É por esta e outras razões que os ricaços da Argentina detestam a presidenta Cristina Kirchner.
Nesta semana, o órgão responsável pela cobrança de impostos no país anunciou que cerca de 100 dos mais de 100 mil torcedores que viajaram ao Brasil para assistir a Copa do Mundo deverão ser punidos por sonegação. Ele investigou 2 mil argentinos que declararam receber até 27 mil pesos ao ano (cerca de R$ 19 mil), mas que adquiriram pacotes turísticos que variam de R$ 11 mil a R$ 27 mil para ver sua seleção terminar como vice. Destes, cem foram notificados pelo Fisco. A Folha registrou, em tom de protesto, nesta sexta-feira (18) que a “Argentina usa Copa no Brasil para descobrir sonegadores”.
Segundo a reportagem, os argentinos notificados “têm um novo motivo para lamentar o final do evento. Eles foram pegos pelo fisco do país natal por terem gastado, só com a viagem ao Mundial, mais do que afirmam receber durante o ano inteiro... Para combater a evasão, o órgão que cobra impostos vigia os movimentos dos contribuintes cruzando dados, especialmente quando há gastos pessoais incompatíveis com o ganho declarado. Em maio, o governo já tinha usado um evento esportivo para descobrir sonegadores. Na luta de boxe entre o argentino Marcos Maidana e o norte-americano Floyd Mayweather, em Las Vegas (EUA), 17 pessoas foram identificadas e tiveram de pagar mais impostos”.
Se a mesma técnica fosse aplicada no Brasil, muitos dos ricaços que puxaram o coro “Ei, Dilma, vai tomar no c...”, na abertura da Copa no estádio do Itaquerão, também seriam punidos. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), centenas de voos de jatinhos particulares ocorreram durante os 30 dias do Mundial. Fortunas foram gastas em hotéis e restaurantes de luxo. Banqueiros, industriais e artistas globais não fizeram economia. Quantos destes vestais da ética sonegam impostos no Brasil? Um estudo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), publicado em maio passado, revelou que a sonegação no país passou de R$ 200 bilhões apenas nos primeiros meses deste ano.
Segundo o estudo, este valor é mais de 25 vezes o que foi gasto na construção dos estádios para a Copa. “Para se ter uma ideia, os R$ 200 bilhões seriam suficientes para beneficiar mais de 2,7 milhões de pessoas com o Bolsa-Família ou na construção de cinco milhões de casas populares”, afirma o presidente do Sinprofaz, Heráclio Camargo. O sindicato faz o monitoramento da sonegação no país desde 2013. O projeto foi apelidado de “Sonegômetro” – num contraponto irônico à iniciativa hipócrita do “Impostômetro” lançada por empresários de São Paulo. No ano passado, a sonegação atingiu a marca de R$ 415 bilhões. Se a experiência argentina fosse aplicada no Brasil, bem mais de cem caloteiros seriam punidos!
Fonte: Blog do Miro
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