Mauk Moruk, nome de guerra de Paulino Gama, foi morto pela polícia numa troca de tiros que ocorreu próximo de Baucau, no sábado (08.08), em Timor-Leste.
Depois de um longo período exilado na Holanda, o ex-combatente regressou a Timor-Leste com o objectivo de “fazer uma revolução para tirar a população da pobreza” tal como demos conta no Global Voices, em 2014.
Moruk foi guerrilheiro e primeiro comandante das brigadas vermelhas das FALINTIL (movimento armado da resistência à ocupação indonésia).
Moruk foi guerrilheiro e primeiro comandante das brigadas vermelhas das FALINTIL (movimento armado da resistência à ocupação indonésia).
O ex-guerrilheiro estava a ser perseguido pelas forças armadas de Timor-Leste, desde Março 2014, por tentar “criar instabilidade política e de pôr em causa as instituições do Estado”.
A morte do ex-combatente está a deixar alguma inquietação no país. A Embaixada dos Estados Unidos da América em Díli emitiu o seguinte comunicado, na sua página do Facebook:
As forças de segurança reforçaram os seus contingentes, no patrulhamento, por se recear represálias quer pelos seguidores de Moruk, que entretanto havia criado o partido do Conselho Revolucionário Maubere (CRM), como também pelo grupo “Sagrada Família” liderado pelo seu irmão, Cornélio Gama, também conhecido por L-7. A “Sagrada Família”, é um grupo de resistência clandestina de carácter animista criado nos anos 90.
Entretanto, em declarações à agência de notícias portuguesa Lusa, L-7 refere que:
O Estado não respeita o povo. Matou Mauk Moruk que estava desarmado. Recusou dialogar e agora tem que assumir responsabilidade por isto. Sempre defendemos e procurámos o diálogo.
Cornélio Gama afirma que “a morte do seu irmão se deve a um ajuste de contas”. L-7 descreve que:
Se tratou de uma vingança que dura desde 1985 até agora, um conflito (tet) entre Mauk Moruk e Xanana (Gusmão). Um ódio que não se revolveu até agora. Com esse ódio, o Xanana matou o meu irmão
O líder da sagrada família adianta que “não haverá reacções” por sua parte mas avisa que:
O Estado não respeita o povo. Matou Mauk Moruk que estava desarmado. Recusou dialogar e agora tem que assumir responsabilidade por isto. Sempre defendemos e procurámos o diálogo
Moruk é considerado “um traidor” por um lado, refere o seu irmão Cornélio Gama. :
Mauk Moruk é considerado pelos principais líderes timorenses como um traidor, tendo-se entregado às forças de ocupação indonésias que posteriormente viria a apoiar contra a resistência.
Pelo outro, “um herói”. Ângela Freitas, líder do Partido Trabalhista diz que:
Fonte: Global VoicesÉ tempo da liderança poder encontrar meios, pacificamente, para uma mesa redonda e falar totalmente da história de Timor-Leste. Não tivemos só uma ou duas pessoas heróis de Timor-Leste.
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