Como o Brasil já sabe, Bolsonaro é apoiado pelo que
existe de mais barra-pesada na indústria da contravenção internacional e
nas organizações criminosas internas. É cedo para avançar em qualquer
conclusão. Mas a morte de Bebianno é um capítulo a mais na tenebrosa
história do país rumo à era do crime institucionalizado
É cedo para qualquer conclusão sobre a morte do
advogado Gustavo Bebianno. Ressalve-se o fato de que o filho estava com
Bebianno na hora de sua morte, o que reforçaria a ideia de causa
natural. No entanto:
1. Adriano da Nóbrega e Gustavo
Bebbiano eram testemunhas centrais, capazes de produzir um terremoto
político no país, em função das informações que detinham sobre a família
Bolsonaro.
2. Adriano foi executado no interior da Bahia, em uma operação mal explicada até agora.
3. Bebianno morreu esta noite, vítima de infarto.
Em conversas com jornalistas, no final da entrevista ao Roda Viva, Bebianno evitou responder algumas perguntas, alegando receio de sofrer algum atentado.
O know how da CIA
No dia 14 de novembro de 1975, o New York Times publicou reportagem vinculando a CIA a assassinatos cometidos dentro dos Estados Unidos. A técnica utilizada era da simulação de ataque cardíaco.
As investigações foram conduzidas pelo Comitê de
Inteligência do Senado, investigando um assassinato ocorrido em Nova
Orlens no final dos anos 50, ou início dos anos 60.
As investigações estavam sob comando do respeitado
senador Frank Church, democrata de Idaho e uma das vozes mais influentes
da política americana dos anos 70.
Pela descrição da vítima, tratava-se de alguém que
havia trabalhado na agência em Washington e Las Vegas. O funcionário
morreu em um hotel local, onde ele e a família estavam hospedados.
A CIA tentou qualifica-lo apenas como um “oficial
de suprimentos”. Mas a comissão apurou que ele havia participado da
invasão da Normandia e chefiado operações de combate realizadas pela CIA
em Taiwan.
O relatório do Senado juntou 400 páginas com
evidências de tentativas da CIA em atentar contra a vida de lideranças
estrangeiras, principalmente Fidel Castro. O caso McNamara foi o
primeiro que revelaria “como a agência lida com pessoas que tentam
chantageá-la”.
O relatório de Frank Church se tornou um marco na
tentativa do Congresso de controlar os poderes da CIA, que se
transformara em opder autônomo dentro dos EUA.
Um dos capítulos do relatório era sobre os diversos instrumentos de assassinato da CIA.
Foi convocado o então diretor da CIA, William Colby
que, pressionado, acabou trazendo uma das últimas armas desenvolvidas:
uma pistola desenvolvida especificamente para assassinar seres humanos
de forma silenciosa.
Aqui, o senador Church mostra a arma.
Depois de aposentado, Colby escreveu um livro sobre
a CIA, revelando seus segredos mais sombrios. Colby era de formação
católica e achava que a CIA só iria se salvar se confessasse todos seus
pecados, conforme seu necrológio.
No dia 27 de abril de 1996 foi encontrado afogado em um afluente do rio Potomac.
A morte dividiu a própria família. Em 2011, um de
seus filhos, Carl Colby, produziu um documnentário, “O homem que ninguém
sabia”, mostrando o pai cheio de culpa por suas ações na guerra do
Vietnã e cuja vida adabou quando deixou a CIA em 1975. Sugeria que teria
se suicidado. O laudo policial não permitia ir nessa direção. O filho mais velho, Jonhathan Colby discordou do irmão.
A indústria do crime
É possível que tenha sido vítima de um AVC ou um
ataque cardíaco e tenha se afogado. Para nosso caso interessa saber que,
desde 1974, já se sabia de armas que permitiam assassinar pessoas e
simular ataques cardíacos. É evidente que essa tecnologia não ficou,
desde aquela época, restrita à CIA.
Conforme vimos mostrando em várias reportagens, Bolsonaro é apoiado pelo que existe de mais barra-pesada na indústria da contravenção internacional e nas organizações criminosas internas.
É cedo para avançar em qualquer conclusão. E há
circunstâncias que reforçam a ideia de morte natural. Em todo caso, a
morte de Bebianno é um capítulo a mais na tenebrosa história do país
rumo à era do crime institucionalizado.
Fonte: Pragmatismo Político
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