Segundo dados da Kantar Ibope Media, obtidos com exclusividade por sua coluna, o Grupo Globo – que apoia a agenda ultraneoliberal do atual governo na economia, mas crítica sua pauta conservadora nos costumes e teme seu autoritarismo na política – segue na liderança nas maiores 15 regiões metropolitanas pesquisadas no PNT (Painel Nacional de TV). “Em janeiro, primeiro mês de Bolsonaro, a Globo registrou média de 14,63 pontos no PNT. No mês passado esse índice já estava em 16,49 pontos, um relevante acréscimo de 12,7%. A Globo também cresceu em participação no universo de TVs ligadas: passou de 33,79% para 35,93%”.
A outra notinha curiosa postada por Ricardo Feltrin é a que mostra que a TV Brasil, que foi transformada em TV Bolsonaro, não desperta a atenção dos telespectadores com o seu jornalismo chapa-branca e mentiroso. “Além de não cumprir a promessa eleitoral de acabar com a TV Brasil, criada pelo governo Lula, o governo Jair Bolsonaro também fez a emissora regredir um ano em seu índice de audiência. Desde janeiro o ibope da emissora pública caiu quase 25% na média mensal nas 15 maiores regiões metropolitanas do país. A TV Brasil fechou agosto com 0,32 ponto no PNT, contra 0,41 em janeiro”.
“Esse 0,32 ponto é aproximadamente o mesmo que a emissora registrava um ano atrás, ainda no governo Temer. É um índice que já se aproxima do chamado ‘traço’. Ou seja, alcance irrelevante. A tal ‘reformulação’ que o governo promoveu em março na TV Brasil mostrou-se, em números, comprovadamente desastrosa”. Assim como é desastrosa, mentirosa e tosca toda a comunicação do laranjal bolsonariano.
Record ruma para o inferno
Não é só a TV Brasil, com o seu governismo babaca, que está em crise. Segundo Mauricio Stycer, em matéria publicada na Folha na sexta-feira (20), o jornalismo chapa-branca da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), do “pastor” Edir Macedo, também ruma para o inferno. “Depois de um primeiro quadrimestre razoável, com médias entre 8 e 9 pontos, o ‘Jornal da Record’ começou a perder audiência em maio e não parou mais de cair. Nem mesmo a profunda reforma realizada neste início de setembro conteve a fuga de público”.
“Dados do Kantar Ibope referentes a São Paulo mostram que o principal telejornal da Record teve um início de ano razoável com médias de 8,3 e 8,7 pontos em janeiro e fevereiro, alcançou o seu pico em março, com 9,2 e retornou para 8,1 em abril. A partir daí começa uma queda que chama a atenção. Em maio e junho, a média do telejornal foi de 7 pontos, em julho caiu para 6,6 e em agosto despencou para 5,6. Fato raro, nas duas últimas semanas de agosto o JR não aparece nem entre os dez programas mais assistidos da emissora”.
Como aponta o especialista em mídia, a Record até estreou um projeto multiplataforma e um cenário novo, mas as mudanças milionárias não reverteram a queda de audiência. “Entre março (média de 9,2) e setembro, o JR perdeu 41% em audiência, uma queda muito significativa”. Mauricio Stycer aponta várias razões para a queda – como a baixa audiência da nova novela da emissora – e relativiza o peso da linha editorial governista. Mas parece evidente que credibilidade do jornalismo da emissora caminha rapidamente para o inferno – com todo o respeito aos "bispos" e mercadores da Iurd.
Fonte: Blog do Miro
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