A cobertura ao vivo de tragédias como as de Paris é um desafio ao mais criativo dos âncoras de tevê e um perigo para telespectadores desprevenidos, que, entorpecidos pela brutalidade do evento, se esquecem da reconfortante alternativa que é o controle remoto. Nada como, ao primeiro sinal de clichê e de redundância, fatal nessas circunstâncias, refugiar-se em outro canal, e depois em outro, e, assim, indefinidamente.
Acabei me enganchando na BBC News, ao perceber que a emissora britânica conseguiu alocar sua apresentadora – “chefe dos correspondentes estrangeiros”, dizia a legenda – numa espécie de camarote vip ao lado do qual desfilou a multidão. Deu, portanto, para entrevistar um ou outro manifestante e contemplar o espectador com um rápido festival de chavões e banalidades.
Acabei me enganchando na BBC News, ao perceber que a emissora britânica conseguiu alocar sua apresentadora – “chefe dos correspondentes estrangeiros”, dizia a legenda – numa espécie de camarote vip ao lado do qual desfilou a multidão. Deu, portanto, para entrevistar um ou outro manifestante e contemplar o espectador com um rápido festival de chavões e banalidades.
O que salvou a BBC foi ter à mão o jornalista francês Nicholas Henin, ex-refém que conseguiu escapar da adaga afiada do Exército do Levante. Henin teria todas as razões do mundo para ser o mais irado dos circunstantes, no entanto deu uma lição de tolerância à correspondente, a qual insistia em perguntar: “Você não se sente mais inseguro agora?”
A Fox News trouxe à tragédia o seu inconfundível toque de humor macabro. Promoveu a tradicional parada de “experts em segurança”, brucutus que jamais passariam num teste de capacitação mental da Fonseca’s Gang.
Fonte: A Carta Capital
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