"Só me deram mais força, eu conheci outro mundo. Eu conheci outras mulheres que, assim como eu, estão ali devido ao país que a gente vive: racista, machista, opressor", declarou Preta Ferreira ao sair do presídio
A apresentadora, cantora e ativista Preta Ferreira foi liberada na noite desta quinta-feira (10) em razão do deferimento de habeas corpus por parte do Tribunal de Justiça de São Paulo. Preta estava presa de forma arbitrária desde 24 junho junto a seu irmão, Sidney, que também deve ser liberado nesta noite.
“Eu tô livre, eu sou inocente, eu não fiz nada, Deus é justo. Agora, vamos trabalhar para provar a minha inocência e a dos demais. Não vão revidar com os movimentos de moradia. A gente precisa de moradia. Ninguém ocupa porque quer, ocupa porque há necessidade. […] Eu tô livre e minha bandeira é essa aqui: Movimento dos Sem Tetos do Centro. Eu sou inocente”, disse Preta ao sair do presídio, muito emocionada.
“Não parou nada, só me deram mais força, eu conheci outro mundo, eu conheci outras pessoas que precisam de ajuda, eu conheci outras mulheres que, assim como eu, estão ali devido ao país que a gente vive: racista, machista, opressor. Não é Preta livre, são pretas. Existem outras mulheres, são milhares. […] Estudem, gente, porque se você estudar, o sistema não vai aguentar com vocês. Quando a senzala descer, a casa grande vai surtar. Pode humilhar, a gente vai se reerguer”, declarou ao conversar com o Jornalistas Livres, logo em seguida.
“Quero agradecer a todo mundo que neste 108 dias me apoiou. Me separaram da minha família, me torturaram, me colocaram num lugar horrível. Eu fiquei longe da minha família sem eu ter feito nada. Nunca cometi nenhum crime. Eu acredito na Justiça divina e eu ei de estar viva para provar a nossa inocência”, disse ainda.
A aceitação do pedido veio um dia depois da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca) afirmar que a prisão das duas lideranças de movimento dos sem teto tinha como objetivo pressionar a coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM), Carmem Ferreira da Silva.
Fonte: Revista Forum
Nenhum comentário:
Postar um comentário