De acordo com especialistas, o álbum foi
confeccionado com pele humana de uma das milhares de vítimas do Holocausto e as
investigações apontam para as vítimas de Buchenwald, no leste europeu — o
primeiro campo de concentração instalado por Hitler
Um dia depois de um grupo de estudantes do Colégio Santa Maria, do Recife, postar no Instagram uma foto de uma saudação nazista feita por eles mesmos em sala de aula — cena considerada gravíssima por milhares de pessoas ou “apenas uma brincadeira de jovens” por outro tanto —, jornais ingleses noticiaram um achado ocorrido na Polônia.
Numa feirinha de antiguidades, um álbum de fotografia estava sendo comercializado. Dentro, imagens de paisagens diversas. Mas o material do álbum gerou incômodo e levantou suspeitas.
Resumindo: de acordo com especialistas, o álbum foi confeccionado com pele humana de uma das milhares de vítimas do Holocausto e as investigações apontam para as vítimas de Buchenwald, no leste europeu — o primeiro campo de concentração instalado por Hitler.
Buchenwald esteve em operação de 1937 até 1945, fim da Segunda Guerra. Ali estiveram confinados, além de judeus, comunistas, ciganos, homossexuais, entre outros grupos perseguidos pelo Nazismo.
Sobre o portão de entrada desse inferno, havia a inscrição: ‘Jedem das seine’ (A cada um o seu). O lugar ficou conhecido pelo tipo de execuções ali praticadas, condições bestiais, experimentos científicos e depravação dos guardas nazistas.
Na condução das maldades, que poucos conseguem imaginar sem sentir a pressão arterial cair, estava Ilse Koch, mulher de Karl-Otto Koch, comandante do campo. Ilse tinha interesse particular por prisioneiros homens adultos com tatuagem, pois utilizava a pele desses homens para fazer encadernações, toalhas de mesa, abajour e outros objetos.
Diante desse fato tão atual, a descoberta desse objeto feito de pele com tatoo que mostra a infinita capacidade humana de planejar e realizar atrocidades, eu gostaria de perguntar a esse tanto de pessoas que viram na cena recente ocorrida em Pernambuco — em um dos muitos colégios particulares brasileiros de elite, movidos, como mostram as centenas de denúncias, por preconceito de classe, cor e muitos outros —, se elas continuam achando que tudo não passou de uma “brincadeirinha juvenil?”
Quem sabe, porque algumas pessoas são mais lentas para ligar os pontos das coisas, elas perceberam, finalmente, a gravidade do Holocausto.
Sim, estou sendo bem Pollyanna, mas não são essas pessoas mesmo que dizem que a gente deve olhar o lado positivo das situações? O álbum pode servir de despertador, quem sabe?!
Mas, caso insistam nessa desumanidade frente às dores dos outros e na cegueira política, é fundamental que todas as outras pessoas da roda digam que não, não é possível — de modo algum —, normalizar e aceitar piadas a respeito das vítimas do Nazismo.
E, afinal, juventude não é sinônimo de falta de empatia. Não são essas pessoas que também falam da redução da maioridade penal (sou contra!) ou essa redução só vale para os jovens da periferia?
Também não é possível relativizar que pessoas sejam torturadas no Brasil ou aceitar o genocídio da juventude preta e pobre desse país.
É preciso dar um basta às bestas.
É preciso dizer não hoje, ontem ou mesmo anteontem, pois é por conta desse relativismo e tolerância com posturas monstruosas que os monstros crescem e reproduzem.
Pelo enquadramento das bestas humanas que não são apenas os membros desse governo de enlouquecidos e recalcados, além de fascistas, mas também as bestas que usam o elevador e que moram no apartamento ao lado ou no fim da rua.
Sejamos duros com essa gente má, fascista e oportunista, sem (e isso vai ser difícil!), perder a ternura jamais.
Fonte: Jornalistas Livres
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