Nesta terça-feira, dia 3, Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, faleceu ao cair do 9º andar do prédio em que sua mãe trabalhava como empregada domestica. A criança estava sob cuidado de Sarí Gaspar Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, no recife.
A mãe do garoto teve que levar seu filho para o trabalho, pois não teria com quem deixá-lo. No momento em que ela passeava com o cachorro de sua patroa, Miguel sentiu muita falta da mãe foi procurá-la. Tentou uma primeira vez sair do apartamento, mas foi impedido pela mulher do prefeito Sérgio Hacker. Logo depois, como pode ser visto em gravações das câmeras do prédio, a criança entrou novamente no elevador é possível ver a patroa apertando o botão e liberando a porta. Miguel vai parar no 9º andar, local em que não havia nenhuma rede de proteção. O garoto foi avistado gritando pela sua mãe, provavelmente por tê-la visto na rua, e caiu do prédio. De acordo com o perito André Amaral, Miguel estava em uma área onde ficam os condensadores dos ar-condicionados do prédio, no hall das máquinas.
A esposa do Prefeito, Sarí Gaspar Côrte Real, foi autuada por homicídio culposo, por ter agido com negligência, porém, após pagar fiança de R$ 20 mil, responderá em liberdade. A imprensa vem noticiando o caso de forma a preservar a identidade da mulher do prefeito, como se, por ser esposa de uma autoridade do executivo, ela não devesse ter este absurdo que cometeu ligado à sua imagem.
Além de ter que trabalhar em meio à uma pandemia que faz dezenas de milhares de mortos, tendo que expor seu filho e a si mesma ao risco real de contaminação, a patroa não teve nem a preocupação mínima com a vida do filho de sua empregada, que estava ali para limpar a casa, cozinhar comida e fazer as demais tarefas domésticas.
Esse acontecimento absurdo revela mais uma vez o quanto para a burguesia brasileira as vidas negras e pobres não valem nada. Enquanto Miguel perdia sua vida caindo do topo do prédio, a esposa do prefeito estava em casa com uma pessoa que era provavelmente sua manicure.
Miguel tinha 5 anos, era negro, pobre e morreu por negligência da patroa de sua mãe. Vidas negras importam. Não esquecemos, não perdoamos.
Fonte: Esquerda Diario
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