Descoberta de que um dos supostos hackers é Bolsonarista fervoroso deixa operação da PF na berlinda e há movimentos para apontá-lo como inocente. Ocorre que a própria Polícia Federal já havia divulgado a ficha corrida do rapaz
Apontado como um “hacker” perigoso, Danilo Cristiano Marques, de 33 anos, foi um dos presos pela Polícia Federal na última terça-feira (24) na Operação Spoofing. Ele é acusado de ter invadido o Telegram de figuras como Sergio Moro, Deltan Dallagnol e até do presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, uma breve pesquisa pelas redes sociais do rapaz mostra que ele é apoiador convicto do atual governo. A família de Danilo confirma a informação e classifica o jovem como um “bolsonarista fervoroso” que participou ativamente da última campanha eleitoral.
A informação que Danilo Marques é um antipetista bolsonarista surge como uma pedra no sapato da operação da Polícia Federal e já há movimentos para tentar descartá-lo.
Familiares alegam que Marques não tem nenhuma ligação com os ataques hackers e foi pego por ser um “laranja” da dupla Walter Delgatti Neto, 30, e Gustavo Henrique Elias Santos, 28. Ele é amigo dos dois há 15 anos.
Para livrar Marques, a investigação terá de fazer um enorme jogo de cena. Isto porque a própria Polícia Federal vazou anteriormente que ele, junto com Delgatti, teriam trocado em dólares e euros cerca de R$ 90 mil, nos aeroportos do Rio e de Natal, supostamente para comprar armas.
Danilo Marques vive com a irmã mais velha e uma sobrinha em Araraquara. Elas dizem que ele é calado, reservado e costuma passar boa parte do tempo em seu quarto, no computador. No dia da operação da PF, ele saiu de casa pouco antes de a PF chegar para cumprir o mandado de prisão e só foi detido depois.
Nas redes sociais, Danilo Marques declara abertamente apoio a Bolsonaro e Moro. Na época da campanha, no ano passado, incluiu “Bolsonaro 17” em sua foto de perfil e publicou vídeos ao vivo de comícios em prol do candidato do PSL. Marques também usou as suas redes para fazer críticas ao ex-presidente Lula e à campanha Lula Livre.
A polêmica em torno do “hacker bolsonarista” repercutiu nas redes sociais. “Essa arapongagem tabajara é para matar de rir. Enquanto isso, uma quadrilha rouba 700 quilos de ouro em aeroporto, fardados e equipados com viaturas falsificadas da PF. Que barbada!”, publicou um usuário.
“Está me parecendo um belo teatro. Todos serão dispensados quando disserem exatamente o que Sergio Moro e a Lava-Jato quer que digam. São todos Adélios”, observou outro.
Fonte: Pragmatismo Político
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