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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Colombia: ‘Governo e oligarquia estão assustados’, diz porta-voz da Farc no Brasil

Oliverio Medina afirmou que governo e elites colombianas querem 'arrasar' o acordo de paz que levou à transformação do grupo guerrilheiro em um partido político
Oliverio Medina, porta-voz do partido político Frente Alternativa Revolucionária do Comun (Farc) no Brasil, afirmou nesta terça-feira (12/09) que o governo colombiano e a oligarquia do país estão “assustados” com o processo de paz levou à transformação do antigo grupo guerrilheiro em força civil.
“O governo e a oligarquia estão assustados pois nós não demos um passo atrás”, disse Medina em evento ocorrido em São Paulo.
Oliverio Medina, porta-voz do partido político Frente Alternativa Revolucionária do Comun (Farc) no Brasil, afirmou nesta terça-feira (12/09) que o governo colombiano e a oligarquia do país estão “assustados” com o processo de paz levou à transformação do antigo grupo guerrilheiro em força civil.
“O governo e a oligarquia estão assustados pois nós não demos um passo atrás”, disse Medina em evento ocorrido em São Paulo.
O colombiano ainda afirmou que as intenções do governo e das elites eram de “arrasar” o acordo de paz que levou à transformação do grupo guerrilheiro em um partido político: “Nós não podemos confiar naqueles que nos oprimiram durante toda nossa história. Eles queriam arrasar o processo de paz, mas nós não vamos deixar”.
Medina ainda destacou que a intenção de seu partido é buscar a paz na Colômbia e conduzir o país para sua “segunda e total independência”. “Nós temos a convicção, temos a força e a vontade de lutar para que na Colômbia nunca mais exista guerra do governo contra o povo e, para isso, temos que criar as condições necessárias para constituir um governo que nos conduza à segunda e total independência. Não precisamos dos EUA pra nada”, disse o membro da Farc.
Padre desde 1975, tendo se dedicado às pastorais camponesas na Colômbia, Medina afirmou que os EUA estavam “por trás da guerra colombiana” e que forneciam “aviões, helicópteros, fardas, comunicações, especialistas e a CIA” para a repressão da guerrilha.
“Os EUA não fizeram isso apenas na Colômbia. Veja como está a Venezuela”, disse o colombiano que destacou a soberania popular do país vizinho. “Os EUA terão que voltar com o rabo entre as pernas para Washington se se atreverem a entrar na Venezuela, pois o povo nunca será derrotado”.
Medina também afirmou que existe “uma grande mobilização na Colômbia a favor da paz” e que “a saída para o camponês não é agredi-lo, mas fazer escolas, postos de saúde, abrir estradas e criar condições dignas no campo para que possam viver”.
“Esse acordo de paz tem muitas coisas pontuais. O governo está comprometido a não disparar as armas da República contra jornalistas, camponeses, indígenas, afrodescendentes, operários. Chega de violência por parte dos governos, pois na Colômbia essa violência oficial se converteu em forma de governar”, disse o porta-voz da Farc.
Solidariedade e união também foram lembradas por Medina, dizendo que “o Brasil tem sido colocado de costas para a América Latina” e que os povos latino-americanos “precisamos nos unir”.
Refugiado político
Oliverio Medina foi preso duas vezes no Brasil, em 2000 e em 2005, em uma ação conjunta da Polícia Federal brasileira com a Interpol a pedido do governo colombiano. Sob acusações de homicídio com fins terroristas, sequestro e outros crimes, o governo de extrema direita liderado pelo ex-presidente da Colômbia Alvaro Uribe pediu a deportação de Medina em 2005, o que deu origem a uma série de comitês brasileiros criados em solidariedade ao colombiano.
Em 2006, o Comitê Nacional para Refugiados concedeu a Medina o status de refugiado político, configurando uma decisão histórica no país, uma vez que a Colômbia não estava sob o domínio de um estado ditatorial nem em estado de exceção. No ano de 2007, o Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) negou o pedido de deportação do governo colombiano, sob a justificativa de que não seria permitido deportar uma pessoa refugiada política. 
Fonte: Opera Mundi

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