Algumas pessoas comentaram, aqui e no Conversa Afiada – que o reproduziu – o post que publiquei sobre a impossibilidade de, mantido o quadro atual, travar-se a “batalha da comunicação” que a Presidenta Dilma Rousseff pediu a seus ministros que travassem.
Acharam-me pessimista, quem sabe derrotista.
Talvez tenha o tom das minhas palavras tenha causado isso mas, da mesma forma, o receio – muitas vezes inexpresso – de cada um tenha levado a isso.
Não há nada de pessimista, porque o pessimista é um fatalista, conformado, que não luta para mudar o mundo e que está sempre insatisfeito com os progressos que cabem nos dias, nos anos, na vida.
Alguém que se dedica à politica e ao interesse público por 40 anos, toda a minha vida adulta, não pode ser um pessimista.
Pode ser, como muitos fazem, um interesseiro, um preguiçoso, até mesmo um aproveitador.
Mas aí terá deixado de servir ao interesse público.
As críticas que aqui se faz aos métodos do governo Dilma – e quase todas se restringem à renúncia ao dever de esclarecer a população, dialogar com ela, educar o povo brasileiro para dar forma e consequência ao amor que ele tem ao seu país e a sua capacidade de ser autônomo, livre, próspero e feliz.
Mais da metade daqueles 40 anos foi ao lado de Leonel Brizola e muitos duvidam do que sempre afirmei sobre nossa convivência: fidelidade política e disposição de luta nunca significaram baixar a cabeça ou silenciar sobre discordâncias, até porque tínhamos os mesmos sonhos e causas.
Eu brincava, e ele ria, dizendo que se fossemos mexicanos da época da revolução de Villa e Zapata e ele, general, me falasse para deitar nos trilhos e descarilar o trem inimigo que passaria numa linha e eu achasse que seria em outra, eu deitaria.
Mas sem perder o direito de dizer e dizendo até o instante de ser partido em dois, inutilmente, de ficar berrando:
- O trilho é outro, o trilho é outro...
E torcendo para ele estar certo e eu errado.
Fonte: O Tijolaço
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