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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aécio não ganhou os votos de Marina, mas herdou o coitadismo

O apoio tardio de Marina Silva a Aécio Neves, depois de uma negociação interminável, não rendeu votos ao tucano, mas parece ter provocado uma transferência sensível de humor.
Aécio está incorporando o coitadismo de Marina. Depois do número do dedo em riste (“leviana!”) no debate com Dilma, o candidato do PSDB reclamou que é “vítima de ódio e rancor”. Estão sendo ditas “mentiras, infâmias e calúnias” sobre ele. É uma campanha desesperada, “que não consegue olhar para o futuro. Ela olha para o passado”. Para Aécio, esse é “o modus operandi do PT. Minas Gerais é o estado que tem o maior número de municípios em todo Brasil e temos a melhor educação fundamental do Brasil”. A vitimização é um jogo de cena que foi bastante usado por Marina no primeiro turno. Ela ainda tinha um agravante passivo agressivo: ao mesmo tempo em que se queixava, batia sem dó. O ápice foi quando declarou que passou fome. No caso de Aécio essa tática é, sob todos os aspectos, uma piada. Em seu mundo ideal — a Minas Gerais de suas duas gestões, digamos –, ele solaria à vontade, sem ser questionado por ninguém a respeito de nada.
O apoio tardio de Marina Silva a Aécio Neves, depois de uma negociação interminável, não rendeu votos ao tucano, mas parece ter provocado uma transferência sensível de humor.
Aécio está incorporando o coitadismo de Marina.
Depois do número do dedo em riste (“leviana!”) no debate com Dilma, o candidato do PSDB reclamou que é “vítima de ódio e rancor”.
Estão sendo ditas “mentiras, infâmias e calúnias” sobre ele. É uma campanha desesperada, “que não consegue olhar para o futuro. Ela olha para o passado”.
Para Aécio, esse é “o modus operandi do PT. Minas Gerais é o estado que tem o maior número de municípios em todo Brasil e temos a melhor educação fundamental do Brasil”.
A vitimização é um jogo de cena que foi bastante usado por Marina no primeiro turno. Ela ainda tinha um agravante passivo agressivo: ao mesmo tempo em que se queixava, batia sem dó. O ápice foi quando declarou que passou fome.
No caso de Aécio essa tática é, sob todos os aspectos, uma piada. Em seu mundo ideal — a Minas Gerais de suas duas gestões, digamos –, ele solaria à vontade, sem ser questionado por ninguém a respeito de nada.
Quando convocado a se explicar a respeito de questões fundamentais para a sociedade, e que se referem a sua vida pública, tenta transformar tudo num drama.
Na Band, foi confrontado com seus fantasmas. Perdeu as estribeiras ao falar do aeroporto do tio. E mentiu. Mentiu que venceu todas as eleições em seu estado, mentiu sobre o aumento de homicídios por lá, mentiu quando afirmou nunca ter criticado o Mais Médicos…
Embora não colasse, Marina ainda tinha, de certo modo, uma adequação ao papel de coitada. O physique du rôle. Ex-seringueira, cinco vezes malária, magrinha, analfabeta até os 16 anos etc etc.
Aécio, pelo contrário, desfila todo aquele aplomb de moço bem criado, o terno sob medida, o botox, a pele bronzeada, o orgulho viril meritocrata — além da ironia profissional exibida ao longo dos últimos meses. Não cabe, de uma hora para outra, virar um mártir.
Se ele é vítima, talvez seja da própria Marina. Segundo o Datafolha, 23% dos eleitores responderam que o apoio dela faria com que eles não votassem no candidato indicado.
Essa estratégia não funcionou com a ex-candidata do PSB e não vai funcionar com Aécio. Mas, se ele quiser insistir, pode pedir conselhos a sua nova colega de palanque. O xalezinho sobre os ombros cairia bem.
Fundo: Diário do Centro do Mundo

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