições quando o líder estava impedido e exilado. Ao assumir o poder, permaneceu no cargo por exatos 49 dias, quando renunciou e convocou um novo pleito, abrindo o caminho para que Perón voltasse ao poder em 1973.
Ações
Discretos, os líderes do movimento evitam a exposição midiática. Mas, entre as principais e mais reconhecidas ações do La Cámpora, está a que foi realizada contra o principal grupo de mídia argentino: o Clarín.
A campanha Clarín Miente (Clarín mente) ganhou repercussão internacional no contexto da promulgação, em 2009, da Lei de Meios, cujo objetivo, segundo o governo argentino, é acabar com o monopólio midiático no país, atingindo de maneira mais incisiva o grupo Clarín. A medida foi dura e reiteradamente criticada pelos meios de comunicação e teve no La Cámpora um dos mais importantes apoiadores da implantação.
Eles estão organizados territorialmente, com ações em todo o país e não têm uma pauta específica. Os integrantes se autodefinem como uma força política da presidente, cuja função é responder diretamente a ela, sem intermediação.
Além das atividades políticas óbvias, como reuniões, plenárias, cursos de formação, também atuam nas comunidades em ações como a que foi realizada em meados de novembro, quando, após fortes tempestades na periferia de Buenos Aires, diversas pessoas tiveram suas casas destruídas. Como forma de ajudar os moradores afetados, os jovens do La Cámpora organizaram um mutirão de 10 dias para reconstruir moradias e limpar as áreas afetadas.
Atuação política
Outro aspecto que pode distinguir o movimento de outras organizações juvenis é que eles não contestam o poder do Estado, vendo-o como uma ferramenta de transformação e cenário de disputas políticas. Eles têm cargos legislativos, são deputados e assumem outras funções políticas que sejam necessárias para apoiar Cristina. O maior expoente é o ministro de Economia, Axel Kicillof, de 43 anos, marxista e militante do La Cámpora.
Com capacidade de mobilizar milhares de jovens em atos contra os fundos abutres, ou quaisquer medidas que coloquem em risco a imagem presidencial, Máximo Kirchner, principal líder do movimento, desponta como um dos políticos de maior potencial no país.
Seus correligionários querem que ele trace o mesmo caminho do pai e dispute, em 2015, a prefeitura de Río Galegos, sua cidade natal. Como mostra de sua capacidade de mobilização, em um ato diante de mais de 40 mil pessoas no estádio do Argentinos Juniors, em meados de setembro, Máximo deu um recado aos que criticam a possibilidade – remota – de que Cristina concorra a um terceiro mandato: “Se querem acabar com o kirchnerismo, concorram com Cristina, ganhem dela e acabem com tudo."
Fonte: Opera Mundi

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