O general reformado do Exército Hamilton Mourão, vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro, entrou com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral em que requisita substituir o deputado em entrevistas à TV e debates eleitorais.
O candidato à vice, no entanto, não consultou a cúpula de Bolsonaro ou seu partido, o PSL, antes de protocolar a ação judicial.
O candidato à vice, no entanto, não consultou a cúpula de Bolsonaro ou seu partido, o PSL, antes de protocolar a ação judicial.
A decisão de entrar com o pedido foi tomada em uma reunião interna do PRTB, partido capitaneado por Levy Fidelix e que abriga o general reformado, entre outros militares graduados das Forças Armadas empenhados no plano de governo do deputado. “Neste momento o Mourão pode ficar como [candidato a] presidente. O Bolsonaro pode ficar 40 dias no hospital, não vamos perder esse tempo”, disse Fidelix ao jornal Valor Econômico.
Quando da oficialização do general como vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo, um dos filhos do deputado, explicou: “tem que ser alguém que não compense correr atrás do impeachment”. Curiosamente, o general reformado quer, agora, substituir o deputado enquanto ele se recupera do atentado sofrido na quinta (6).
O general já vinha dando mostras de acreditar que o foco excessivo da campanha em Bolsonaro pode não ser o melhor caminho para a chapa. Para ele, “esse troço [o atentado contra o candidato] já deu o que tinha que dar. É uma exposição que eu julgo que já cumpriu sua tarefa. Ele [Bolsonaro] vai gravar vídeo no hospital, mas não naquela situação, não propaganda. Vamos acabar com a vitimização, chega”, disse.
Hamilton afirmou, ainda, que não é “ventríloquo de Bolsonaro”, e que a chapa não pode “deixar espaço vazio porque espaço vazio é ocupado”.
O general reformado já havia se notabilizado, antes, por criticar os apoiadores radicais de Bolsonaro . Para ele, “há certo radicalismo nas ideias, até meio boçal”, destes apoiadores.
Um dia após o atentado à faca contra Bolsonaro, o general reformado polemizou, em entrevista à Globonews, ao defender que um “autogolpe” de Estado poderia acontecer em 2019 em caso de “anarquia”. Lembrado pelos jornalistas que tal possibilidade não está prevista na Constituição, ele disse tratar-se de situação “hipotética”.
De acordo com Mourão , os filhos de Bolsonaro teriam também participação em uma campanha liderada por ele, mas com ressalvas. “Eles serão participantes da campanha do pai. Mas, é óbvio, isso não é uma ação em família, não é quermesse da Igreja”, concluiu.
Fonte: Diário do Centro do Mundo
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