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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Professora heroína em tragédia é enterrada em Janaúba

Um cortejo foi feito pela cidade no carro do Corpo de Bombeiros. Centenas de pessoas acompanharam o trajeto. Antes do sepultamento, o marido da educadora fez um discurso emocionado.

Sob aplausos e grande comoção, o corpo da professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, que foi apontada como heroína por ajudar crianças durante o ataque a creche de Janaúba, no Norte de Minas Gerais, mesmo em chamas, foi enterrado nesta sexta-feira. Um cortejo foi feito pela cidade no carro do Corpo de Bombeiros. Centenas de pessoas acompanharam o trajeto. Antes do sepultamento, o marido da educadora fez um discurso emocionado
Sob aplausos e grande comoção, o corpo da professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, que foi apontada como heroína por ajudar crianças durante o ataque a creche de Janaúba, no Norte de Minas Gerais, mesmo em chamas, foi enterrado nesta sexta-feira.
Um cortejo foi feito pela cidade no carro do Corpo de Bombeiros. Centenas de pessoas acompanharam o trajeto. Antes do sepultamento, o marido da educadora fez um discurso emocionado. 

O corpo da professora foi colocado em um caminhão do Corpo de Bombeiros que saiu do velório até o Cemitério São Lucas, acompanhando de uma multidão. O marido de Helly, Luiz Carlos Batista, seguiu ao lado do caixão em cima do veículo. Algumas pessoas seguiram a pé e outras em carros e motos. 

Antes do sepultamento, Luiz Carlos pediu a palavra e fez um discurso que emocionou todos que prestavam as últimas homenagens a mulher. Segundo ele, Helley tinha muito carinho com as crianças da creche. ''Ela considerava as crianças como se fossem os seus filhos'', disse.

Ele contou que uma amiga da professora pediu que ela não fosse a aula no dia da tragédia. “No dia anterior, uma amiga avisou que para ela não ir na aula, porque estava muito rouca e gripada. Mas, ela não quis”, comentou. “Foi enviada por Deus para tentar salvar as crianças. Foi um grande exemplo”, completou.

Helley era funcionária efetiva do centro infantil e morava no município de Nova Porteirinha, separado de Janaúba por um rio. O corpo da professora ficou tão queimado que foi reconhecido pelo marido por meio da arcada dentária. Ela entrou e saiu três vezes da sala de aula para tentar salvar as crianças. Segundo as investigações da polícia, também chegou a brigar com o vigia para tentar evitar o crime. 

Nesta manhã, o clima de comoção também se manteve durante o sepultamento de outras duas vítimas. A menina Ana Clara Ferreira da Silva, de quatro anos e Ruan Miguel Soares Silva, da mesma idade. Foram os primeiros enterros das vítimas da tragédia da creche Gente Inocente. O corpo de Ana Clara foi velado na casa simples da família no Bairro Rio Novo. Os pais da menina, o lavrador Nelsir de Jesus Silva, e a doméstica Luana Ferreira de Jesus ficaram desconsolados e, desesperados, foram amparados por parentes e amigos. 

O casal tem outros dois filhos vítimas da tragédia que foram transferidos em estado grave para a Santa Casa de Montes Claros, onde continuam internados. Os presentes no sepultamento fizeram uma oração para confortar os pais da garotinha, uma das cinco crianças que morreram após terem os corpos incendiados pelo vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos. 

O segundo sepultamento foi do garoto Ruan Miguel. A mãe dele chegou a passar mal em alguns momentos por conta da comoção pela perda do filho. O pai da criança também se sentiu mal e não foi ao cemitério. A tia de Ruan, Maria de Jesus Pereira, estava bastante emocionada. "É um momento de muita dor para nós. Muito difícil aceitar uma situação dessa", afirma. Ruan Miguel e Ana Clara residiam no Bairro Rio Novo, mesma região onde fica a creche Gente Inocente. 

Vigia

Enquanto o corpo da professora era sepultado, amigos se despediam de Damião Soares, o vigia que ateou fogo na creche. Familiares dele não quiseram participar do enterro por medo de represálias. As polícias Civil e Militar também orientaram a não falar sobre o local e horário do sepultamento dele.

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