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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

História - AMAZONAS DE DAOMÉ: AS MULHERES MAIS TEMIDAS DO MUNDO

Bravas guerreiras da África Ocidental repeliram com sucesso invasores europeus
Nansica, uma jovem soldada do reino de Daomé, no atual Benin, de cerca de 16 anos, se aproxima rapidamente de um sargento francês e o decapita com furor. Em seguida, tem seu corpo atravessado por uma baioneta e tomba de costas, braços estendidos para a frente. Na mesma batalha, um soldado gabonês de infantaria, recrutado pelos franceses, desarma outra militar de Daomé. Sem opção, ela rasga a garganta do inimigo com os próprios dentes.
Nansica, uma jovem soldada do reino de Daomé, no atual Benin, de cerca de 16 anos, se aproxima rapidamente de um sargento francês e o decapita com furor. Em seguida, tem seu corpo atravessado por uma baioneta e tomba de costas, braços estendidos para a frente. Na mesma batalha, um soldado gabonês de infantaria, recrutado pelos franceses, desarma outra militar de Daomé. Sem opção, ela rasga a garganta do inimigo com os próprios dentes.
Apesar de a França ter conquistado Daomé em 1894, após duas guerras num período de 4 anos, a ferocidade das mulheres que compunham 1/3 das tropas do país africano ao longo do século 19 impressionou visitantes e soldados estrangeiros.
“O valor das amazonas é real. Treinadas desde a infância com os mais árduos exercícios, constantemente incitadas à guerra, elas levavam às batalhas uma fúria verdadeira e um ardor sanguinário... Inspirando com sua coragem e sua energia indomável tropas que as seguiam”, escreveu em 1895 o major francês Léonce Grandin, que lançou Le Dahomey: À l'Assaut du Pays des Noirs, em que analisa a guerra na qual lutou.
“Notavelmente bravas”, “extraordinárias por sua coragem e ferocidade” e de “tenacidade selvagem” são algumas das características atribuídas a elas por combatentes franceses em diários escritos no calor das batalhas.
Donas do palácio
Mulheres lutando em exércitos não eram novidade. Mas um exército de mulheres, sim. Esqueça as lendárias amazonas da Grécia antiga, que estão no terreno do mito. Como escreve o jornalista e pesquisador Stanley B. Alpern em Amazons of Black Sparta (Amazonas da Esparta Negra), "na verdade, as únicas amazonas documentadas da História são o tema deste livro".
Para a autora de Wives of the Leopard: Gender, Politics and Culture in the Kingdom of Dahomey (Esposas do Leopardo: Gênero, Política e Cultura no Reino de Daomé), Edna G. Bay, elas talvez nem fossem tão melhores e mais ferozes que seus companheiros de armas. “Mas a visão de mulheres combatentes foi um choque para os franceses”, comenta ela.

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