Aécio, mais uma vez, se recusou a responder se utilizou o aeroporto de Cláudio, construído num terreno de seu tio-avô Múcio Guimarães Tolentino.
Voltou a insistir que está tudo esclarecido e falou de empreendedorismo.
Voltou a insistir que está tudo esclarecido e falou de empreendedorismo.
Em ambas as questões, ele está devendo. O aeroporto não foi homologado pela Anac, o portão era trancado a chave e o imbroglio da desapropriação é feio.
Em matéria de empreendedorismo, Aécio entregou apenas dois dos catorze aeroportos previstos em seu governo, entre 2003 e 2010. Um deles é o de seu parente.
Por que Aécio não responde se usou o aeroporto? Tolentino mesmo declarou que era para todo mundo usar, “inclusive o governador”.
Primeiro porque, por incrível que pareça, passado tanto tempo, ele não sabe o que fazer com a resposta. Sua reação é parecida com a de quando lhe questionam sobre drogas. Aécio trava na defensiva.
Segundo porque a resposta, muito provavelmente, é sim. O velho Paulo Maluf fez um bom diagnóstico do caso numa entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues.
Não é um aeroporto público, segundo Maluf: uma pista para jato precisa de, no mínimo, 1500, 1600 metros de comprimento. “Se fez 1000 metros, é para uso particular da família, para turbo-hélice”, disse.
A obra fica a pouco quilômetro da fazenda de Aécio, muito mais perto do que Confins. Ele define a propriedade que herdou da avó como seu “Palácio de Versalhes”. Copio um trecho de matéria da revista Alfa sobre o lugar:
Um de seus lados menos conhecidos é o de fazendeiro. Com o mesmo entusiasmo com que se joga nas baladas do Rio, o mineiro se enfurna na Fazenda da Mata, propriedade de sua família desde 1867, no município de Cláudio (a 250 quilômetros de Belo Horizonte). Lá, nas noites de lua cheia, paramentado com botina e chapéu, ele participa de cavalgadas num cavalo branco. De noite, à beira de uma fogueira, também costuma reunir amigos e primos para tomar uns tragos da cachaça Mathusalém, fabricada no alambique da família, e cantar modas de viola (“Ele acha que canta bem”, revela um parente próximo). “A gente se diverte”, resume Aécio, entoando seu mantra. Em Cláudio, todos ainda o chamam de Cunha, o sobrenome paterno.
Cunha sabe que usou o aeroporto. Resta combinar com Aécio.
Fonte: Diário do Centro do Mundo
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